A máquina mais pequena da geração não perde tempo em colocar os jogos nas nossas mãos.
Unidade cedida para cobertura pela Microsoft e Xbox Portugal.
Entre muita coisa que aconteceu no mundo em 2020, este ano vai também ficar na história com o lançamento de novas consolas das duas grandes produtoras de hardware da indústria dos videojogos, num espaço de tempo tão curto (meros dias), com as novas PlayStation 5 e o par de consolas da Microsoft, Xbox Series X e Series S.
Também marcante é a decisão de ambas as marcas aparecerem no mercado não com uma, mas duas soluções distintas. No passado, a estreia das consolas de uma determinada geração viu diferentes modelos onde era o armazenamento que mudava, mas, desta vez, as coisas vão numa direção diferente, com a aposta na acessibilidade e no futuro digital. A PlayStation 5 fica-se por um modelo com leitor de discos Blu-Ray e outro sem; já a Xbox lança uma proposta muito interessante com dois modelos distintos: a poderosa e completa Xbox Series X e a mais acessível, pequena e 100% digital Xbox Series S.
A Xbox Series S é, também, a máquina mais curiosa das quatro que chegam ao mercado este mês. Primeiro, pelo seu valor, sendo a mais barata – por 299,99€ –, e também pela sua oferta equilibrada e bastante ponderada para o atual paradigma, expandido a opção de escolha do consumidor, mas oferecendo as vantagens únicas e distintas da nova geração de consolas, com jogos mais realistas, mais imersivos e mais tecnicamente impressionantes.
60% mais pequena, 100% adorável
Mas antes de falarmos do que a consola faz, temos que olhar para o seu design. Se a Xbox Series X causou impacto com o seu aspeto brutalista e monolítico, com um design vertical que nos apanhou desprevenidos, a Xbox Series S teve um impacto muito semelhante, como se de uma mini e adorável Series X se tratasse. Esta é a Xbox mais pequena de sempre e a consola mais pequena desta nova geração, com dimensões e um volume ainda mais compacto do que a Xbox One X, que já era uma consola com dimensões bastante reduzidas.
Toda ela retangular, como se a Series X tivesse sido literalmente cortada ao meio, é, de facto, uma caixa. Simplista e sem acentos ou formas estranhas de grande destaque, exceto a sua enorme saída de ar, que se apresenta na superfície da máquina quando esta está posicionada na horizontal. Estranha e digna de muitas piadas, a existência desta saída de ar é a única coisa que lhe dá uma identidade única, evitando-a de se tornar numa consola visualmente aborrecida, ao mesmo tempo que é uma peça fulcral para a sua ventilação e arrefecimento dos componentes interiores.
Como poderão ver no nosso unboxing à consola, a Xbox Series S é pequena, robusta, sólida e surpreendentemente pesada para o seu tamanho, com 1.9kg. Antes de a testar, graças a imagens de imprensa e pelo tamanho proposto, imaginava a Xbox Series S como uma consola perfeita para viajar. E confirma-se. Apenas pedindo um cabo de alimentação e HDMI para funcionar, juntamente com um comando para jogar, as suas dimensões e peso são perfeitos para colocar numa mala pequena e levá-la para onde quisermos.
Graças ao seu peso e densidade, a consola tem um excelente centro de gravidade que a permite posicionar-se na vertical sem auxílio de bases ou apoios, tornando-se uma fantástica peça decorativa ao pé de uma TV ou móvel moderno. Contudo, a posição tradicional na horizontal parece ser a mais indicada, já que permite uma melhor respiração e fluxo de ar.
Mas seja na vertical ou na horizontal (a posição recomendada), a consola conta com três superfícies livres para a sua respiração (as suas laterais e a saída de ar no topo). Por isso, apesar de ser pequena, é preferível colocar a consola numa zona com algum espaço à sua volta e não metida num armário ou estante ajustada que seja claustrofóbica. De outra forma, vamos limitar o ar para a sucção e correr o risco de abafar o ar quente projetado, afetando o desempenho da máquina ao longo do tempo ou até aquecendo outras coisas que estejam à sua volta. Por isso, recomendamos que a coloquem num sítio mais arejado e menos fechado.
Ainda no seu design, destacam-se as portas e botões disponíveis na consola. Na frente, temos apenas o botão de On/Off com o logo da Xbox a sugerir novamente o posicionamento horizontal, o botão de sincronização – esconde um sensor IR para usar um comando multimédia – e temos ainda uma porta USB para ligar um comando, um disco externo ou o que for necessário.
