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Se havia o mínimo de dúvidas, Astro Bot é a resposta: A PlayStation tem finalmente um jogo de plataformas exclusivo capaz de rivalizar o charme e a magia dos jogos de Super Mario da Nintendo.

Pareceu uma luta sem fim e as tentativas foram várias. Desde Little Big Planet e os seus Sackboys, durante a geração PlayStation 3, passando pela estranha e bizarra aposta em Knack na geração passada, que resultou em inúmeras piadas e memes, ou pelas duas breves apostas uma em VR e num jogo gratuito com o pequeno Astro. Mas só agora, em nome próprio, num jogo completo que abraçou todo o seu potencial enquanto possível mascote, é que a PlayStation tem, finalmente, um jogo à altura de se colocar bem perto do panteão de jogos de plataformas 3D aos olhos de uma audiência mais generalizada, naquele que é um dos jogos de plataformas e ação mais divertidos, coloridos e animados desde a era da génese do seu género, a geração 32 bit.

Se a minha breve experiência em meados de julho me deixou de água na boca, Astro Bot, agora na sua versão final, não me podia ter deixado mais satisfeito, como um belo rodízio à la carte de aventuras por mundos virtuais cheios de segredos e de animação, onde Astro me levou numa jornada intergaláctica em busca de 300 amigos perdidos.

Os números apresentados pela Team ASOBI parecem impressionar, mas falar deles não fará justiça à sensação de quão preenchido Astro Bot é, um colosso de um jogo que simplesmente não para de nos atirar novos cenários e ambientes, desafios e inimigos ou mecânicas altamente inteligentes e igualmente desafiantes até para os jogadores com maior destreza.

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Astro Bot (Team ASOBI)

Ao todo, são seis galáxias e dezenas de planetas, que somam mais de 80 níveis. Mas não importa quantos são quando as oportunidades de jogo se parecem desmultiplicar a um ritmo caótico com níveis dentro de mais níveis secretos que, por vezes, quebram a linearidade a que este tipo de jogos nos habituou, obrigando-os mais tarde a repetir níveis para finalmente os terminarmos.

Fui apresentado a este conceito logo desde muito cedo, em busca de mais um Bot, que se escondia numa área secreta, onde existia um portal para um novo planeta/nível, numa nova galáxia, onde nela voltei a encontrar mais uma área secreta. Estes tipos de eventos não são constantes, mas são os suficientes para nos deixar cativados pela dimensão extraordinária de Astro Bot, que no papel até parece bastante simples.

Quantidade pouco ou nada nos diz se não houver variedade, e Astro Bot não parece querer meter travão ao longo da sua campanha. À semelhança de Super Mario Wonder, lançado no final do ano passado para a Nintendo Switch, nenhum novo nível parece ser igual ao anterior, mesmo quando fazem parte da mesma galáxia. Quer seja pelo tema, pela apresentação ou pelas gimmick especificas de exploração e navegação, ou até mesmo por impressionantes power-ups obrigatórios que nos convidam à exploração e experimentação, levando-nos a incríveis momentos de “Eureka” quando mais uma nova área secreta se abre para salvarmos mais um Bot ou apanharmos mais uma peça de um puzzle para preencher os painéis no planeta principal.

Mecanicamente, Astro Bot não muda muito relativamente ao que foi apresentado em Astro’s Playroom, o jogo gratuito incluído na PlayStation 5, que, para além de servir de demo tecnológica das capacidades do DualSense, nos ofereceu uma surpreendente mini-campanha de algumas horas de divertimento e exploração.

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Astro Bot (Team ASOBI)

Tal como em Astro’s Playroom, controlamos o nosso adorável Bot em ambiente 3D de plataformas e há, de facto, um grande uso do DualSense, que treme, vibra e reage de forma intensa. No entanto, a Team ASOBI repensou no que queria fazer com ele, diminuindo a sua utilização constante – inclusive removendo alguns desafios mais irritantes de Astro’s Playroom – e focando-se mais em mecânicas de jogabilidade, no sistema de combate e de interação com o mundo e no design de níveis, tornando assim o DualSense mais num contacto direto entre jogador e jogo e menos numa ferramenta.

E isto é particularmente bom. Astro Bot não conta com muitas opções de jogo ou de acessibilidade, mas uma em particular pode ser útil para quem quiser jogar através da PlayStation Portal. Refiro-me ao sensor de movimentos, onde no dispositivo portátil, dada a orientação do comando e ecrã, não se torna particularmente intuitivo de usar. Assim, a opção de usar analógico em vez do sensor de movimentos é extremamente bem-vinda neste caso, ou para quem tem dificuldade em mover o DualSense.

Se em Astro’s Playroom colecionávamos itens, periféricos e consolas para criar o nosso Museu da PlayStation, Astro Bot desviou as nossas atenções para um dos elementos favoritos dos fãs, os “cameos”, com 150 dos 300 Bots para colecionar a não serem apenas meros easter-eggs escondidos, mas colecionáveis e, até, personagens secundárias da nossa aventura.

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Astro Bot (Team ASOBI)

Astro Bot é, assim, suportado por uma narrativa simples, onde Astro e amigos viajavam no espaço numa nave em forma de PlayStation 5 até que um extraterrestre malvado, montado no seu OVNI, o ataca, espalhando fragmentos da consola e todos os 300 Bots pelo Universo. A missão? Viajar pelos níveis apanhando uma média de 5 a 7 Bots por nível e salvando as peças da PlayStation 5, estacionada no planeta central. Ao longo dos níveis vamos também apanhando moedas que podem ser usadas numa slot-machine, desbloqueando acessórios decorativos para os Bots PlayStation e, até, fatos para usar no nosso Astro Bot, incentivando assim a exploração e repetição de níveis.

Ao longo desta aventura vamos tendo acesso também a níveis temáticos de algumas franquias da PlayStation, com escolhas particularmente surpreendentes. Não querendo estragar a surpresa do que encontrei, cada galáxia conta com um nível desses, como por exemplo um dedicado a God of War, onde o nosso Bot se transforma em Kratos com o seu machado e a jogabilidade até se altera um pouco para se aproximar ao jogo da Santa Monica Studio.

Surpreendente é também a longevidade de Astro Bot. Apesar de sair satisfeito, a minha aventura terminou ao fim de certa de 12 a 13 horas com apenas 66% dos colecionáveis capturados. O registo de objetivos do jogo é fácil de seguir, com o mapa a indicar-nos quantos Bots e peças faltam encontrar em cada nível, o que pode ser uma tarefa bem complicada, dado que alguns colecionáveis estão inteligentemente bem escondidos.

Por fim, Astro Bot é um jogo desafiante o quanto basta. Que respeita o nosso tempo e destreza de jogo, que se coloca ali no nível de desafio perfeito para os mais novos e para jogadores mais habilidosos, em particular em alguns níveis de desafio onde uma pequena falha nos atira para o início dos mesmos – dos quais deixei pelo menos dois para trás.

Astro Bot é, assim, mais uma celebração do universo da PlayStation. E se conceptualmente parece algo presunçoso por parte da PlayStation, o resultado, tal como em Astro’s Playroom, é uma gigante carta de amor ao legado da marca, aos jogos, às personagens e até aos seus criadores. Raramente um cameo ou easter-egg parece forçado porque faz parte da natureza deste universo e é apresentado com charme, encanto e magia mais do que suficiente para nos deliciar e deixar com aquele inocente sorriso na cara, especialmente para quem cresceu com jogos de plataformas nos últimos 20 ou 30 anos.

Astro Bot é um exclusivo PlayStation 5.

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Cópia para análise cedida pela PlayStation Portugal.

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