Análise – Sage Barista Express Impress

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Nunca pensei que um sistema de dosagem inteligente fosse ser tão importante no meu dia-a-dia.

Aprender a gostar de café é um processo que se vai tornando habitual ao longo da vida. Começamos por beber com açúcar, depois passamos a beber sem açúcar, e a partir daí queremos experimentar sabores diferentes.

Quem tem por hábito beber café em casa, muito provavelmente opta pelo sistema de cápsulas. É só inserir e esperar que o líquido comece a sair. Mas quem procura ir mais além, sabe que beber café de cápsula não é suficiente, apesar da panóplia de marcas que aposta neste formato.

Desde cedo que me habituei a gostar de café, muito por culpa dos meus pais, que ao longo do tempo experimentaram não só máquinas da NespressoDelta Q e Nescafé Dolce Gusto, mas também máquinas automáticas de moer grão. Há uma panóplia de marcas com máquinas em que basta despejar os grãos de café, esperar pela moagem e pelo café propriamente dito. Já a Sage Appliances quer que façamos esse trabalho “manualmente”, pois só assim nos conseguiremos tornar verdadeiros baristas.

Utilizei esta mesma introdução quando elaborei a análise da Sage Barista Pro, gentilmente cedida pela marca, e agora volto a fazê-lo, pois tenho uma nova máquina que me tem deixado muito feliz: a Sage Barista Express Impress. Há prós e contras, mas, no final de tudo, tenho preferência por este modelo. Já vão perceber porquê.

Máquinas da Sage Appliances nesta ordem de preços (829,90€) acabam por ser bastante parecidas entre si no que toca ao unboxing – o que muda, no fundo, são as suas características e aquilo que são ou não capazes de fazer.

Dito isto, e ao fazer o dito unboxing, a experiência foi praticamente a mesma que no modelo Barista Pro, ainda que com uma ou outra diferença. Estão incluídos o manípulo de café de aço inoxidável, a jarra de leite em aço inoxidável, cestos de filtro de parede dupla (para usarem com café pré-moído), os cestos de filtro de parede única (para usarem com grãos de café moídos no momento), um filtro de água e suporte do filtro, um disco de limpeza, pastilhas de limpeza, um pincel de limpeza, uma ferramenta de ajuste de dose de precisão Razor e, ainda, um Vaporizador e ferramenta de limpeza de cesto de filtro. Vão, eventualmente, necessitar de utilizar todos estes acessórios, portanto guardem-nos num sítio seguro. A diferença? Aqui não há prensa… uma vez que ela está integrada neste modelo. Já lá irei mais detalhadamente.

A Sage Barista Express Impress traz também um depósito de grãos de 250g (com sistema de bloqueio para remoção, armazenamento e transferência fácil dos grãos de café) e conta com um moinho integrado com trituradores cónicos, seletor de grau de moagem, tabuleiro de armazenamento (localizado atrás da bandeja de gotejamento) para acessórios, bandeja de gotejamento removível com respetiva grelha e depósito de água removível de dois litros (onde colocam um filtro de água para reduzir o calcário e as impurezas). Esta é uma máquina que não conta com ecrã LCD, logo acaba por ter obrigatoriamente mais botões físicos.

Primeira utilização da Sage Barista Express Impress

Tratando-se de uma máquina de café expresso, requer alguns cuidados que outras máquinas automáticas não necessitam. Primeiro que tudo, devem instalar o filtro de água. Para isso, têm de lavar bem o suporte do filtro com água. Feito este passo, insiram o filtro nas duas peças do suporte do filtro. Seguidamente, devem remover o depósito de água da máquina, inserir o filtro no local indicado e, naturalmente, encher o depósito de água com água fria potável – por esta altura, certamente deverão saber que não devem utilizar água altamente filtrada, desmineralizada ou destilada, pois pode afetar o sabor do café. A Sage indica que devem substituir a água diariamente, mas deixamos essa decisão ao vosso critério.

Em seguida devem instalar o depósito de grãos na parte superior da máquina, rodando o botão para um correto bloqueio do mesmo. Depois basta enchê-lo com grãos de café frescos – recomenda-se que usem grãos de café 100% Arábica de qualidade com uma data “Torrado em” no saco.

Como já devem saber, uma primeira utilização de um novo produto requer sempre um ciclo inicial de limpeza. No caso da Sage Barista Express Impress, depois de terem feito tudo aquilo que mencionámos, basta premir o botão Power e seguirem as instruções que disponíveis no manual, mas é logo aqui que surge uma das diferenças relativamente ao modelo Sage Barista Pro. Enquanto que, este último, aquece em apenas três segundos graças ao sistema de aquecimento ThermoJet, a Barista Express Impress necessita de 55 segundos para ficar totalmente operacional. Basicamente, assim que a ligam, o botão do Power a piscar várias vezes, sendo que só parará de piscar quando passarem os 55 segundos. Se nos faz impressão? Nem por isso, porque enquanto retiramos o café usado, limpamos o cesto e enchemos o cesto com café acabadinho de moer com a dosagem certa. Nem damos por essa contagem.

