Música – Álbuns essenciais (abril 2024)

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Em abril álbuns mil. E álbuns de artistas célebres também. Se estão à procura de álbuns para ouvir no verão, estão no sítio certo!

O calor do verão já começa a apertar e foi por isso que guardei os essenciais de abril para julho… Estou a brincar, tenho andado atarefado de uma forma que não tem mesmo dado para mais.
E como o tempo é pouco, tenho de começar a escrever o artigo de essenciais de maio (cujos álbuns já estão escolhidos), por isso, desta vez a introdução (em tom de pedido de desculpas pelo atraso) é curtinha.

Blue Lab Beats – Blue Eclipse

Blue Lab Beats Blue Eclipse

Género: Experimental

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Blue Eclipse serve como prova de que o cenário musical de Londres continua a ser um dos mais espontâneos e vibrantes do mundo. Com uma abordagem deveras experimental e algo ousada, Blue Lab Beats conseguiram criar um álbum que se estranha, mas que, com a predisposição certa, se entranha.

A sonoridade de Blue Eclipse pode parecer excessivamente polida e com poucas surpresas arrebatadoras e, ainda assim, a qualidade é irrefutável. Há uma base consistente que destaca o brilhantismo de Namali KwatenDavid Mrakpor como produtores.

Composto por 12 faixas intensas, dotadas de ritmos distintos, o álbum oferece uma experiência sonora suave e deliciosa. A irreverência e pluralidade de cada faixa acaba por contribuir para um conjunto coeso e envolvente, fazendo dos Blue Eclipse candidatos sérios a banda sonora de verão.

Classificação: ★★★★

Músicas a ouvir:
> Say Wow (ft. Jay Prince, Nico Harris & IDK)
> Wait A While (ft. Farah Audhali & Amber Navran)
> Take Time (ft. Daley & Kojey Radical)

Bob Vylan – Humble As The Sun

Bob Vylan Humble As The Sun

Género: Hip-Hop/Rap

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Humble As The Sun, o novo álbum do duo Bob Vylan, chega com um choque – no melhor dos sentidos. Este é um álbum bastante atual, apropriado para os tempos estranhos em que vivemos, com força suficiente para servir de chamada para a ação. Pode-se dizer que, só por isto, já sai a ganhar. Os motivos que têm levado o duo a canalizar a sua fúria para a produção musical são bem sabidos, no entanto, este álbum serve de exercício bem-sucedido em mudar o foco, usando o “viver bem” como vingança.

A variedade musical presente no mesmo mantém as coisas interessantes, provando o quão ecléticos são os rapazes por detrás de Bob Vylan. Daí o “choque” que referi acima, dado que os Bob Vylan trocaram parte de seu punk eletrizante de Bob Vylan Presents the Price of Life (2022), por um ritmo mais relaxado (no geral), mas sem nunca sacrificar a intensidade. O espírito rebelde do duo continua bem entrelaçado com o senso de amor próprio, num misto de raiva, carisma, dinamismo e charme. Com isto, a receita para o sucesso está lançada, criando um álbum revolucionário, emocionante e refrescante.

Em suma, Humble As The Sun é um álbum que não apenas expressa raiva, mas também capacita e inspira quem o ouve. É uma mistura dinâmica e multi-facetada, que reflete o espírito rebelde consciente dos Bob Vylan, tornando-o num trabalho revolucionário e necessário para os dias de hoje.

Classificação do álbum: ★★★★½

Músicas a ouvir:

> Humble As The Sun (ft. JERUB)
> Reign
> GYAG (Get Yourself A Gun)
> Dream Big
> Makes Me Violent

Bullion – Affection

Bullion Affection

Género: Alt-Pop

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Affection é um álbum que se destaca pela sua simplicidade e sonoridade descontraída. As adições de Bullion a esta “biblioteca” de sons criam um mundo suave e próprio, um lugar que merece visitas frequentes e uma exploração contínua. Este álbum compila tudo o que se deseja de uma boa produção pop: ritmos cativantes, melodias assobiáveis e refrões que se gravam na memória. O toque característico de Nathan Thomas Jenkins confere um charme inconfundível que pode muito bem transformar Affection num “álbum de culto”, acessível para as massas.