Na traseira encontramos as restantes portas: de alimentação, de rede, mais duas portas USB, a saída HDMI 2.1 (o cabo que vem incluído é apenas HDMI 2.0) e, por fim, a slot de armazenamento extra para os cartões proprietários da Xbox, que servirão para aqueles utilizadores que querem mais do que os 512GB da Xbox Series S e com suporte da tecnologia Xbox Velocity Architecture (desenhada para os jogos da nova geração).
Uma experiência familiar à velocidade da luz
Com um renovado, mas familiar sistema operativo, transversal a todo o ecossistema da Xbox (incluído a Xbox One), a Xbox Series S foi a experiência mais fluida que alguma vez tive nestas consolas. Quem vem da geração passada vai sentir-se em casa, com os menus, opções de personalização e acessibilidade todas no mesmo sítio, com diferentes formas de organização.
Existem apenas pequeninas diferenças inerentes às capacidades da consola, como por exemplo os filtros de jogos, onde a opção para títulos Optimizados para a Xbox One X desapareceu, ou o surgimento de opção de ativar ou desativar o Auto HDR nos jogos que não suportam tal funcionalidade. De forma clara, não existem virtualmente grandes diferenças, mas há algo que se destaca: a velocidade.
Como dizia, a consola é extremamente fluida. Tudo carrega rapidamente, sem esperas e é muito satisfatório mudar de aba ou ícone. Mas o mais impressionante na rapidez de utilização da consola é mesmo o ligar e o desligar. Seja em modo instantâneo ou na poupança de energia, a Xbox Series S nem dois segundos demora a ligar depois de carregarmos no botão da consola ou do comando. É tão rápida que é impossível não sentir fadiga quando voltamos às consolas anteriores. Sem hipérboles, a consola é quase tão rápida a ligar como mudar de canal na televisão.
Já quando desligada na totalidade, esta demora um pouco mais, mas em parte apenas porque somos presenteados com a bela animação de power-up com uma melodia deliciosa, nostálgica e reminescente de sistemas operativos da Microsoft. Depois disso, mais um ou dois segundos e estamos novamente no menu inicial.
Velocidade é a palavra de ordem nesta geração e tanto a Xbox Series X, como a Xbox Series S, querem tornar a experiência de utilização mais rápida e instantânea. Uma das novas funcionalidades de destaque – e exclusiva – é o Quick Resume, uma função que permite trocar de jogo de forma rápida e, posteriormente, voltar aos títulos anteriores e continuar o seu progresso, mas sem ser necessário ter que voltar aos menus ou passar por loadings.
Basicamente, esta função promete uma experiência semelhante a Save States que encontramos, por exemplo, em muitos emuladores no PC, mas aqui de forma interna. Na prática, a consola permite ter cerca de meia dúzia de jogos abertos em simultâneo, onde podemos trocar entre eles apenas com um carregamento de alguns segundos de espera. Não é tão rápido como fazer um zapping na televisão ou mudar de aba num browser web, mas a ideia e o conceito são muito semelhantes e, enquanto novidades nas consolas, são muito impressionantes.
A quantidade de jogos que podem estar abertos varia de acordo com o tipo de títulos que temos, sendo que é possível ter mais jogos da Xbox 360 abertos em simultâneo do que jogos da Xbox One ou das Series. Porém, dado o espaço disponível na Xbox Series S, de 512GB, não será possível ter muitos jogos instalados para navegar, mas, de uma forma mais positiva, há situações em que dá para usar a funcionalidade com todos os jogos instalados num determinado momento. Nos meus testes, consegui ter seis títulos de diferentes gerações a ocuparem todo o espaço e trocar entre todos sem problemas.
A quantidade de jogos acessíveis com o Quick Resume torna a utilização da Xbox Series S uma autêntica maravilha que, em termos práticos, pode poupar imenso tempo e frustrações ao iniciar jogos, ao colocar em pausa uma aventura cinemática para ir jogar espontaneamente com amigos uma partida num jogo multijogador ou até para quando temos mesmo que sair e deixar o jogo a meio. O Quick Resume funciona tão bem que, durante vários dias, tive um jogo sempre pronto a jogar sem recorrer a menus ou loadings, mesmo depois de desligar a consola na totalidade, movê-la de divisão e de ecrã. É um autêntico gamechanger.
Existem, contudo, algumas limitações. Alguns (poucos) jogos ainda não suportam a função e outros reiniciam aleatoriamente durante esta fase de pré-lançamento, mas, na na sua maioria, e após conhecer quais é que funcionam bem, é uma das melhores adições desta geração.
