Software português prevê avanço do mar e dá soluções para o deter

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Não usa a bola de cristal para prever de que forma vai o mar avançar ao longo da costa portuguesa. Também não utiliza cartas de tarot para adivinhar que intervenções nas praias conseguirão suster as águas do Atlântico. Chama-se COAST, foi desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA) e, ciências ocultas à parte, usa um software visionário que simula a evolução da linha de costa para as próximas décadas. Perante o avanço do mar, o COAST indica ainda que obras de defesa costeira melhor se adequam a cada praia tendo em conta custos e benefícios.

Composto por três ferramentas – projeção da evolução da linha de costa para diferentes cenários de intervenção; dimensionamento da intervenção quando o cenário contempla obras de defesa costeira; avaliação de custos e benefícios da intervenção – o COAST pretende ajudar não só os cientistas a estudarem a erosão costeira como também auxiliar os responsáveis pela proteção da costa na escolha da melhor estratégia para prevenir cenários catastróficos.

As simulações com o COAST, explica Márcia Lima, investigadora do Departamento de Engenharia Civil (DECivil) da UA “exigem um registo passado e outro atual de batimetria [profundidade do mar] e topografia do local de estudo, e o conhecimento do clima de agitação [estudo das ondas]. É ainda necessário “conhecer o valor atribuído ao território, custos unitários dos materiais e estimativa de custos de manutenção das intervenções, ajustados à realidade do local de estudo”.

“São várias as zonas críticas na costa portuguesa, nomeadamente, a zona do Furadouro, o troço entre a paria da Barra e Mira e a zona a sul da Figueira da Foz”, alerta ainda a cientista.


 

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