CP vai melhorar o serviço de Wi-Fi nos comboios Intercidades

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Mas para que funcione em condições, é também necessário existir um reforço da cobertura móvel.

Desde 2015 que a CP tem a funcionar um serviço de Wi-Fi gratuito a bordo de todos comboios Alfa Pendular e Intercidades, mas infelizmente, e à semelhança de muitos outros serviços gratuitos, este Wi-Fi não é propriamente fiável. Ora falha muito, ora não funciona de todo. E tudo devido à falta de cobertura móvel em vários troços das linhas ferroviárias.

Mas parece que a CP quer agora fazer a sua parte e oferecer um melhor serviço, pelo menos nos comboios Intercidades, que ficarão com um sistema semelhante ao que está instalado nos Alfa Pendular. Um aviso publicado no site oficial dá conta de que o “serviço de Wi-Fi, disponibilizado gratuitamente nos comboios Intercidades, será objeto de operações de modernização, pelo que, durante este processo, o mesmo poderá sofrer perturbações”.

Porém, e apesar das melhoras, tal só surtirá efeito se a cobertura móvel for reforçada. E aí, tudo depende das operadoras de telecomunicações. Ou seja, a CP até pode fazer, efetivamente, a sua parte, mas, se não existir nenhuma torre móvel por perto, não haverá rede. Logo, o serviço de Wi-Fi não irá funcionar.

Itinerários ferroviários terão de ter serviço de banda larga móvel com um débito mínimo de 100 Mbps

Mesmo que a cobertura móvel seja melhorada em vários troços, vamos ter na mesma um serviço de Wi-Fi de fraca qualidade caso o aumento de velocidades por parte das operadoras não seja garantido. A ANACOM sabe disso e, no ano passado, efetuou um estudo para avaliar a qualidade das redes móveis no serviço Alfa Pendular da CP. Os resultados foram… desapontantes.

No total, realizaram-se 1462 chamadas de voz e 8916 sessões de dados, correspondendo a aproximadamente 487 chamadas de voz e 495 sessões de dados por indicador e operador, numa extensão de 2800 quilómetros.

Eis os resultados:

  • O serviço de voz apresentou desempenho global fraco, observando-se muitas áreas onde não foi possível estabelecer ou manter as chamadas, com um melhor desempenho por parte da Vodafone e um pior desempenho por parte da MEO e NOS;
  • Por troço ferroviário destacaram-se, pela negativa, os troços Trofa-Porto/Campanhã; Santarém-Carregado e Funcheira/Ourique-Tunes onde nenhum dos três operadores apresentou bons desempenhos no serviço de voz;
  • Nos serviços de dados, o serviço de transferência de ficheiros, de uma forma geral, apresentou adequada capacidade de estabelecimento e retenção de sessões de dados. Os serviços de navegação na Internet e streaming de vídeos, e a verificação da latência de transmissão de dados, registaram uma degradação destas capacidades;
  • Nas sessões de transferência de ficheiros, estabelecidas e mantidas com sucesso, registaram-se razoáveis velocidades médias globais de transferência de dados, tanto em download como em upload, tendo-se observado diferenças de desempenho relevantes entre os operadores, com a MEO e a Vodafone a apresentarem os melhores desempenhos e a NOS a apresentar os piores desempenhos. Contudo, este indicador apresenta variabilidade muito elevada, observando-se valores máximos de 168,88 Mbps e 55,23 Mbps e mínimos de 0,006 Mbps e 0,011 Mbps, respetivamente em download e upload, que dificultaram ou impossibilitaram a transmissão de dados em condições adequadas;
  • Os serviços de navegação na Internet e streaming de vídeo, e também a latência de transmissão de dados, apresentaram desempenhos inferiores face à transferência de ficheiros, tendo-se observado também algumas diferenças entre operadores.
  • Por troço ferroviário destacaram-se, pela negativa, os troços Pombal-Fátima, Fátima-Entroncamento, Santarém-Carregado e Funcheira/Ourique-Tunes, onde nenhum dos três operadores apresentou bons desempenhos no serviço de dados.

Devido ao leilão do 5G, as obrigações de cobertura contemplam a disponibilização, até ao final de 2025, de um serviço de banda larga móvel com um débito mínimo de 100 Mbps que assegure a cobertura de cada um dos itinerários ferroviários incluídos no Corredor Atlântico, na parte relativa ao território nacional, da ligação Braga-Lisboa, da ligação Lisboa-Faro e das ligações urbanas e suburbanas de Lisboa e Porto, a que acresce a obrigação de cobertura de 85% de cada um dos restantes itinerários ferroviários.

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