Apesar da demolição, o presidente da Câmara admite a possibilidade de o edifício ser desmontado e reinstalado noutro local, uma solução que já foi aplicada em outros casos na cidade do Porto.
O Município do Porto vai avançar com um pedido de indemnização pela necessidade de demolir a recentemente reabilitada Quinta do Mitra, cuja renovação em maio de 2023 implicou um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros. A decisão surge após a confirmação de que o edifício será removido para viabilizar o traçado do projeto ferroviário de alta velocidade, gerido pela Infraestruturas de Portugal (IP).
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, recordou que a intervenção na Quinta do Mitra foi realizada no contexto do projeto do Terminal Intermodal de Campanhã, aprovado há uma década. A Câmara assumiu a reabilitação do edifício, que estava sob a gestão da Junta de Freguesia de Campanhã, como parte do esforço de preservar o património histórico da cidade. Além disso, foi construído um passadiço para ligar a estrutura ao conjunto do terminal, em linha com os planos iniciais.
Contudo, os recentes desenvolvimentos relacionados com o traçado da alta velocidade forçam agora a demolição da Quinta do Mitra. Rui Moreira lamenta a situação, sublinhando que o corredor ferroviário de Campanhã já estava definido há vários anos. O autarca revelou que a autarquia foi informada, há alguns meses, de alterações no projeto que incluem uma ligação subterrânea ao aeroporto, tornando inviável a manutenção do edifício no local.
A Infraestruturas de Portugal comunicou oficialmente ao Município que, devido a requisitos técnicos da ferrovia, não será possível preservar a Quinta do Mitra. A confirmação foi divulgada à agência Lusa, reforçando o impacto desta decisão no património recentemente recuperado.
A Quinta do Mitra chegou a ser ponderada como a futura sede da Empresa Metropolitana de Transportes. Segundo Rui Moreira, o local parecia ideal, dada a localização e o simbolismo histórico do edifício. No entanto, os planos foram comprometidos pelas novas exigências do projeto ferroviário.
Apesar da demolição, o presidente da Câmara admite a possibilidade de o edifício ser desmontado e reinstalado noutro local, uma solução que já foi aplicada em outros casos na cidade do Porto. Contudo, essa decisão depende de um estudo mais aprofundado e de futuras deliberações.