Combinadas com o som único de Bullion, estão as suas narrativas que, a cada faixa, trazem uma tonalidade vintage, impregnadas de uma sensação de familiaridade e estranheza em simultâneo por ser difícil perceber “onde é que já ouvimos isto antes”. Temos, assim, um álbum de estreia lúdico, experimental e elaborado com carinho, que combina a inovação com a nostalgia e deixa água na boca para o que virá a seguir.

Classificação: ★★★★

Músicas a ouvir:
> A City’s Never
> Rare (ft. Carly Rae Jepsen)
> Once, In a Borrowed Car

English Teacher – This Could Be Texas

English Teacher This Could Be

Género: Post Rock/Indie Rock

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“Cativado desde os primeiros segundos, sem perceber muito bem o porquê” foi a sensação que se apoderou de mim com o álbum de estreia da banda English Teacher. This Could Be Texas cria uma pintura cheia de texturas e cores secas, e incrivelmente rica de Indie Rock, com traços de Post Punk, fazendo lembrar Dry Cleaning ou Black Country, New Road. Não digo isto com leviandade e, apesar de ser apenas o florescer de uma banda que está apenas a começar dentro de um género que começou a ganhar tração na viragem da década, não creio que cheguem atrasados para a festa. Chegam, sim, para estender a festa e definir esta tendência como uma norma.

O que começou com o EP Polyawkward, no qual ficou a promessa de que algo grande estava para vir, foi consolidado e elevado a novos patamares com o LP. Este primeiro contacto prolongado revela uma banda que se destaca por não se conformar com limites, inclusive os estabelecidos pela mesma.

O que torna esta banda de Leeds num sucesso imediato? Um álbum de estreia repleto de confiança, coração e ambição, com canções que soam a clássicos e a novidade em simultâneo. Há riqueza lírica, por parte de Lily Fontaine, cuja escrita é profunda e engraçada, e não existe nenhuma música que não nos surpreenda, seja com reviravoltas líricas, uma mudança de ritmo, um capricho instrumental ou uma descarga de som inesperada. Sem aviso prévio, somos absorvidos por uma aventura de som e palavras, recheada de surpresas, e que deixa a sua marca sem grande esforço. Este é, talvez, o álbum de estreia mais confiante e carismático de 2024, suportado por um conjunto de elementos trabalham exclusivamente para o coletivo, enquanto brilham individualmente.

Posto isto, This Could Be Texas é uma estreia deveras impressionante, que marca um começo promissor de uma banda talentosa e jovem (ainda nos seus 20s), com um futuro brilhante pela frente.

Classificação: ★★★★★

Músicas a ouvir:
> The World’s Biggest Paving Slab
> Nearly Daffodils
> The Best Tears of Your Life
> Sideboob

Fabiana Palladino – Fabiana Palladino

Fabiana Palladino Fabiana Palladino

Género: Pop/Contemporary R&B

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Outro álbum de estreia repleto de faixas impactantes e coesas, que funcionam lindamente quando ouvidas em sequência. Após perto de cinco anos de testes e preparação, eis de Fabiana Palladino lança o seu álbum de estreia, recheado de maturidade e certeza – muito provavelmente fruto do tempo que a artista levou a finalizá-lo.

A cada faixa, uma surpresa. Isto porque todo o álbum está envolto numa aura criativa de pop-R&B, com um estilo cativante e confiante de uma artista incrivelmente talentosa. Fabiana Palladino traz-nos uma reencarnação de figuras clássicas como Marvin Gaye ou Prince, com sonoridades que relembram Rhye, mostrando um domínio impressionante de diversos estilos e influências.

