Análise – Ricoh Theta V – A câmara que vê tudo

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Apesar dos smartphones ocuparem atualmente um enorme espaço no segmento de câmaras fotográficas para os utilizadores mais casuais, são várias as marcas que continuam a apostar em dispositivos dedicados a determinados tipos de uso.

Uma dessas marcas é a Ricoh. Mais conhecida pelos equipamentos de escritório, como impressoras, por exemplo, tem também apostado em câmaras de filmar capazes de capturar a 360 graus.

Assim temos a Theta V, o terceiro e mais completo modelo desta linha. É uma câmara capaz de fotografar e filmar em 360 graus de forma tão fácil que é quase inacreditável.

Aparentemente simples

Com preços a rondar os 400€ para uma câmara que, teoricamente, apenas serve para esta função, pode ser um investimento descabido, mas rapidamente começa a fazer sentido quando começamos a explorar as capacidades e funções da Theta V.

Este pequeno dispositivo apresenta-se com um corpo metálico, robusto e extremamente fácil de agarrar, com o botão de captura muito bem posicionado para o nosso polegar.

Com duas gigantes lentes em cada lado, é indiferente designar qual a parte frontal ou traseira, sendo esse tal botão e os indicadores de modo as únicas referências da sua orientação.

De lado contamos com botões de ligar/desligar, a ativação de wi-fi e alteração de modo, foto ou vídeo.

Já na sua base vamos ter o orifício para usar um tripé ou um selfie-stick, a porta USB e uma porta áudio de 3.5mm para microfones, algo que não está presente nos modelos anteriores.

Depois temos o interior, algo que pode passar despercebido a muita gente, mas que é fundamental para perceber a promessa da Theta V e como se comporta na prática com uma utilização realista.

360 graus em alta definição

A Theta V vem preparada para capturar imagens de 360 graus a 12MP e vídeos a 360 graus com resoluções 4K, algo que, apesar de atual, sevela o mínimo essencial para um visionamento definido dos vídeos em ecrãs tradicionais de, por exemplo, 1080p.

Com estas características básicas requer-se um grande armazenamento, mas infelizmente a Theta V não dispõe de suporte para cartões e aparece limitada a “apenas” 19GB. Este não é um fator grave para quem se quiser dedicar à fotografia, contudo, para quem quiser apenas fazer vídeos, vai ter que se conter, especialmente se der total uso do armazenamento. E se o armazenamento interno é um fator limitador, também o é a sua bateria, que, com cerca de uma hora de utilização intensiva, fica completamente vazia.

Felizmente existe uma excelente simbiose entre smartphones e a Theta V, que pode ajudar na questão do armazenamento e não só.

A Theta V é capaz de operar independentemente. Com o modo pretendido selecionado, basta clicarmos no botão de captura para filmar ou tirar fotografias sem grande preocupação da sua orientação, pois estamos a captar tudo o que está em nosso redor.

No entanto, é através de um dispositivo móvel que podemos ter um controlo incrível no modo como queremos captar o mundo que nos rodeia.

Versátil e completa

A Theta V vem equipada com um processador Qualcomm Snapdragon e um sensor de imagem semelhante ao que encontramos, por exemplo, numa SLR, e que, em conjunto, permitem resultados incríveis para um equipamento como este.

Através da aplicação companheira, podemos escolher a melhor maneira de lidar com o ISO, dando-lhe prioridade, colocando em automático ou em modo manual, com valores entre ISO64 e ISO3200 em fotografia e ISO6400 em vídeo.

Podemos ainda fazer um melhor balanço de brancos em fotografia entre 2500K e 10000K (em vídeo é automático), ativar modos HDR, manipular o nível de exposição e até escolher entre velocidades de abertura. Em suma, todas as configurações manuais e automáticas encontradas numa SLR ou num smartphone bem apetrechado.

Em cima disto, podemos também assistir ao que a nossa câmara está a gravar em tempo real no ecrã dos nossos dispositivos, com uma imagem onde podemos navegar nos 360 graus da captura com o deslizar do dedo ou com recurso dos sensores giroscópios.

Ricoh Theta V

Outra grande vantagem do uso de um smartphone vai de encontro à questão do armazenamento, para onde podemos transferir todas as nossas capturas.

A ligação é feita via Wi-Fi, da mesma forma com que podemos controlar a câmara, e a velocidade de transferência é incrivelmente rápida, permitindo uma flexibilidade e gestão das capturas muito grande. No entanto, vídeos longos, para cima de 20 minutos, não serão possíveis pela limitação dos 19GB internos.

Um aspeto menos positivo nesta ligação Wi-Fi é a impossibilidade, pelo menos nos dispositivos que usámos, de mantermos uma ligação a internet em simultâneo (via dados), ou de, por vezes, haver dificuldades na conexão entre equipamentos. É raro acontecer, mas quando acontece pode ser irritante.

Outra funcionalidade prometida pela Ricoh é a possibilidade de fazermos live-streaming com esta câmara. Infelizmente nem na aplicação do smartphone nem na do PC (Windows 10) foi encontrado este modo. A Ricoh promete uma atualização de firmware para breve, mas na atual tal ainda não é possível.

Quanto a resultados, estes são tão bons quanto expetáveis. Tudo depende do ambiente e do local onde vamos fazer as capturas, assim como o modo de configuração que usamos, mas, mesmo em automático, tudo é mais do que satisfatório quando as condições são ideais.

É muito interessante tentarmos encontrar nas nossas capturas a zona da imagem em que a captura de cada lente se cola, onde é apenas percetível na base da imagem um pequeno corte quer nas fotos, quer nos vídeos.

Interessante é também a captura de som espacial em 360 graus, que permite que os sons captados coincidam com a posição da sua fonte no ecrã, algo semelhante com a tecnologia encontrada nos Nokia 8, e que, contrariamente a esse dispositivo, aqui resulta bastante bem, se usarmos o nosso smartphone e um par de auriculares para rever as nossas capturas.

No entanto há alguns pontos negativos, nomeadamente no desfocar cromático em algumas zonas mais distorcidas da imagem, sendo mais percetível quando fazemos zoom, e a existência de reflexos de luz nas lentes, ofuscando algumas áreas da imagem.

Mas isto não afeta gravemente a experiência, uma vez que, em termos gerais, as imagens saem perfeitas para captar as nossas aventuras (especialmente com utilização do HDR) e partilhá-las nas redes sociais.

A Theta V faz o que os smartphones (ainda) não fazem

Dar cerca 400€ por um equipamento destes, como indicámos no início, pode ser um investimento avultado, mas não é um investimento vazio. Com a Theta V, a Ricoh vai muito direita ao assunto naquilo que pretende e tira partido das melhores tecnologias e materiais de construção para fazer um equipamento bem mais completo e versátil do que aquilo que se espera.

Considerando que é um excelente companheiro para um smartphone de média gama e que a captura a 360 graus ainda está longe de existir com esta qualidade (4K) e versatilidade nesse tipo de equipamentos, a Theta V é uma excelente solução para quem quer registar as suas aventuras de uma forma mais imersiva.

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