A Xbox Series S vem com 512GB de armazenamento interno, reduzidos alguns GB para o sistema operativo e o Quick Resume, mas não se deixem enganar pelas suas limitações. É verdade que temos jogos como Call of Duty: Modern Warfare, que se lança para os 200GB, e outros como Forza Motorsport 7, que requer cerca de 100GB, mas a realidade é que o tamanho dos jogos varia dos dígitos singulares às centenas. Ou seja, e dependendo da nossa utilização da consola, é possível guardar e ter ao nosso alcance mais de uma dezena de jogos instalados. Ainda assim, há várias formas de expandir o armazenamento da consola, seja através de discos USB ou pela sua slot de expansão para cartões proprietários que podem ser adquiridos em separado, como o Seagate Storage Expansion Card de 1 TB, por 249,99€.
É importante referir que, para os jogos da nova geração e jogos atualizados para estas consolas, só é possível tirar partido das suas melhorias através do armazenamento interno e dos tais cartões de expansão, devido à forma e velocidade com que a consola lê a informação armazenada. Através da Xbox Velocity Architecture, os jogos otimizados prometem tempos de carregamento quase nulos, um maior nível de detalhe e imersão, entre outras vantagens “invisíveis”, mas que transformam a experiência. Estas melhorias vão depender sempre da forma como os produtores utilizam esta função, mas é importante referir que os jogos da nova geração só funcionam instalados na memória interna da consola ou no cartão proprietário.
Já os jogos retrocompatíveis têm uma grande vantagem ao serem, também eles, instalados neste tipo de memória e armazenamento, já que os loadings de carregamento e de espera tradicionais são substancialmente reduzidos, em alguns casos passando de minutos para segundos (como por exemplo The Witcher 3, onde os fast-travels são agora instantâneos). E claro, podem também tirar partido do Quick Resume.
Via USB é possível jogar toda a biblioteca retrocompatível da Xbox Original, Xbox 360 e Xbox One, e é também possível transferir jogos de uma consola para a outra, algo bastante útil nesta fase transitória, podendo ajudar muitos utilizadores a poupar dados em descarregamentos. Outra forma bastante útil é utilizar a transferência de jogos via Wi-Fi que, dependendo da velocidade de ligação, é como fazer downloads dos jogos, mas dentro da nossa própria rede.
Controlos revistos
Com uma nova geração, chegam também novas soluções para os controlos. Nesta fase do campeonato, a Xbox optou por manter o tema da familiaridade e do ecossistema unificado com uma pequena revisão do seu comando.
Apesar da nova consola suportar compatibilidade com os comandos da Xbox One e uma vasta seleção de periféricos lançados para essa geração, as alterações ao novo comando tornam-no no melhor modelo básico lançado até agora.
Mais sólido e robusto, tal como a consola, a forma e design pouco mudaram nesta nova versão que vem substituir a nova linha e que é igualmente compatível com a Xbox One, PCs Windows 10 e uma panóplia de dispositivos móveis, graças à sua ligação por Bluetooth. Ainda assim, o novo comando sente-se ligeiramente mais pequeno e confortável nas mãos. É ergonómico e conta com pequenos detalhes que rapidamente me fizeram largar os comandos anteriores, como, por exemplo, a nova textura de aderência que está presente nos gatilhos e nos botões de ombro, e a que cobre toda a traseira do comando até às suas laterais.
A nível de botões, também temos uma revisão completa, com os ABXY mais clicáveis e satisfatórios, e um D-Pad retirado dos modelos elite, sendo muito mais preciso e confortável. A grande característica diferenciadora é, no entanto, o botão de Share, que permite finalmente a captura instantânea de momentos de jogo.
No geral, a oferta da Xbox para o comando muda pouco, mas o que muda é capaz de transformar a experiência. No entanto, acaba por não dar um grande salto para a nova geração, até porque o objetivo é oferecer uma solução melhorada, mas transversal a um ecossistema inteiro ao longo de quatro gerações.
Todo o legado, num único local
Voltando às melhorias dos jogos, quem tem uma televisão ou monitor com suporte HDR vai poder ver os seus jogos de cara lavada. Com o Auto HDR, uma grande seleção de títulos recebe magicamente um tratamento de imagem, com uma gama de cores maior que ajuda a tornar as imagens muito mais definidas, bonitas e brilhantes, sejam jogos da Xbox OG, da Xbox 360 ou da Xbox One.
Entre alguns exemplos testados, onde a experiência com Auto HDR se destaca, temos Mirror’s Edge, Control ou Fallout: New Vegas, que parece que levaram um patch visual em cima, com cores mais saturadas e contrastes maiores, mas sem estragarem a essência ou ambiente do jogo. Nem todos os títulos suportam esta funcionalidade no momento de escrita desta análise, como pude comprovar em Metal Gear Rising: Revengeance, mas está já prometido um aumento de suporte para mais jogos no futuro.
