Arcane – League of Legends chega à Netflix com uma deslumbrante e emocional adaptação

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League of Legends recebeu finalmente a sua muito aguardada adaptação, com um início forte que vai deixar qualquer curioso investido neste mundo “novo” criado pela Riot Games.

Começo por falar de Arcane com uma pequena confissão: Nunca joguei League of Legends ou desejei fazê-lo. Reconheço, obviamente, o impacto que tem na indústria dos videojogos em diferentes dimensões, mas é apenas uma questão de preferência pessoal, onde guardo vontades de experimentar outro estilo de jogos. Contudo, é difícil não tirar os olhos ou ficar curioso e encantado com o trabalho que a Riot Games faz para lá dos seus jogos competitivos.

Esse encanto é relativamente recente, com o hino para o Worlds 2018 de League of Legends, “RISE”, revelado numa energética e belíssima curta sobre a escalada à vitória do maior evento de esports do jogo, ou com incrível single da banda de K-Pop virtual da Riot Games, “POP/STARS” das K/DA.

A fantástica colaboração entre a Riot Games e a Fortiche Productions nestes projetos expansivos multimédia não se ficou por meros materiais de marketing na esperança de apelar novos fãs e curiosos. Na cartola existia algo bem mais ambicioso, algo que prometia apresentar Runeterra e os seus conflitos de uma forma mais narrativa, emocionante e ao alcance de todos.

Nasce assim Arcane, uma adaptação que, a julgar pelos primeiros quatro episódios a que tive acesso, são uma pequena demonstração de que sim, é possível termos fantásticas peças de entretenimento inspiradas em videojogos.

Ter a casa mãe diretamente envolvida na produção da série, neste caso a Riot Games, é meio caminho andado para o sucesso, assim como a longa colaboração com a Fortiche, mas a receita para o fantástico resultado que Arcane apresenta nestes episódios é feita de uma série de boas escolhas: a escolha de contar uma história original, de origem de vilões e heróis; a de concentrar a trama numa região especifica do mundo de Runeterra e numa mão cheia personagens importantes; apostar em animação em vez de live-actions; escolher o formato de série; mas, acima de tudo, dar espaço a todos para conhecerem o elenco de personagens e ficarem investidos em conhecer os seus destinos.

Arcane foca-se essencialmente num conflito entre duas cidades, a desenvolvida e rica Piltover, onde a ciência e a magia colidem, e o submundo de Zaun, onde uma misteriosa droga transforma humanos em monstros. Ao mesmo tempo, temos a âncora emocional da série, centrada à volta de Vi e Jinx, duas irmãs órfãs ao abrigo de um respeitado líder de rufias do submundo, Vander, que veem a sua vida e mundos a desmoronarem graças a uma série de eventos dramáticos e traumáticos.

Ao longo desta parte introdutória, a Fortiche e a Riot Game mostram que Arcane não é só para fãs, focando-se na origem destas e outras personagens, apresentando as diferentes narrativas que eventualmente se vão entrelaçando, com tempo para todas brilharem, para se tornarem interessantes, mas, acima de tudo, para que o público crie uma ressonância emocional real. Algo que se torna claro a certa altura, quando o desejo de reencontrar certas personagens é tão autêntico para um não fã, como para aquele que está à busca de easter-eggs e de entradas magníficas.

Estes primeiros episódios são essencialmente de setup, com a série dividida em três partes. Podemos até considerar os três primeiros, com cerca de 40 minutos cada, como uma enorme longa-metragem, que dá tudo o que necessitamos para ficarmos apaixonados pela trama, pela dinâmica destas personagens e também pelo mundo, algo que a série também se preocupa a explorar de forma subtil e eficaz. Enquanto fã de “world building” e de narrativa visual, foi impossível virar a cara ao longo destes episódios, com quase todas as cenas, sejam elas interações entre personagens ou de ação incrível, a darem-nos pequenos vislumbres da escala deste mundo, do seu funcionamento social e tecnológico inspirado em steampunk e da história que todos aqueles ambientes e adereços guardam.

Tudo parece fantástico graças ao casamento perfeito de uma história bem contada, bem ritmada e de uma produção de valores absurdos, fazendo com que Arcane pareça a série mais cara de sempre. Com a sua estética de fantasia e steampunk, a Fortiche parece ter dado vida aquilo que seriam as concept arts de League of Legends, com um tom de aguarela, cheio de textura e uma animação tridimensional misturada com elementos desenhados à mão que dão uma identidade única à série.

Em movimento, Arcane é um enorme deleite, como já tínhamos visto em trailers, com movimentos fluidos, planos de ação altamente legíveis e uma edição eletrizante, ao mesmo tempo que todos os frames e planos escolhidos revelam o seu peso narrativo.

A primeira ronda de Arcane tem tudo para ser vitoriosa. Não posso obviamente falar enquanto fã, mas sim enquanto alguém que acompanha League of Legends de longe, alguém que foi ficando entusiasmado com a série graças aos seus trailers e expectativas do trabalho da Riot Games.

Arcane já tem três episódios disponíveis na Netflix, com a segunda parte a estrear no dia 14 de novembro e os últimos três episódios a 21 de novembro. E por aqui, mal posso esperar por ver que mais emoções fortes Arcane reserva.

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