Análise – MotoGP 20

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O simulador oficial da MotoGP está de volta. Depois da melhoria abismal de 2018 para 2019, as expetativas eram altas. Não desiludiu!

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Já lá vão 19 anos desde que comprei um jogo desta franquia (MotoGP 2001). E dito isto sinto, oficialmente, que estou a ficar velho. Com base no pouco que fui acompanhando do desenvolvimento de MotoGP, uma coisa sobre a qual este novo jogo me fez refletir é que os simuladores de corridas são cada vez mais fiéis à realidade, o que os torna muito mais exigentes do que eram há 5-10 anos.

E se, no passado, MotoGP era um jogo de ocasião, como Gran Turismo ou Formula 1, onde qualquer miúdo ou graúdo o comprava por ser um simples jogo de corridas e o dominava numa semana, agora a história não é bem assim. E ainda bem.

Os motores que suportam este tipo de jogos evoluíram bastante e, com a nova geração de consolas à porta, a sua evolução está acima das expetativas. Apesar de não ser tão fácil começar a jogar e chegar logo a um nível de domínio como outrora, MotoGP 20 incluí mecanismos de suporte de condução que ajudam até os mais principiantes a ganhar calo e perceção de controlo da moto.

Há muitos pontos positivos na mecânica de jogo. Um deles vai para o desgaste de pneus, mais fiel à realidade (não é uniforme), tendo sido dividido em três zonas (Direita, Central e Esquerda) onde esse desgaste é influenciado pela pista, quantidade de combustível e condução, sendo que a quantidade de combustível também afeta toda a física envolvente da moto.

Outro destaque, e neste caso fundamental, é a gestão de combustível (percebi isso a mal logo no meu primeiro Grande Prémio, pelo motivo de ter ficado a pé a meio). Ao contrário dos treinos/qualificações, nas corridas não há possibilidade de reabastecer, logo é preciso otimizar o consumo de combustível ao máximo para garantir que é possível terminar as corridas.

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Em MotoGP 20, a aerodinâmica das motos tornou-se mais realista, logo quaisquer danos sofridos por colisões ou quedas podem influenciar o desempenho da moto durante o resto da corrida. E o que dizer do “ANNA”, o sistema de Inteligência Artificial baseado em “machine learning” de MotoGP? Bom, está a crescer a um bom ritmo. Se no ano passado aprendeu a competir em alta velocidade, em 2020 aprendeu toda a teoria que se prende com gestão de desgaste de pneus e estratégias de uso de combustível, prometendo uma experiência mais desafiante.

No que toca a gráficos, e se, por um lado, deixam a desejar em toda a dinâmica nas pit-stops, em pista não podiam ser mais realistas e satisfatórios. Os cenários sofreram melhorias a vários níveis, entre eles as condições meteorológicas, estruturas das pistas e os danos sofridos na moto durante a corrida. O desempenho do jogo também é um ponto de destaque, especialmente nas consolas premium, a PS4 Pro e a Xbox One X, onde os jogadores têm a opção de aumentar a qualidade e performance do jogo.

Com o “modo de performance” ativo, é possível obter uma experiência estável até 60 fps. E para ajudar ao realismo e à imersão da experiência, pela primeira vez na história do MotoGP, todos os Team Managers mais icónicos foram incluídos no jogo.

A nível de modos de jogo, tanto se podem entreter a fazer time trials, Grand Prix ou Championship no modo rápido, como podem levar a vossa perícia para o palco mundial e competir em multiplayer. Há um pouco de tudo para todos.

Aliás, no que toca à experiência multijogador, é importante saberem que existem servidores dedicados que prometem uma experiência agradável com baixa latência, ligação de qualidade e alta largura de banda em parceria sob a alçada da Amazon Web Services. Até ver não tenho tido razão de queixa, mas isso pode ser por estar habituado à qualidade medíocre dos servidores de FIFA. E já que falei em FIFA, onde perco dias de vida no modo de carreira como treinador, preferindo-o ao Ultimate Team, em MotoGP também podem jogar no modo carreira ou modo histórico, que se assemelham muito aos dois modos de FIFA que referi, respetivamente.

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O modo histórico oferece a possibilidade de competir usando ícones da história da competição, ganhando créditos para desbloquear mais ícones (46 disponíveis) ou motos célebres (43 disponíveis). Porém, foi mesmo o modo carreira que mais me surpreendeu, pois tendo menos variáveis do que FIFA, consegue ser mais elaborado e bem explorado/aproveitado. No início, há a opção de assinar contrato por uma das equipas oficiais (low-tier) ou criar uma equipa nova.

Já no decorrer da carreira, é fundamental saber gerir os fundos disponíveis de forma a ser possível contratar o staff necessário (Personal Manager, Chief Engineer e Data Analyst). Para além disso, ainda existe o departamento de Research & Development, que é responsável por todo os trabalho de investigação e desenvolvimento da moto em uso, de forma a torná-la mais eficiente em vários aspetos.

Depois de, em 2019, MotoGP se ter reinventado, mudando por completo o motor de jogo e conseguindo o capítulo mais bem sucedido até à data, este ano não fizeram por menos e otimizaram a experiência com todas as novidades introduzidas (para além de todas as que referi). Como jogador pouco dedicado a simuladores de corrida competitiva, posso dizer que estou bastante surpreendido com a experiência que tive até agora com MotoGP 20.

É óbvio que não é um jogo para toda a gente, mas posso garantir que, se tiverem curiosidade e tempo, este MotoGP 20 é um bom investimento.

Nota: Muito Bom

Plataformas: PC, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch
Este jogo (versão PlayStation 4) foi cedido para análise pela TNPR.

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