No fim de contas, a sequência sã, trabalhada em conjunto com um dos grandes nomes da produção de R&B contemporâneo, Jai Paul, faz deste álbum um sucesso. Importante referir que a sua família (pai e irmãos), também músicos, teve influência na produção do álbum. Somos, assim, remetidos para uma jornada sonora impressionante e sofisticada, com músicas elegantemente equilibradas, que nos transportam a sonoridades de outra geração, deixando-nos cientes do talento excepcional de Fabiana Palladino.

Classificação: ★★★★½

Músicas a ouvir:
> Can You Look In The Mirror?
> I Can’t Dream Anymore
> I Care (ft. Jai Paul)
> Forever

Lizzy McAlpine – Older

Lizzy McAlpine Older

Género: Barroque Pop/Indie Folk

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Older, de Lizzy McAlpine, foca-se na viagem sonora da artista, que por si só já é fascinante e explora o contraste entre a fantasia e a realidade de um relacionamento. Esta dualidade torna a experiência de audição deste álbum tão encantadora como agridoce.

Com Older, vemos Lizzy entrar numa nova fase da sua carreira, na qual se afasta da pressão de produzir música com o intuito de ser “viral” e se inclina sobre a ideia de criar algo muito mais clássico e genuíno. Nesta nova fase, o trabalho de introspeção e organização dos seus pensamentos é árduo. No entanto, esta ruptura clara com seu ciclo anterior sinaliza um avanço significativo a nível artístico, no qual McAlpine parece mais pura e autêntica, rejeitando clichés do género.

A combinação de letras conversacionais e vulneráveis, com arranjos belíssimos de Barroque Pop, tornam Older numa peça distinta dentro do universo do pop. Um pouco por todo o álbum, somos confrontados com momentos crus, por vezes em tom de confissão, quase de partir o coração. Apesar de tudo, Lizzy não se afasta muito dos sons suaves de indie-folk que lhe deram visibilidade em inícios de carreira, mas a verdade é que a artista é mais sensacional e brilhante quando se mantém fiel à sua essência.

Temos assim, em Older, um retrato de uma mulher madura e introspectiva, que abraça as suas influências enquanto cria um som mais próprio. Um trabalho honesto e emocionalmente ressonante, cativante tanto para os novos fãs, como para quem já acompanha o seu trabalho há mais tempo.

Classificação: ★★★★½

Músicas a ouvir:
> Come Down Soon
> All Falls Down
> I Guess
> Broken Glass
> Older

Maggie Rogers – Don’t Forget Me

Maggie Rogers Dont Forget Me

Género: Indie Pop/Folk Pop

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O álbum Don’t Forget Me, de Maggie Rogers, marca a confirmação de que a artista está realmente confortável e confiante com a evolução que teve ao longo dos últimos anos, amplificada por Surrender (2022). Com apenas 36 minutos, este é o seu projeto mais curto, mas é, também, é o mais coeso – tanto a nível sonoro como lírico.

É pouco relevante por onde começamos a ouvir o álbum, pois o “mundo” criado dentro dele é tão equilibrado e cativante que cai sempre bem. Nesse mundo, Rogers abraça firmemente influências clássicas de folk, country e Western, enquanto continua a soar atual.

No geral, Don’t Forget Me capta o ponto de equilíbrio entre um impulso relaxado e um sentido de afeto desprotegido, celebrando a jornada da vida da artista, sempre com sinceridade. É um álbum que, apesar de equilibrado, leva o seu tempo a ressoar, mas quando ressoa, fica na cabeça. Rogers encontrou conforto em si mesma e Don’t Forget Me é o produto desse conforto, revelando uma expressão madura e alegre da artista, tornando-se uma adição de destaque à sua discografia.

Classificação: ★★★★

Músicas a ouvir:
> Drunk
> So Sick of Dreaming
> The Kill
> On & On & On
> Don’t Forget Me

METZ – Up On Gravity Hill

METZ Up On Gravity Hill

Género: Post-Hardcore/Post-Punk

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Up on Gravity Hill representa um avanço significativo para os METZ, uma banda já reconhecida pelo seu trabalho poderoso. Uma das características mais notáveis do álbum é a sua abordagem direta, onde a sonoridade intransigente da banda combina com clareza sónica. O resultado é uma obra sólida.

