Análise – Saints Row The Third Remastered

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À terceira é de vez.

Saints Row The Third Remastered

Lançado originalmente em 2011, Saints Row The Third chegou inesperadamente à Nintendo Switch em 2019. Agora, o título teve um novo lançamento no PC e nas restantes consolas modernas em forma de remasterização.

Confesso que, há uns anos, olhava para esta série com algum preconceito dada a sua natureza. Saints Row teve origem como um clone da série GTA, que, jogo para jogo, foi ficando mais louco, exagerado até que estabeleceu uma identidade única e de destaque em The Third. Na altura não me apercebi ou aceitei esse lado ainda mais satírico e, por isso, passou-me ao lado.

É por estar distanciado da série que tive algum gozo nesta remasterização. Não tendo um ponto de comparação com o original, pude abraçar aquilo que o jogo é e representa atualmente e pude perceber, em particular, o quão atual é.

Saints Row The Third é um jogo em mundo aberto com um foco especial na ação e aventura. Tal como muitos jogos do género, temos um mapa, neste caso citadino, com vários pontos de interesse e que pode ser explorado de forma livre ou entre viagens para cada uma das missões. A premissa do jogo é o controlo de distritos enquanto lutamos contra rufias, exércitos, forças especiais, entre outros.

Honestamente estava à espera de um jogo mais vazio e crude. O mundo é rico e, logo no início, temos um pequeno gosto daquilo que está por vir, uma narrativa que lembra filmes de ação e comédia cheio de momentos explosivos e espetaculares. E é neste aspeto que Saints Row The Third se destaca muito pela positiva, com a apresentação de um leque interessante de personagens e missões caóticas over the top que nos incentivam a explorar o mundo e a seguir a sua história à espera do próximo grande momento.

Saints Row The Third Remastered

Com um lado mais fantástico e cartoonesco, Saints Row The Third oferece um leque de armas, habilidades e veículos menos realistas, mas extremamente divertidos de se usarem. Não faltam armas estranhas, como lança-mísseis coloridos, shotguns de piratas, dildos para bater em inimigos, granadas de peidos, tanques, carrinhas de gelados e muito, muito mais.

Para juntar ao lado ridículo da coisa, temos ainda um extenso personalizador de personagem, onde podemos alterar imensos parâmetros e vesti-las das maneiras mais ridículas e fora de contexto.

É um jogo a ser jogo, sem vergonha de nada, mas com momentos bastante interessantes que nos apanham desprevenidos. Muitos deles são musicais, em que alguns temas licenciados começam a tocar ao ritmo de uma missão ou, noutras ocasiões, quando as nossas personagens, com estranhos sotaques, começam a cantar desafinadamente as músicas da rádio enquanto vamos para os diferentes objetivos. Não é um jogo para ser levado muito a sério, mas é precisamente isso o que o torna extremamente divertido de se jogar.

Este lado mais leve está diretamente ligado à sua jogabilidade árcade. As regras da física são atiradas pela janela, os carros rápidos (que podem ser personalizados) são definitivamente rápidos, os tanques virtualmente indestrutíveis, as motas são acidentes à espera de acontecer e o sistema de tiros na terceira pessoa é minimamente satisfatório. É na combinação de mecânicas com os objetivos propostos que o jogo se torna bastante divertido, mas não é difícil de ignorar que não é um jogo mecanicamente recente. As animações são rígidas e não há grande sensação de peso ou um controlo muito afinado. É, afinal de contas, um jogo de 2011 por baixo da nova máscara.

Contudo, o grande destaque vai para os visuais remasterizados. Preparado para resoluções 4K nas plataformas que o permitem, Saints Row The Third Remastered apresenta-se como um jogo que passava bem por um título atual, pelo menos a nível de apresentação.

As personagens cartoonescas são solidas e extremamente detalhadas, os cenários mais fechados são extremamente ricos em detalhes e objetos, as texturas de paredes, roupas, acessórios e adereços são realistas e o sistema de iluminação do jogo dá-lhe aquele toque dinâmico com as sombras e reflexos em superfícies mais brilhantes. Em cima disto temos imenso efeitos de pós-processamento, como motion blur, film grain e de partículas que tornam o jogo muito atual.

Saints Row The Third Remastered

Apesar de não ser possível atingir os 60fps sólidos nas consolas atuais, há uma forma de manter os 30fps constantes. Nesse formato, o jogo comporta-se extremamente bem e a jogabilidade é bastante responsiva.

Claro que, não jogando o jogo original, não tinha presente a sua imagem, mas Saints Row The Third Remastered faz um excelente trabalho em dar uma primeira impressão bastante positiva, no sentido em que, de facto, podia ser um jogo concebido para esta geração. E quando colocamos imagens ou vídeos de comparação com o original, a diferença é drástica, muito drástica, como se fosse um jogo praticamente novo.

É claro que as aventuras em Saints Row The Third Remastered podem tornar-se relativamente repetitivas. A cidade está repleta de pontos de interesse e, seja dia ou noite, a atmosfera e o ambiente meio futurista e decadente são bastante interessantes com os novos visuais. Mas há alguma falta de variedade de locais, exceto pelas missões que nos levam a sítios mais aprimorados. Já quando as coisas ficam muito caóticas a cidade parece perder muita da sua população, o que torna os momentos mais livres para espalhar o caos e destruição menos significativos.

Com estas novidades visuais e a inclusão de todos os DLCs e conteúdos lançados no original, Saints Row The Third Remastered parece ser uma excelente porta de entrada da série, que, esta geração, viu apenas um spin-off sci-fi de heróis, em Agents of Mayhem.

Com um humor absurdo, violência exagerada, muita sátira e momentos de ação épica, Saints Row The Third Remastered é simplesmente divertido. É ótimo para libertar o stress do dia a dia sem qualquer tipo de compromisso ou consequências que afetem o progresso do jogo.

Nota: Muito Bom

Plataformas: PC, Xbox One e PlayStation 4
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela Ecoplay.

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