Ninja Gaiden 4 – Review: Rails e Ninjas

- Publicidade -

A PlatinumGames procurou repetir o sucesso de NiER: Automata e de Metal Gear Rising: Revengeance com Ninja Gaiden 4 e no que toca ao sistema de combate, o saldo é positivo. No entanto, o jogo sofre de level design demasiado restritivo, má narrativa e uma direção de arte que deixa muito a desejar.

É difícil pensar que Ninja Gaiden esteve em hibernação durante 11 anos. Podemos argumentar que este número é falacioso, já que Ninja Gaiden: Master Collection foi lançada em 2021, mas no que toca a títulos originais, sejam sequelas ou spin-offs, a série manteve-se inativa desde o lançamento desastroso de Yaiba: Ninja Gaiden Z em 2014. Seria um desserviço à série da Koei Tecmo terminar num ponto tão baixo, num jogo que a maioria dos fãs esqueceu – ou então procurou esquecer -, e tivemos de esperar até 2025 para recebermos novas aventuras de Ryu Hayabusa e do seu clã de ninjas. No entanto, este regresso não é encabeçado pela Team Ninja, agora focada na série Nioh e no género soulslike, e a passagem de testemunho trouxe The Game Kitchen, que desenvolveu Ninja Gaiden: Ragebound, para a saga, mas também a icónica PlatinumGames, que ficou encarregue de desenvolver a nova sequela.

Ninja Gaiden 4 apresenta todos os trunfos da PlatinumGames, com um sistema de combate rico e profundo, repleto de combinações para dominarmos e um leque de habilidades pensadas para criarem uma ponte entre a acessibilidade e a mestria, mas também as suas limitações. O level design deixa muito a desejar e a narrativa, que se assume como uma sequela, centrada na presença do monstruoso Dark Dragon, pouco ou nada faz com uma estrutura previsível e a introdução de um novo protagonista, Yamuko, que tenta ser a antítese de Ryu e acaba por ser apenas uma imitação barata. Em vários sentidos, Ninja Gaiden 4 é o equivalente a Devil May Cry 4, para o bem e para o mal, mas com ainda menor foco no protagonista da série. Ryu Hayabusa é relegado a uma mão cheia de missões que representam um ponto baixo na campanha e depois atirado para o estatuto de personagem adicional no final da aventura.

Não existem dúvidas de que o sistema de combate foi pensado para as dificuldades superiores, assim exige o género, e existe aqui profundidade suficiente através da presença de várias armas e habilidades desbloqueáveis, com a PlatinumGames a centrar os confrontos nos parrys e contra-ataques implacáveis. Ninja Gaiden 4 é sangrento e respeita o legado da série ao adicionar estrategicamente as novas habilidades de Yakumo na equação, com grande destaque para os poderes Bloodraven, mas foi um jogo que ficou progressivamente mais cansativo, previsível e até menos intenso do que esperava. Será um problema do jogo e da direção da PlatinumGames ou será apenas um caso de expetativas que não foram cumpridas? Apesar de acreditar que Ninja Gaiden 4 é objetivamente um bom jogo, sou obrigado a concluir que ambos partilhamos a culpa.

Cópia para análise (versão Xbox Series X|S) cedida pela Xbox.

João Canelo
João Canelo
Crítico de videojogos, Guionista, Professor e o responsável pelo melhor mortal nas aulas de Educação Física em 2002. Um aficionado por jogos peculiares.
- Publicidade -

Deixa uma resposta

Introduz o teu comentário!
Introduz o teu nome

Relacionados