A importância dos cestos de filtro

Lembram-se de termos falado dos cestos de filtro? Ora, existem para diferentes utilizações. Aquando da compra, a Sage Barista Express Impress traz quatro cestos: dois de parede única e dois de parede dupla. Decorem isto que vos vamos dizer: utilizem cestos de filtro de parede única (seja para uma ou duas chávenas) quando forem moer grãos de café no momento, pois permitem que façam testes com a moagem, a dose e a prensagem para criar um café expresso mais equilibrado.

Já se tiverem adquirido café pré-moído, seja de que marca for, devem utilizar os cestos de filtro de parede dupla? Porquê? Regulam a pressão e ajudam a otimizar a extração independente da moagem, dose, pressão de prensagem ou frescura.

Como já deverão ter percebido por esta altura, devem utilizar o cesto de filtro de uma chávena quando quiserem um café curto, e o cesto de filtro de duas chávenas quando quiserem dois cafés curtos ou, então, um único café, mas mais forte. Para indicação, o cesto de uma chávena serve para aproximadamente 8-11 gramas de café, ao passo que o cesto de duas chávenas serve para aproximadamente 16-19 gramas de café.

O tipo de moagem utilizada também é importante para a utilização destes cestos. Por exemplo, quando utilizarem uma moagem mais fina para um café expresso com o cesto de filtro de parede única, poderá ser necessário aumentar o grão de moagem para garantir que o cesto de filtro tem a dose certa. Parece complexo, mas é mesmo questão de habituação.

Falando da moagem propriamente dita, é, possivelmente, o passo mais importante para que os vossos cafés sejam um sucesso. Os mais entendidos deverão saber que o grau de moagem deve ser fino, mas não demasiado fino. É que o grau de moagem afeta a taxa do fluxo de água através do café moído no cesto de filtro e o sabor do café expresso.

Sendo mais específicos, se o café moído parecer pó, quase como se fosse farinha, isto fará com que a água não atravesse o café, mesmo sob pressão. Resultado? Um café com uma cor escura e um sabor amargo. Por outro lado, se a moagem for demasiado grossa, a água atravessa muito rapidamente o café no cesto do filtro. Neste caso, e contrariamente ao exemplo anterior, terão um café com falta de cor e de sabor.

Porém, cada pessoa tem o seu próprio gosto, e as medidas que eu utilizo podem não ser adequadas para outras pessoas. Existem, portanto, duas hipóteses: ou fazem diversos testes – arriscando-se a estragar muito café – ou, então, perdem uns minutos a ver uns quantos vídeos do YouTube e a ler testemunhos de outras pessoas e tentam replicar. Se se quiserem aventurar com testes, recomendo que comprem cafés mais baratos, por exemplo embalagens de 1kg que custem 5€ ou pouco mais, ao invés de apontarem logo para cafés que custa 30€/kg. Apostem em bom café somente quando já se sentirem minimamente confortáveis.

Uma vez que a Barista Express Impress não possui ecrã LCD, tal significa que o grau de moagem pode ser ajustado no lado esquerdo da máquina, através de uma pequena roda que regula os valores de a 1 a 25. Para uma forma de moer mais fina, basta que rodem o botão para trás; e para uma forma de moer mais grossa, é rodar para a frente. Quanto menor for o número, mais fina será o tamanho da moagem. Quanto maior for o número, mais grossa será o tamanho da moagem. Faz sentido, sendo que a Sage recomenda que comecem a moagem a 16 e vão ajustando – atenção que este valor pode ser claramente exagerado, é mesmo fundamental que façam os vossos testes.

Uma prensa integrada e um sistema de dosagem inteligente = café perfeito

Com a anterior Sage Barista Pro, e uma vez que era completamente novato com este tipo de máquinas, segui na altura a sugestão da marca: 15 de grau de moagem e 13 segundos a moer. Desta vez não fiz nada de disso, até porque dediquei-me a descobrir as maravilhosas novidades deste modelo: um sistema de dosagem inteligente e uma prensa integrada. E digo-vos: nunca pensei que fizesse tanta diferença.

