Riders Republic – Um brilhante mundo aberto de desportos radicais

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A fórmula arcade desta nova aposta da Ubisoft tem tanto de acessível como de realista e funciona lindamente, proporcionando momentos de diversão sem exigir muito de quem está a jogar.

Após 10 meses de adiamento, Riders Republic foi finalmente lançado e traz consigo a promessa de oferecer uma experiência com base em desportos radicais, que pode ser desfrutada em três categorias distintas, terra ou estrada (downhill/ciclismo de montanha), na neve (ski/snowboard) e até no ar (wingsuit/rocketwingsuiting). O sistema é de open world, num ambiente paisagístico belíssimo (sobretudo montanhoso) que agrupa sete famosos parques nacionais norte-americanos num só mega parque: Bryce CanyonYosemite ValleySequoia ParkZionCanyonlandsMammoth MountainGrand Teton.

Há uma panóplia de competições disponíveis dentro dos desportos que referi acima, com a particularidade das competições dedicadas aos desportos terrestres se ramificarem em freestyle e racing. Muitas dessas competições são oficiais e até baseadas em competições reais, tais como UCI Mountain Bike World CupRed Bull RampageRed Bull Joyride e os famosos X Games, entre outras. À semelhança dessas competições e graças à progressão nas mesmas, é possível assinar com patrocinadores (também esses reais) que vão ajudar a progredir na carreira com apoio financeiro.

Enquanto nas competições base se compete numa das três categorias de forma independente com o limite de 12 jogadores, volta e meia surgem mass events que compilam as três de forma intercalada e envolvem até 64 jogadores. Seja qual for a competição, há sempre prémios associados, seja em forma monetária, em novo material que proporciona vantagem competitiva ou até estrelas, que permitem subir o nível de prestígio e conseguir melhores patrocinadores e outros prémios.

Para além dos marcos para competições, existem também marcos de stunts, landmarks, de itens especiais e balões colecionáveis. Para ajudar a reduzir tempos de viagem no gigantesco mapa, existem vários marcos de fast travel espalhados pelo mesmo. Todos estes marcos ajudam em muito a ficar familiarizado com o território de Riders Republic, sendo os landmarks uma ideia magnífica, pois para além de darem uma perspetiva diferente a nível paisagístico com um sketch cinemático, dão contexto histórico real desses sítios. O motivo pelo qual os parques são tão fiéis à realidade prende-se com o facto de terem sido desenvolvidos recorrendo a dados de GPS reais e pelo facto da equipa responsável pelos “desenhos” ter feito visitas presenciais aos mesmos para ganhar sensibilidade com os pormenores.

No que toca ao jogo em si, é possível aproveitar o mapa ao máximo no modo offline, no chamado Zen Mode. Designação levada à letra, visto que lá não se passa absolutamente nada. São senhores de vocês próprios nesse modo, mas tudo o que há para fazer é andar de um lado para outro. A ação acontece toda no modo online, que é onde estão todas a competições, progressão de carreira, colecionáveis e milhares de jogadores em simultâneo (muito devido ao crossplay entre consolas e computadores).

Só para reforçar a ideia: milhares de jogadores em simultâneo. É uma loucura a quantidade de jogadores presentes em todos os cantos do mapa. No entanto, nunca fica a sensação de serem jogadores a mais, o que é fantástico. Isto também se deve ao facto de que, durante o jogo livre, todos os jogadores são ghosts, logo não interferem com o jogo uns dos outros (ao contrário do que acontece nas competições, que é um caos positivo).

Já os “meios de transporte”, para além dos que referi acima, contam ainda os “Explo & Boys” que incluem o moto de neve, paramotor, a rocket bike e os rocket skis. Com a exceção do paramotor (o rocketwing e o funkies aéreo têm mais potência), todos este veículos permitem ao jogador deslocar-se a velocidades alucinantes pelo mapa, numa experiência fantástica cuja sensação de velocidade é ótima (numa simbiose entre os efeitos visuais, sonoros e vibração do DualSense).

Já em aspetos técnicos, apesar de este ser um jogo arcade desenhado para ser acessível a todos os jogadores (longe de ser um simulador realista), as mecânicas dos diversos veículos estão bem desenhadas e as animações são, no geral, muito realistas, diversas e apropriadas à situação. Esta fiabilidade e autenticidade deve-se ao desenvolvimento desta componente, feita com ajuda de especialistas e atletas profissionais. As quedas têm algumas inconsistências, mas é normal quando estas acontecem a velocidades superiores a 200km/h – de referir que se pode dar flashback para as evitar ou carregando sucessivamente no círculo, com a personagem a ficar pronta para a ação de imediato. Somando os gráficos de boa qualidade a este desempenho fluído, temos um jogo bastante divertido e algo realista.

Quando pedi para fazer esta análise, foi sobretudo por Riders Republic ser um jogo de desportos radicais, mas nem me ocorreu do real motivo que me ia fazer gostar dele. Refiro-me ao facto de ser uma sandbox fantástica em open world. O meu fascínio só aumentou quando percebi que a dinâmica deste jogo rodava essencialmente em torno de downhill. Se soubessem as horas que passei em GTA V a subir e descer montanhas nos mais diversos veículos, só pela diversão que isso conferia, percebiam o que quero dizer.

Quem valoriza este tipo de coisas simples nos videojogos, isto é, jogar por gosto e não por objetivos/progressão, vai certamente compreender o meu ponto de vista. E a verdade é que a maior parte do tempo que passo em Riders Republic é só a andar de um lado para o outro, seja de bicicleta, ski, jetski, snowboard, rocketwing, entre outros. Se, por um lado, esta minha forma de jogar me permitiu perceber que este é um simulador algo arcade, por outro também serviu para ajudar a esmiuçar todas as mecânicas de jogo, chegando a uma conclusão mais fiel e realista sobre a jogabilidade do mesmo.

Para além disto, é um título que passa um estado de espírito muito positivo, de boa disposição e camaradagem, através de comentários e falas aleatórias que vão surgindo durante o mesmo. É impossível jogá-lo e sair mal disposto, fiquemos no top 3 ou em 50º lugar nas competições.

A conclusão a que chego é que Riders Republic serve lindamente três nichos de jogadores: os que adoram desportos radicais, os que adoram jogos open world e os mais pequenos por ser arcade e, por sua vez, acessível. Não é um jogo top tier, mas considero que, dentro da categoria que se encontra, está muito bem posicionado. Em relação ao tempo de vida do jogo, sinceramente, creio que seja até se fartarem, visto que há imenso por onde pegar para passar um bom bocado. Já o preço pode ser entrave, estando fixado nos 69.99€, mas se gostarem do estilo do jogo, considero um ótimo investimento.

Cópia para análise (PlayStation 5) cedida pela Ubisoft.

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