O incidente em questão levanta questões importantes sobre a privacidade dos utilizadores e acordos de partilha de dados.
Num documento partilhado recentemente surgiram informações que davam conta de que a Meta, a empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, permitia que a Netflix tivesse acesso a mensagens privados dos seus utilizadores no Facebook. E como devem imaginar, essa informação rapidamente gerou algum ruído menos saudável para o gigante das redes sociais.
Essas alegações surgiram num documento relacionado a uma ação coletiva sobre as práticas de privacidade de dados da Meta. Este documento sugere que a Netflix e o Facebook (agora Meta) tinham uma “relação especial”, com a Meta alegadamente a reduzir o seu investimento em conteúdo original para o seu serviço Facebook Watch, a fim de evitar a concorrência com a Netflix, um grande anunciante da plataforma.
A Netflix também supostamente tem acesso à “API Inbox” da Meta, permitindo que o serviço de streaming tenha acesso programático às caixas de entrada de mensagens privadas dos utilizadores no Facebook, alimentando preocupações sobre violações de privacidade e uso antiético de dados pessoais.
No entanto, a Meta negou veementemente essas acusações, afirmando pela voz do seu diretor de comunicações, Andy Stone, que o acesso da Netflix destinava-se apenas a permitir que os utilizadores partilhassem as suas atividades de visualização com amigos através de mensagens do Facebook diretamente da aplicação Netflix, uma prática descrita como comum na indústria. A Meta enfatiza que este processo não envolve a partilha de mensagens privadas com a Netflix ou qualquer outro uso indevido de dados dos utilizadores.
Netflix não tem acesso a dados dos utilizadores do Facebook
Apesar da negação da Meta, o incidente levanta questões importantes sobre a privacidade dos utilizadores, acordos de partilha de dados e a transparência de tais parcerias. A polémica também chama à atenção para as implicações mais amplas para a confiança dos utilizadores e a proteção das informações pessoais na era digital, especialmente porque o Facebook Messenger só implementou a encriptação ponto a ponto por defeito em dezembro de 2023, deixando espaço para possíveis vulnerabilidades de confidencialidade.
