Otimizado para as consolas de nova geração, Ghostrunner está de volta um ano depois com visuais deslumbrantes, mas com mecânicas por vezes difíceis de perceber como dominar.
Ghostrunner é um jogo futurista de avanço em plataformas, na primeira pessoa, onde a personagem principal usa uma espada para derrotar os adversários. Como caracterizar este jogo? Parece Blade Runner com os seus elementos cyberpunk, com ninjas e parkour à mistura, mas rated-R. Um conceito no mínimo intrigante e original.
Este jogo desenrola-se num cenário pós-apocalíptico futurista, em que a personagem principal é um ser humano alterado tecnologicamente que acorda após ser atirado de uma torre, mas com poucas memórias do que se passou, quem ele é, como chegou até ali e porque é que tem uma vontade tremenda em desmembrar pessoas que se atravessam no seu caminho, sendo guiado pela voz de alguém que se auto-denomina de arquiteto. Não é o enredo mais interessante, mas a narrativa está bem conseguida e ajustada ao ritmo do jogo, bem como o voice acting, que acrescenta o tempero necessário para nos envolver na história.
Caso jogos desafiantes que exijam reflexos super-sónicos e uma destreza elevada no controlo do comando sejam a vossa praia, vão ter um field day com Ghostrunner. O facto de ser um jogo de um hit para matar/morrer ainda afasta mais este jogo do público geral. A única arma palpável que existe à disposição dos jogadores é a espada (mais tarde são apresentadas outras opções através de boosts), mas, quando o movimento é bem aproveitado, torna-se uma arma letal.
A cada nível é sempre apresentado algo novo aos jogadores, seja um novo tipo de inimigo (acompanhado de uma nova habilidade para lidar com ele), seja uma nova forma de trilhar caminho. Para além disto, a progressão no jogo não é 100% linear, pois em cada zona de combate há inúmeras formas de proceder durante o mesmo. Esta constante introdução de game changers e leque de opções faz com que o jogo nunca se torne aborrecido ou repetitivo.
Para além do modo de jogo por níveis, que comporta a história base, ainda há mais dois modos de jogo: um de progressão temporizada onde a velocidade é a chave e outro de survival contra ondas de inimigos, maiores e mais complexas a cada patamar.
No geral, a sensação de física do jogo é muito boa, exceto num nível mais avançado com plataformas rotativas, mas não é grave, de todo. A jogabilidade é ótima e o combate idem, com desempenho acima da média, sem qualquer delay. Os menus são simples e intuitivos. Já os gráficos são a cereja no topo do bolo. Visualmente, o jogo é impressionante e maravilhoso, tal é o realismo e detalhe.
Ghostrunner não é um jogo para toda a gente. Sinto que nem para mim é, dado o quão desafiante consegue ser. Diria que está direcionado para um nicho muito específico de jogadores que, para além de destreza, vão precisar de paciência e persistência, até porque morrer dezenas de vezes por nível é algo normal. As boas notícias são que o respawn após a morte é instantâneo e os check points são constantes.
Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela 505 Games.