O GPMI é uma nova tecnologia que promete revolucionar a forma como ligamos dispositivos.
O HDMI é o atual padrão de ligações que encontramos na maioria dos dispositivos modernos, nomeadamente na transferência de dados em vídeo. Agora, surgiu uma nova proposta chinesa, a a General Purpose Media Interface (GPMI) que promete rivalizar o HDMI mas também outros protocolos como o popular DisplayPort usado em monitores de computadores e o Thunderbolt.
O GPMI nasceu de uma colaboração entre mais de cinquenta empresas chinesas, incluindo a Huawei, TCL e Hisense, com o objetivo de simplificar a forma como ligamos os nossos dispositivos. O conceito do GPMI passar por unificar num único cabo com funções que, até agora, exigem ligações separadas e muitas vezes complicadas, não incluindo apenas vídeo e áudio de ultra-alta definição, mas também transferência de dados, ligações de rede e, especialmente, fornecimento de energia — algo que o HDMI nunca integrou de forma nativa.
O GPMI surge, então, como uma solução para resolver a habitual a sobrecarga de cabos que frequentemente encontramos na parte traseira de televisores, monitores, soundbars e outros dispositivos, ao mesmo tempo que promete um desempenho superior aos protocolos atuais.
Enquanto o mais recente HDMI 2.1 oferece uma largura de banda de 48 Gbps, o GPMI, na sua versão Tipo C, já alcança uns impressionantes 96 Gbps de largura de banda e 240W de entrega de energia, enquanto a versão Tipo B, voltada para cenários profissionais, atinge os 192 Gbps de largura de banda e até 480W de entrega de energia. Esses valores abrem novas possibilidades de utilização, como a possibilidade de ligar dispositivos com requisitos de desempenho elevados utilizando um único cabo.
Para além da largura de banda e do fornecimento de energia, o GPMI também se destaca pela integração de um sistema de controlo bidirecional, semelhante ao HDMI-CEC. Este sistema permite que os dispositivos ligados comuniquem entre si de forma inteligente, tornando a experiência do utilizador mais fluida e integrada. Outro aspeto importante é a sua capacidade de suportar topologias em cadeia, permitindo que vários dispositivos sejam ligados em série utilizando um único cabo partindo da fonte. Isso pode revelar-se particularmente útil em ambientes profissionais ou em configurações de vário monitores compativeis, onde será possível reduzir a quantidade de cabos utilizados.
Apesar de todas estas promessas, a adoção do GPMI fora da China poderá ser um grande desafio. A iniciativa que deu origem ao GPMI começou em 2019, com a criação da 8K Alliance em Shenzhen, e em 2024, o projeto recebeu a certificação SVID (Specific Vendor ID) pelo consórcio USB. Essa certificação garante que a versão Tipo C do GPMI seja totalmente compatível com o padrão USB-C, o que poderá facilitar a sua integração em dispositivos já existentes no mercado sem a necessidade de desenvolver novas portas. No entanto, a grande questão está na aceitação do GPMI por fabricantes fora da China. A sua origem num consórcio chinês e o contexto geopolítico atual, podem tornar difícil a sua adoção em larga escala, especialmente em países ocidentais.