Com apenas 35 minutos de duração, Up on Gravity Hill oferece uma visão curta, mas rica, da versão mais sincera dos METZ. Contudo, ao invés de parecer uma banda ainda em experiências, ouvem-se ecos de segurança no que produzem, evoluindo humildemente através da incerteza sobre qual o rumo ideal.

Este é, assim, o álbum mais confiante da banda até agora, servindo como um lembrete de que a arte não deve seguir padrões pré-definidos – deve, sim, ser maleável ao ponto de se transformar em algo novo. Num ano que tem sido favorável para o rock mais pesado, Up on Gravity Hill sai na linha da frente para ser um dos trabalhos que vão chamar à atenção no decorrer do ano.

Classificação: ★★★★

Músicas a ouvir:
> Glass Eye
> Entwined (Street Light Buzz)
> Superior Mirage
> Light Your Way Home

Nia Archives – Silence Is Loud

Nia Archives Silence Is Loud

Género: Jungle/Drum and Bass

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Em tom de trocadilho, Silence Is Loud é o mais recente álbum de Nia Archives, e é um álbum tão repleto de sons e influências que dá razão de ser ao título do mesmo. Mas desenganem-se, pois apesar de sua variedade sonora, este nunca parece excessivo ou bipolar.

De vibrações de jazz e neo-soul, a ritmos e batidas vibrantes, é admirável a maleabilidade musical da artista britânica. Este álbum marca também o desafio às fronteiras do jungle moderno, provando que até a música de dança mais intensa pode tirar proveito de uma pitada de vulnerabilidade.

A nível lírico, ainda que a sua escrita possa ser algo direta em algumas partes, a sinceridade está bem patente. De tudo o que tenho ouvido nos últimos tempos, não tenho memória de alguém na indústria musical criar jungle tão introspetivo (ainda que a artista não tenha total domínio sobre a componente auto-biográfica) e fiel às raízes do género, servindo para o panorama mais underground, mas com potencial para ser um sucesso na rádio. Tendo as suas falhas, não deixa de ser uma estreia promissora.

Classificação: ★★★★

Músicas a ouvir:
> Cards On The Table
> Unfinished Business
> Forbidden Feelings
> Tell Me What It’s Like?
> Out of Options

Pillow Queens – Name Your Sorrow

Pillow Queens Name Your Sorrow

Género: Indie Rock

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Name Your Sorrow é uma adição extremamente cativante à discografia das Pillow Queens, que reflete na perfeição o crescimento artístico e a profunda conexão com as raízes emocionais da banda. Com uma série de truques na manga, são-nos oferecidos inúmeros momentos surpreendentes, sem que fique a sensação excesso. Pois todos esses momentos se alinham em defesa da mestria da banda no que toca à composição musical, originando faixas dolorosas e catárticas em simultâneo.

Com o seu quê de experiências, este álbum apresenta uma série de trocas instrumentais e revisões já na pós-produção, resultando num trabalho tão colorido quanto variado (à semelhança da capa do álbum). Esta experimentação adiciona camadas de complexidade e riqueza à música, tornando cada audição uma nova experiência.

A atmosfera criada pelo álbum é vasta, transitando sem esforço de momentos íntimos e tranquilos para paisagens sonoras grandiosas e épicas. Esta gama dinâmica aumenta o impacto emocional das faixas, com cada música a oferecer uma configuração e um humor únicos. E tudo isto faz de Name Your Sorrow um álbum profundo e emocionalmente carregado, com uma série de momentos memoráveis, deixando provas do talento e da visão artística das Pillow Queens.

