Uma coisa é certa: tudo será diferente a partir de agora nos restaurantes que conhecemos.
O Governo já o disse: Após ser levantado o Estado de Emergência, o comércio começará a reabrir aos poucos, de 15 em 15 dias. O objetivo é começar pelos negócios de bairros, pequenos estabelecimentos e, gradualmente, ir passando para as grandes superfícies.
Mas e isso no caso dos restaurantes, um setor gravemente afetado por esta pandemia de COVID-19? Bom, o Governo já terá preparado um guião que permite aos restaurantes reabrirem em segurança.
Jorge Santos, empresário da restauração e responsável pelo BB Gourmet no Campo Alegre, no Porto, dá exemplos de algumas regras em entrevista à Agência Lusa.
“O cliente deverá reservar para poder aceder ao restaurante. À chegada iremos medir a temperatura do cliente e, se não corresponder [a um valor seguro], não poderá entrar. Depois levá-lo à mesa. Na mesa, deixaremos cerca de dois metros de distância para a mesa do lado. A escolha do menu será numa aplicação no telemóvel ou no ‘tablet’ do restaurante”, enumera Jorge Santos.
Estas são algumas regras interessantes, mas nem todos os estabelecimentos deverão conseguir implementá-las, isto se forem obrigatórias para todos os espaços. Afinal de contas, dar tablets aos clientes para que estes possam fazer os pedidos significa um custo monetário bastante significativo, principalmente para pequenos negócios.
O mesmo acontece para a questão da app no smartphone, pois desenvolver uma aplicação para dispositivos móveis também acarreta custos.
Já para que a comida chegue às mesas, os funcionários terão de estar munidos de viseiras, máscaras e luvas.
E no que toca ao pagamento? Bom, será dada a possibilidade de pagamento online (MB Way, presumivelmente) ou “dinheiro certo”, de modo a que não seja necessário andar a mexer em trocos.
Além disso, e com o distanciamento social, a capacidade de lotação dos espaços deverá diminuir em cerca de 50%. Por exemplo, no caso do BB Gourmet, se antes existia capacidades para cerca de 100 clientes em simultâneo, nos meses que se seguem a capacidade será de 40 a 50 clientes em simultâneo.
Já no que toca aos funcionários, será feita realização de testes, bem como medição da temperatural corporal à entrada e saída dos turnos.
De resto, e também em entrevista à Lusa, o presidente da associação nacional de restaurantes PRO.VAR (Promover e Inovar a Restauração Nacional), Daniel Serra, recomenda aos empresários do setor que façam uma “desinfeção integral” das mesas e cadeiras após os clientes se irem embora. É que “tem de haver segurança absoluta dos trabalhadores e confiança do cliente para frequentar o restaurante”.