Essencialmente, a Xbox Series S é uma Xbox One S (ou uma Xbox One Original), no sentido em que corre todos os jogos lançados nessa plataforma e suporta todos os jogos que entraram no programa de retrocompatibilidade no passado (excluindo apenas jogos que requerem o Kinect). Sendo a Xbox Series S uma consola apenas digital, todos os jogos disponíveis na loja digital da Xbox irão funcionar.
Todavia, e apesar de esta ser uma consola de nova geração (com melhorias em muitos jogos e pensada para o futuro), existe um pequeno calcanhar de Aquiles, especialmente para quem vem da Xbox One X ou espera tirar partido de melhorias em jogos da Xbox One.
Na promessa da retrocompatibilidade, talvez o aspeto mais desapontante da Xbox Series S seja o não suporte dos jogos otimizados para a Xbox One X, a consola “premium” da geração passada, onde uma seleção de títulos tirava partido do poder extra da máquina oferecendo diferentes modos de jogo, priorizando resolução e framerate.
Atualmente, a menos que seja lançado um patch de otimização para a Xbox Series S (como irá acontecer com muitos jogos cross-platform), muitos destes jogos perdem essas opções, resultando em jogos cuja resolução é apresentada com resoluções iguais ou abaixo dos 1080p, ou com framerates limitados nos 30FPS.
Isto torna-se particularmente “frustrante” quando alguns jogos preparados para a Xbox One X até apresentam modos de 60FPS a 1080p e onde não tenho dúvida nenhuma que a Xbox Series S seria bem capaz de alcançar, especialmente quando os títulos que apresentam framerates e resoluções dinâmicas de origem, conseguem, aparentemente, atingir esses valores.
Um desses exemplos é Star Wars Jedi: Fallen Order, que oferece uma opção que dá prioridade à resolução nativa, que é de 1440p (upscaled para os 4K) a 30FPS; e outra a 1080p a 60FPS, na Xbox One X. Nativamente, sem a existência de uma atualização à vista, a Xbox Series S não permite a escolha de opções neste jogo e corre simplesmente como se estivesse otimizado para a Xbox One S. Existem outros exemplos de jogos com modos que permitem até 4K (para a qual a Xbox Series S não está desenhada), mas teria sido interessante ver jogos como este, que ainda são alguns, terem a opção mais fluida ou o desbloqueio da resolução até aos ditos 1440p. Esta diferença de resoluções até 1080p não é tão aparente em ecrãs Full HD, mas, em ecrãs QHD ou 4K, revelam jogos com uma qualidade de imagem mais suave e menos detalhada.
Em suma, a Xbox Series S, no que toca a retrocompatibilidade com a Xbox One, oferece uma experiência basicamente semelhante ao modelo base dessa geração. Existem apenas melhorias em jogos onde os limites não estão bloqueados pelos produtores e aplicando Auto HDR a alguns títulos que não têm esta opção nativa, como por exemplo o popular Control, da Remedy.
Jogos do futuro sim, mas com sacrifícios
A Xbox Series S é uma consola da nova geração, com componentes que suportam funções do futuro, como suporte de leitura de dados ultra rápida Xbox Velocity Architecture, suporte para framerates até 120fps ou suporte de funções de Ray-Tracing, para um maior imersão visual em jogos. Em todo o caso, esta fase de transição e os jogos de lançamento compatíveis para a consola revelam que estes futuros títulos vão ser sujeitos a alguns sacrifícios para uma experiência ideal.
Para esta análise, o acesso a jogos da nova geração está limitado a títulos cross-gen, ou seja, também jogáveis na geração anterior, que revelam não só o bom potencial da consola, mas também alguma preocupação.
Muitos jogos já disponíveis e lançamentos recentes, daqui para a frente, irão receber atualizações com otimizações, que tanto nos dão uma experiência otimizada de raiz, como oferecem opções com diferentes modos de visualização. Jogos como Forza Horizon 4 e Gears 5 já oferecem, por exemplo, modos de jogo capazes de desbloquear o potencial da consola até 120fps, mas todos eles com limitações que, na Xbox Series X (como já foi possível assistir em antevisões), não condicionam a experiência.
Por exemplo, Forza Horizon 4 está agora otimizado para a Xbox Series S graças ao trabalho da Panic Button, (responsáveis por DOOM e Wolfenstein II: The New Colossus para a Nintendo Switch) existindo, neste caso, uma fluidez de jogo extra nesta versão do jogo, algo que na Xbox One S não era possível. Apesar de aparecer com uma ótima qualidade de imagem, não oferece uma resolução 4K como a Xbox One S e Xbox Series X. Nesta consola, o jogo tira partido de carros e ambientes com qualidade melhorada, maior fluidez e tempos de carregamento ultrarrápidos, com fast-travels que demoram entre 2 a 3 segundos.