Classificação: ★★★★½

Músicas a ouvir:
> Like A Lesson
> Friend of Mine
> So Kind
> Heavy Pour

St. Vincent – All Born Screaming

St. Vincent All Born Screaming

Género: Art Pop

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All Born Screaming, ainda que longe de sucessos do passado, que colocaram St. Vincent nas bocas do mundo, continua a ser um testemunho da contínua evolução de Annie Clark como artista. Embora seja difícil incluir este novo álbum na sua lista de melhores álbuns, continua a ser um trabalho muito completo. Tendo já uma impressionante discografia a dar-lhe estofo, Clark consegue explorar novos territórios, enquanto as conquistas do passado ecoam aqui e ali.

Uma das qualidades mais notáveis do álbum é a capacidade de Clark em equilibrar os seus instintos experimentais – agora mais contidos – com uma elaboração mais elegante de canções pop. Estas são uma mistura de autoconsciência perturbada e humor irónico, recheadas de dúvidas e medos que contrastam fortemente com a confiança que a artista exibe ao assumir riscos e mudar a forma como produz a sua música.

No fim de contas, este álbum evoca o terror de estar vivo e o renascimento constante que resulta de lutar contra isso. Essa sensação de urgência faz de All Born Screaming um álbum bastante envolvente. Ao remover os brilhos e sons mais extravagantes, conclui-se que Clark criou a sua declaração mais generosa e aberta até hoje. Mostrando Clark como uma força musical brilhante e multi-facetada – algo que na verdade já sabíamos. Embora possa não apresentar o brilhantismo e inventividade dos seus trabalhos anteriores, fica a sensação de que esta foi uma experiência libertadora para Annie Clark.

Classificação: ★★★★½

Músicas a ouvir:
> Reckless
> Broken Man
> Big Time Nothing
> Sweetest Fruit

Vampire Weekend – Only God Was Above Us

Vampire Weekend Only God Was Above Us

Género: Indie Rock/Neo-Psychedelia

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Only God Was Above Us representa um passo significativo para os Vampire Weekend, consolidando a evolução exponencial que se tem verificado ao longo dos últimos anos. E quando digo evolução, quero com isto dizer que é notória, tornando este álbum em algo mais do que apenas outra adição ao repertório da banda – é uma obra que vem enriquecer a progressão dos Vampire Weekend a nível sonoro.

Musicalmente, este álbum é uma compilação de experiências passadas, dotado de um som mais sombrio, refletindo o mundo atual de conflitos e incertezas. É evidente que houve um afastamento do brilho perpétuo de Father of the Bride, abraçando texturas experimentais, por vezes até ásperas. No entanto, essa transformação não ofusca a beleza deste trabalho, que prova ter fôlego para fazer destes um dos melhores trabalhos da banda, até à data.

Liricamente, o álbum é dotado de um pessimismo reflexivo, contrastando com a sua sonoridade alegre. A mistura de influências e estilos resulta numa explosão sonora que nela contém indie, punk, jazz e rock, sem nunca ser confuso de se ouvir. E este é outro dos fatores que joga a favor da certeza que o crescimento da banda tem sido constante. No fim de contas, temos um convite à introspeção e uma celebração do som que tornaram os Vampire Weekend numa referência na música contemporânea.

Classificação: ★★★★★

Músicas a ouvir:
> Capricorn
> Connect
> The Surfer
> Mary Boone
> Hope

Outros álbuns a ouvir:

> Charley Crockett$10 Cowboy
> HovvdyHovvdy
> Iron & WineLight Verse
> Jane WeaverLove In A Constant Spectacle
> JusticeHyperdrama
> Pearl JamDark Matter
> Still House PlantsIf I don’t make it, I love u

Extended Play do mês: BABYMONSTER – Sheesh

BabyMonster BabyMons7er

Género: K-Pop
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Uma das mais aguardadas estreias da 5th gen, em 2024, não desiludiu. Babymons7er é um EP com instrumentais fortes e músicas impactantes, fórmula típica da editora YG Entertainment, com algumas surpresas pelo meio. Ainda que não seja um EP excelente pela falta de um conceito transversal ao mesmo, é uma ótima exposição à versatilidade vocal das Babymonster enquanto grupo.
Classificação: ★★★★
Músicas a ouvir: Sheesh // Like That // Batter Up

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