Análise – Dissidia: Final Fantasy NT – Muito Fan-Service num jogo complicado

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Apesar de já irmos no Final Fantasy XV, a conhecida saga tem tido, ao longo dos anos, vários spin-offs. Um dos casos é Dissidia Final Fantasy, que foi lançado para a PSP em 2009, e que colocava diferentes personagens dos diversos jogos de Final Fantasy a lutar entre si.

Depois surgiu Dissidia 012 Final Fantasy, em 2011, e, mais recentemente, Dissidia Final Fantasy, em 2015, para as máquinas arcade no Japão. E foi precisamente esta versão, modificada e melhorada, que chegou à PS4 no passado mês de janeiro com o nome de Dissidia Final Fantasy NT.

Pelo que disse, já conseguiram perceber que a fórmula não é propriamente inovadora. No entanto, o facto de podermos escolher diversos personagens da saga Final Fantasy para andarem à pancada entre si, sem ser na opção por turnos, é algo que acaba por chamar à atenção de fãs (e não fãs) para este Dissidia Final Fantasy NT.

Este novo título foi desenvolvido pela Team Ninja, conhecida pelas franquias Dead or Alive e Ninja Gaiden, e pela Koei Tecmo, em parceria com a Square Enix, e, além de dar seguimento aos anteriores jogos que referimos para a PSP, serve também como celebração dos 30 anos da série Final Fantasy.

dissidia final fantasy nt 01

A história diz-nos que a dimensão do Mundo B ressurgiu devido à guerra entre Materia, Deusa da Protecção, e Spiritus, Deus da destruição. Cada um deles convocou heróis e vilões e, contrariamente aos jogos anteriores, todos estes guerreiros recordam-se dos eventos passados. Esta é a premissa do jogo.

Antes de nos iniciarmos, é recomendável fazer o tutorial em todas as suas vertentes de forma a dominar todas as mecânicas de jogo. Assim que terminamos, chegamos ao menu principal… que tem apenas três modos principais: Online, Offline e História.

Como é natural, enveredei logo pelo modo História… ou assim o pensava. Acontece que não é possível jogar o modo logo de inicio; primeiro, temos de jogar nos modos online/offline e subir de nível, algo que nos dá acesso a um ponto de Memória, um tesouro e “gil” (dinheiro do jogo). Esse ponto de memória dá-nos acesso a um dos mais de 30 pontos predispostos numa espécie de teia interligada, que mais não passam de várias cinemáticas com algumas lutas pelo meio.

Não pensem que por desbloquearem um ponto de memória isso dará acesso a outros, não. Têm mesmo de jogar os modos online/offline para desbloqueares todos os pontos. Isto não faz qualquer sentido e tira toda a vontade de concluir este modo História, se é que lhe podemos chamar assim. Parece que foi colocado no jogo às três pancadas e sem qualquer objetivo definido.

Deitando por terra qualquer demanda em terminar o modo história, foquemo-nos nos outros dois modos. O offline é composto pelo Gauntled Mode, em que temos combates sucessivos com oponentes cada vez mais poderosos, e pelo Sparring Match, em que temos um objetivo diferente. Depois há o online, com as mesmas opções.

Convém ter em conta que este é um título de luta 3 vs 3 e que contempla 28 personagens base dos jogos principais da série Final Fantasy. Apesar de termos uma equipa de três personagens, só controlamos uma, ficando as outras duas à mercê de uma inteligência artificial que deixa muito a desejar.

Além das várias personagens, temos 15 arenas que podemos escolher livremente. E sim, verão aqui nomes icónicos como Cloud Strife, Sephiroth, Tidus, Lightning ou Noctis Lucis Caelum, só para citar alguns.

Os lutadores dividem-se por quatro categorias: Vanguard, fortes nos combates de perto, mas com pouca mobilidade; Assassin, são muito rápidos mas fracos nos combates; Marksman, muito bons em combates de longe, mas péssimos no corpo-a-corpo; e Specialist, que contém habilidades únicas.

O objetivo de cada combate, como seria de esperar, é o de sermos a melhor equipa nas lutas. E isto é possível de duas formas: ou através do standard match, em que roubamos os bravery points ao nosso inimigos de forma a derrotá-los, ou através do Core Battle, em que temos a missão de destruir o cristal dos adversários e evitar que o nosso seja destruído. Neste caso, quando um adversário está dentro da esfera que protege o cristal, não é possível causar dano, o que nos obriga a ter alguma criatividade para ganhar a partida.

Quem conhecer ou for fiel à saga, irá arregalar os olhos ao perceber que pode fazer vários ataques conhecidos dos jogos Final Fantasy, invocar summons, entre outros. Mas calma, se pensam que vão carregar nos botões aleatoriamente ao estilo de um Beat ‘em up e ganhar o combate, esqueçam. Não basta carregar no botão X ou quadrado para ganhar a partida, não; daí a importância dos tutoriais para saberem como agir.

A jogabilidade do jogo é bastante frenética, demasiado até. O caos é constante nos combates, mas, sinceramente, preferia um caos mais controlado. Podem andar pela arena livremente, voar, desviarem-se dos ataques dos inimigos, tudo aquilo a que estamos habituados num jogo de luta do género. É também fundamental que dominem os gatilhos dos comandos para trocarem de alvo, caso contrário terão bastante dificuldade.

Apesar de frenética, a jogabilidade acaba por ser bastante repetitiva, pelo que farão o mesmo vezes e vezes sem conta até atingirem os objetivos. É um jogo que até pode entreter durante várias horas, especialmente se jogarem com amigos, mas eventualmente irão fartar-se. Além disso, a câmara apresenta alguns problemas e nem sempre consegue acompanhar os vossos alvos, o que faz com que não saibam onde está o vosso adversário de jogo na arena.

O online é a parte central deste jogo. Estamos a falar dos mesmos modos que existem no modo offline, mas com a diferença de que,  podemos criar equipas de 3 jogadores. Aqui, como já não estamos perante uma IA deficiente, irão precisar de muita estratégia e perícia para eliminarem os vossos adversários. Não vai ser pêra doce. E tendo em conta a reduzida importância que deram ao modo offline, será precisamente contra outros jogadores que irão perder mais tempo em Dissidia: Final Fantasy NT.

A nível gráfico, é um portento. O design do jogo é incrível. As áreas são belíssimas e as personagens são encantadoras no que toca ao grafismo. Pode haver uma ou outra que não esteja fielmente retratada, mas regra geral o jogo apresenta um visual impressionante.

As vozes também cumprem o esperado, embora nem todas as personagens estejam no ponto. Já a banda sonora é épica e, além de novos temas, apresenta-nos faixas de anteriores títulos da saga. Quando ouvidas no meio de um caótico combate, o ambiente torna-se muito intenso.

Resumindo, Dissidia: Final Fantasy NT parece um jogo inacabado. Tem um modo história sem qualquer nexo e poucos conteúdos para serem adquiridos. Apesar da boa jogabilidade e gráficos muito bem conseguidos, acaba por ser repetitivo ao fim de algum tempo e peca por não ter um “verdadeiro” modo de jogo.

Dissidia: Final Fantasy NT
Nota: 7/10

O jogo (versão PS4) foi cedido para análise pela EcoPlay.

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