No caso de Gears 5, o jogo apresenta-se de forma exímia, muito graças ao trabalho desenvolvido pela The Coalition, juntamente com a Epic Games e o seu Unreal Engine, mas as vantagens, neste caso os 120fps, estão limitados apenas a um dos modos multijogador. Gears Tactics, que se estreia agora nas consolas, é outro exemplo feliz, onde a qualidade de imagem e a performance casam de forma fantástica, sem destoar qualquer tipo de sacrifícios.
Yakuza: Like a Dragon é um dos primeiros jogos a oferecer aos jogadores a possibilidade de escolher a prioridade entre o desempenho e a qualidade de imagem, com subtil diminuição de resolução quando escolhemos os 60fps. Mas nada que estrague a experiência.
Temos notícias de que Devil May Cry 5 Special Edition irá deixar de fora tecnologias de Ray-Tracing na Xbox Series S, por outro lado, jogos como o Watch Dogs Legion já o irão fazer. Essencialmente, o futuro da consola no que toca à fidelidade gráfica e exploração das suas capacidades é incerto e ficará sempre nas mãos dos produtores.
São observações a ter em conta que, no fim do dia, justificam a diferença de 200€ face à sua irmã Xbox Series X, que oferece a experiência completa e que entra um pouco na filosofia de design desta pequena caixa. A verdade é que a Xbox Series S foi desenhada ao pormenor e de forma consciente, direcionada para um público mais casual, para quem não tem ecrãs 4K ou não liga tanto à resolução dos jogos. No fundo, tem o potencial de ser uma excelente máquina para correr jogos a 1080p/60fps, mas este tipo de suporte vai ficar sempre dependente dos próprios produtores.
Por outro lado, felizmente, muitos dos jogos mais recentes e populares da Xbox One irão, mais cedo ou mais tarde, receber atualizações para a nova geração, muitos deles com atualizações gratuitas, que prometem puxar finalmente pelas capacidades superiores da Xbox Series S face à geração passada.
Xbox Game Pass, a arma secreta
Apesar da falta de jogos 100% da nova geração, com muitos lançamentos novos no final do ano, como já é costume, a grande arma da Xbox e, em particular, desta pequena máquina acessível, está na oferta que não se limita apenas aos novos jogos, mas sim ao seu passado e à extensa biblioteca do Xbox Game Pass.
A Xbox Series S, apesar dos seus compromissos, é uma fantástica aposta para quem quer jogar jogos, sejam eles quais forem e como se apresentam. Uma aposta para descobrir novas aventuras, histórias e experiências, e tudo isso passa pela facilidade e pela porta aberta ao Xbox Game Pass, cujo preço de admissão anual equivale ao preço de um jogo na sua janela de lançamento. Só que, em vez de um, temos uma centena de títulos à nossa disposição, onde se incluem todos os jogos exclusivos da marca Xbox, futuros lançamentos e uma grande parte deles do passado, podendo ser descarregados e jogados do início ao fim sem compromissos.
Extremamente pequena, extremamente rápida, extremamente acessível
Há muita coisa fantástica na Xbox Series S que a tornam uma máquina do futuro. Numa primeira impressão, o seu tamanho impressiona, num contraste vincado face à Xbox Series X e à concorrente PlayStation 5, com a promessa de que, de alguma forma, vai correr os mesmos jogos.
Depois, temos a sua velocidade, tão impressionante que, apesar dos seus sacrifícios, torna extremamente difícil voltar à geração anterior. Desde os menus do sistema aos carregamentos dos jogos, aliados às melhorias em jogos antigos, a Xbox Series S impressiona.
Por fim, temos a oferta e a sua acessibilidade à carteira dos jogadores. Por 299,99€, a Xbox Series S é extremamente competitiva no mundo das consolas, aparecendo mais barata que a Nintendo Switch original e revelando-se uma estupenda alternativa aos PCs de jogos budget.
A Xbox Series S não é uma máquina qualquer. É uma máquina para aqueles que sabem bem o que vão poder retirar dela, com as expectativas no sítio; para aqueles que não se importam tanto com o desempenho técnico dos jogos e até para aqueles que, com curiosidade, querem entrar no mundo da Xbox, que já têm uma consola da concorrência ou têm um orçamento limitado.
Acima de tudo, a Xbox Series S é mais um sólido pilar no excelente ecossistema da Xbox.