Para já, a nível de sujidade. Enquanto que, no outro modelo, tinha de definir um tempo de moagem, retirar o manípulo com o cesto de filtro cheio de café moído, utilizar a prensa de 54mm, exercer a pressão necessária, limpar eventuais excessos e colocar o manípulo no local de extração, fazendo demasiada força a prendê-lo – o que significa que, mesmo assim, estava a utilizar café a mais -, a Barista Express Impress torna esses “problemas” coisas do passado, pois nunca foi tão fácil sabermos, ao certo, qual a quantidade de café ideal para cada extração.

Basicamente, o objetivo é terem café moído que fique a meio das barras indicadoras do nível de dose – a luz fica verde, precisamente para dar essa indicação. Se a dose for severamente insuficiente, surge uma luz vermelha, o que indica que necessitam de moer mais café. Aí, basta carregarem no botão DOSE, sendo que têm uma opção manual e uma automática. Acaba por ser natural se deixarem na opção manual, pois basta carregarem no botão, esperarem uns segundos que eventualmente irão decorar, e depois carregar no botão para parar.

E como é que sabem se a dose é excessiva, correta ou insuficiente? Graças à prensa integrada que fornece uma pressão constante de 10 kg na dose, finalizando com um giro profissional de 7° de barista para uma dose mais polida. Basicamente, a máquina tem um alavanca no lado esquerdo que deve ser empurrada para baixo para a posição final até que um sinal sonoro toque. Esta ação prensa o café moído no manípulo de café utilizando uma quantidade consistente de força de prensagem.

Recomenda-se, até para preservarem o seu movimento ao longo dos anos, que empurrem a alavanca de forma lenta e consistente. E após o sinal sonoro, devem soltar a alavanca lentamente para cima até à posição inicial. É graças a esta prensa integrada que a magia acontece, pois nunca foi tão fácil terem noção da dose perfeita.

No meu caso, foi uma aprendizagem bastante rápida, até porque o cérebro humano está ensinado a responder a cores para situações, e daí a Sage ter usado o verde para a dose correta e o vermelho para a dose insuficiente ou excessiva.

Na minha experiência, por exemplo, posso-vos dizer que, com a moagem em 7,5, a máquina fica a moer menos de 7 segundos para uma dosagem perfeita. Basta depois usar a prensa para ter essa certeza. Porém, deixo-vos uma dica: se a vossa dose estiver no ponto verde, mas mesmo assim o café não sair propriamente do vosso gosto, podem experimentar adicionar mais meio segundo de café moído, uma vez que a prensa continuará a detetar a dose como a correta. Fiz vários testes e, desde que não excedam esse valor, conseguirão uma extração equilibrada.

Mas tudo depende das vossas preferências. O que interessa é não terem um café sobre-extraído, que sabe amargo, e que pode acontecer com uma moagem demasiado fina e com demasiado café; e não terem um café sub-extraído, que pode acontecer com uma moagem demasiado grossa e com pouco café. Mas lá está, a partir do momento em que existe um sistema de dosagem inteligente, vai ser muito praticamente impossível falharem – só se o fizerem propositadamente para outras experiências.

Já a questão da inexistência do ecrã LCD acabou por não causar muita confusão. Basicamente, somente têm de assegurar-se que: definem o modo de dose automático/manual com o botão de ajuste da dose; que têm definido a opção de cesto filtro ou duplo, conforme a vossa necessidade, no botão de filtro; e que escolhem o botão com o desenho de uma chávena ou o botão com o desenho de duas chávenas, consoante o número de cafés que quiserem tirar. O objetivo, no fundo, é fazer com o ponteiro do indicador da pressão de extração do café expresso, localizado a meio da máquina, fique no meio da barra de café expresso enquanto a extração acontece. Se isso acontecer, caros leitores, então estão a fazer tudo bem.

A única coisa que senti realmente falta relativamente ao modelo Barista Pro é o facto de não ter nenhum aviso sobre a falta de água. Se, nesse modelo, a indicação surgia no ecrã, com a Barista Express Impress ou estou sempre atento, ou então reparo quando a máquina não extrair café, denunciando isso mesmo com um barulho algo ensurdecedor.

Quanto aos ciclos de limpeza, algo que ainda não tive de fazer, ao que consta a máquina dará esse aviso através de luzes que começam a piscar, pelo que é mesmo questão de ficarem atentos caso a máquina apresente um comportamento mais… estranho.

No final de tudo, já não consigo deixar de utilizar a Sage Barista Express Impress, que me veio facilitar imenso a vida, para nunca mais falhar a tirar aquele café perfeito.

Apesar do seu preço mais premium, trata-se de uma excelente aquisição a longo prazo e com selo de qualidade. É, por isso, mais que recomendada!

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Este equipamento foi cedido para cobertura pela Sage.

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