Análise – Tennis World Tour 2

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Tennis World Tour 2 é a segunda edição da franquia que muito prometia e pouco cumpriu em 2018. Dois anos volvidos e parece que pouco mudou.

Tennis World Tour 2

Considero que o ténis é um desporto com uma missão ingrata no que toca a vingar quando passado a videojogo. Sabendo que o primeiro videojogo da história a ser lançado foi o Pong (em 1958), cuja mecânica era baseada no ténis, ainda mais frustrante se torna a incapacidade de desenvolver um produto dentro da linha que funcione e faça justiça a esta modalidade.

Tennis World Tour tentou-o há dois anos e, à semelhança do seu rival (AO Tennis) ficou aquém do esperado. Tentou novamente em 2020 e continua a deixar algo a desejar em muitas áreas, desde o conteúdo à jogabilidade.

Não me interpretem mal. O jogo dentro do court é bastante satisfatório, com alguma diversidade de ações, exigindo alguma leitura de jogo, estratégia e conhecimento em relação ao desporto como um todo, mas podia ser muito melhor. É aquele caso típico em que o aluno podia estudar para tirar boa nota, mas só faz os mínimos para passar.

Indo por partes, porque há muito a discutir, vou começar pela jogabilidade. Apesar de satisfatória, a jogabilidade de Tennis World Tour 2 só não é melhor porque continua a ser pobre e subdesenvolvida à semelhança do capítulo anterior.

Na base de aprendizagem, tem a “Tennis School” que funciona como plataforma para ensinar os controlos básicos e o que é possível fazer com eles. No entanto, para quem não está familiarizado com este tipo de jogo, há dificuldade em perceber o efeito do analógico na direção que impõe à bola para cada tipo de batida nela (seja Flat Stroke, Slice, Top Spin, Drop Shot ou Lob), bem como a influência da força. É algo que outros jogos têm, como é o exemplo de FIFA (nos penálties), e ajuda a “ganhar calo” na aprendizagem da direção real face ao quanto mexemos o analógico e efeito na direção com a força dada. Posto isto, a ideia é boa, mas não tem a utilidade que devia.

Tennis World Tour 2

Os controlos em si estão um pouco mal aproveitados, sendo que o L1 e o analógico direito não têm qualquer utilidade em jogo, e os que têm parecem simplórios demais, tornando os jogos um bocado lineares. Tudo bem que há cartas que dão um boost à resistência, força, precisão e agilidade em momentos chave (a decidir pelo usuário) durante cada jogo, mas, mesmo com a introdução dessas cartas, este é um título um pouco insípido.

Pontos positivos para a influência do piso e temperatura na dinâmica do jogo. Ponto semi-positivo no que toca à motricidade dos tenistas, visto que é relativamente boa. Ainda assim, há margem para ser trabalhada, de forma a conferir mais naturalidade às mudanças de direção. Isto porque, no geral, os comandos são responsivos, mas falta ainda um pouco de sintonia entre estes e o real movimento do tenista nos passos extra que dá (claramente um glitch).

Após melhorado o movimento dos tenistas e clarificação da direção que cada batida dá à bola, não era de descartar a ideia de criar um assistente de direção e movimentação para quem se está a estrear neste tipo de jogos.

A nível de conteúdo, há alguns courts disponíveis por todo o mundo, mas falta muito licenciamento no que toca a tenistas. Com 36 no total, entre masculinos e femininos, estão em falta muitos jogadores chave. O Legends Pack adiciona Gustavo Kuerten e Marat Safin ao jogo, o que por si só sabe a pouco… Adicionarem mais lendas era uma boa forma de cativar mais fãs da modalidade a aventurarem-se no videojogo.

No que toca a menus e modos de jogo, creio que Tennis World Tour 2 tem os suficientes, estando bem estruturados/apresentados, mas sub-explorados. Entre jogo de exibição, torneio, modo de carreira e online, tinha altas expectativas para o modo carreira, mas saíram completamente furadas.

Tennis World Tour 2

O modo carreira é um fracasso autêntico. A falta de introdução e explicação de como funciona deixa quem embarca nele pela primeira vez completamente perdido. Não é por ser complexo, mas sim por não ser intuitivo. A agenda é confusa e as opções base não são fixas, sendo que há mudança de pestanas sempre que há interação com alguma delas de forma arbitrária.

A nível de treinos, exercício e staff técnico, há uma falta grave de objetividade e propósito. Seguramente o pior modo de carreira que já vi em muitos anos a jogar modos de carreira – chega a ser frustrante. O facto de sermos obrigados a começar com um tenista criado, com stats baixíssimos (não encontrei nenhum tenista tão fraco em todos os jogos e torneios em que participei), ainda torna a experiência mais frustrante.

Aconselho a começarem pelo modo de exibição para aprenderem os básicos do jogo e, só depois, porem as vossas habilidades à prova no modo torneio ou no modo online. O modo online funciona bem, mas não é muito populado… Cheguei a ter tempos de espera de dois minutos para encontrar um adversário, mas foi bastante fluido e sem lag.

Posto isto, o balanço final é positivo, visto que, apesar de conteúdo sub-desenvolvido, a jogabilidade é boa. No entanto, não é suficiente, deixando o jogo numa posição longe da esperada e relativamente longe do necessário para tornar a franquia Tennis World Tour numa franquia vencedora e bem sucedida no meio de jogos desportivos. Caso não gostem mesmo de ténis, não aconselho a investir no jogo.

Nota: Satisfatorio

Plataformas: PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch
Este jogo (versão Playstation 4) foi cedido para análise pela Upload Distribution.

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