O novo processador Kirin X90 poderá impulsionar a Huawei no mercado de smartphones.
A Huawei poderá estar prestes a regressar ao topo da indústria de smartphones, com uma reviravolta tecnológica e logística. A empresa chinesa revelou o Kirin X90, o seu mais recente processador de 5nm, desenvolvido internamente e fabricado pela SMIC, ou seja, que será fabricado na China, abandonando assim a dependência de produção de processadores nos Estados Unidos da América.
Esta novidade foi confirmada por Ren Zhengfei, fundador e CEO da Huawei, que sublinhou tratar-se de uma geração apenas atrás dos chips mais avançados do mercado, que são gravados no processo de 3nm e utilizados por tecnológicas como a Apple e a Samsung. Apesar de a concorrência já preparar a transição para os 2nm, a Huawei demonstrou que está novamente na corrida.
É uma situação também particularmente significativa, à luz das sanções impostas pelos Estados Unidos desde 2019, que limitaram o acesso da marca a tecnologias-chave, incluindo semicondutores de ponta, arquitetura ARM e o ecossistema Android. Desde então, a empresa tem trabalhado para reduzir a sua dependência de soluções ocidentais, com destaque para o desenvolvimento do sistema operativo HarmonyOS, a AppGallery e, agora, uma cadeia de fornecimento de hardware praticamente autónoma.
Recorde-se que, no segundo trimestre de 2020, a Huawei chegou a liderar o mercado global de smartphones, e com o novo Kirin X90 a empresa poderá marcar o início de um regresso a essa posição, com os primeiros dispositivos equipados com esta tecnologia a surgirem já nos próximos trimestres.
Embora o impacto comercial a curto prazo dependa de fatores como produção em escala e aceitação internacional, o sinal é claro, a Huawei está a ultrapassar as barreiras tecnológicas e políticas que há poucos anos pareciam intransponíveis.
