Situado a sete quilómetros do centro da cidade de Viseu, o Aeródromo Gonçalves Lobato apresenta vários argumentos que favorecem a criação de uma Zona Livre Tecnológica.
A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões vai avançar com um projeto para criar uma Zona Livre Tecnológica (ZLT) na região, que pretende ser um centro de referência nacional para testes de drones de última geração. O objetivo é tornar o território um cluster para o desenvolvimento destes aparelhos, que operam a alta altitude e têm aplicações diversas, desde militares ao combate a incêndios e, simultaneamente, captar conhecimento e investimento para a região.
Como primeiro passo do projeto, a CIM vai apresentar uma Manifestação de Interesse para acreditação de uma ZLT, junto da ANI – Agência Nacional de Inovação. As ZLT estão enquadradas a nível legal desde 2020, quando o Governo estabeleceu os seus princípios gerais, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º29/2020. Esta Resolução visa promover e facilitar a realização de investigação, demonstração e testes a tecnologias, serviços, produtos e processos inovadores.
Desta forma, abre caminho à instalação de várias ZLT, cada uma vocacionada para determinadas tecnologias ou setores e que contribuam para a dinamização das várias regiões de Portugal.
É o caso da Zona Livre Tecnológica projetada por Viseu Dão Lafões. O projeto, que se posiciona no setor “Drones e Aviação Civil”, terá com principal infraestrutura de suporte o Aeródromo Gonçalves Lobato em Viseu, sendo o seu território de intervenção uma área a definir, mas que irá incluir zonas Rurais e de Floresta e zonas Urbanas. Assim, está prevista a testagem e aplicação de drones em áreas tão diversas como a Defesa, a Floresta e o Ambiente, a Agricultura, as Cidades Inteligentes (segurança, entregas de encomendas e outros) ou a Aeronáutica e Espaço.
O ritmo acelerado de desenvolvimento tecnológico implica a necessidade de testar e experimentar as novas tecnologias, as suas aplicações e os modelos de negócio que se pretendem adotar. A experimentação — sobretudo em ambiente real — desempenha, por isso, um papel central na investigação, desenvolvimento e implementação de serviços e produtos inovadores. É essa possibilidade que a criação da ZLT confere a Viseu Dão Lafões , de forma privilegiada, ao nível do desenvolvimento de drones.
A título de exemplo, foi noticiado em janeiro deste ano que investigadores portugueses desenvolveram tecnologia que permite a drones localizar um incêndio e antecipar em 20 minutos o processo de deteção e o início do combate. São inovações como esta que poderão beneficiar da existência de uma ZLT exclusiva, com uma área de testes privilegiada.
Nesta fase, a CIM Viseu Dão Lafões já tem como parceiros do projeto a AIRV – Associação Empresarial da Região de Viseu e o Instituto Politécnico de Viseu. Numa segunda fase, ainda em 2023, pretende-se a entrada de várias entidades públicas e privadas.
Situado a sete quilómetros do centro da cidade de Viseu, o Aeródromo Gonçalves Lobato apresenta vários argumentos que favorecem a criação da ZLT. Desde logo, uma pista asfaltada com 1200 metros de comprimento e 30 metros de largura, assim como equipamentos tecnológicos de apoio à navegação e à aterragem de aviões.
Desde junho de 2014 que detém a certificação do Instituto Nacional de Aviação Civil, que lhe permite receber voos comerciais e operações aeronáuticas, cumprindo todos os protocolos de segurança. E desde dezembro de 2015 que recebe um serviço público regular, com linha aérea regional que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais (Tires) e Portimão.
Foto de: John Gallo