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O DualSense Edge para a PlayStation 5 é a proposta premium de comandos para jogadores dedicados. Tem um preço alto que compensa com as opções de personalização, cuja utilização fica dependente do ponto até que cada jogador pretende explorar todas as capacidades do comando.

Comandos há muitos e pelas minhas mãos já passaram uns quantos, entre eles comandos aumentados que prometem ao jogador “melhor desempenho” e “melhor controlo”, com uma série de novos botões, gatilhos, pedais e modos de personalização.

Até há bem pouco tempo, as ofertas que me tinham passado pelas mãos vinham de marcas parceiras das atuais marcas de consolas, mas nenhuma me satisfez ao ponto de querer apenas jogar com estas opções, razão pela qual nunca investi no aclamado Xbox Elite Controller. Porém, e após duas semanas com o recém-lançado DualSense Edge para a PlayStation 5, não só se tornou no meu comando de eleição, como revitalizou o desejo de fazer pandã na competição.  

Por 239,99€, o DualSense Edge é um comando difícil de vender ao jogador comum. Afinal de contas, estamos a falar de um produto três vezes mais caro quando comparado com o já excelente DualSense, incluído na PlayStation 5. Torna-se mais difícil ainda quando o propósito é exatamente o mesmo quando despimos o DualSense Edge dos seus extras. No entanto, se acredito que para um grupo de jogadores mais dedicados e economicamente confortáveis valha a pena, para um jogador mais casual talvez fique melhor em aproveitar esse valor para investir em jogos.

Acredito também que a PlayStation saiba bem o que está a fazer. Afinal de contas, o DualSense Edge surge ainda mais barato que o seu competidor direto, o Scuf Reflex Pro, e ainda inclui uma série de extras adicionais e compatibilidade nativa com o sistema da PlayStation 5 para toda a personalização possível.

Com o DualSense Edge, os utilizadores recebem o comando wireless, um conjunto de quatro pontas de analógico para trocar (totalizando em seis opções), dois pares de pedais opcionais traseiros, um cabo entrelaçado USB-C de 2.8 metros, um adaptador para trancar de forma segura o cabo ao comando quando em utilização e, claro, uma bonita e moderna caixa de transporte com uma abertura em velcro para ligar o cabo ao comando enquanto repousa.

Começando pela caixa de alta qualidade, a PlayStation desenhou-a com um excelente equilíbrio entre design e utilidade. Não só guarda o comando e os acessórios bastante bem, como é elegante e permite que o comando possa ser carregado, mesmo com a tampa fechada. É, sem dúvida, uma excelente adição.

Mas passando para o comando, temos um DualSense aumentado. O design é familiar, assim como a sua ergonomia. Todos os botões encontram-se exatamente no mesmo sítio que o comando tradicional, assim como as suas fichas USB-C, de áudio e de alimentação, tornando o DualSense Edge compatível com a base de carregamento oficial da PlayStation para os DualSense.

Em termos de visuais, remistura um pouco os tons preto e branco, sendo essencialmente branco com acentos em preto, como os seus botões frontais e o gigante trackpad, que agora ostenta uma textura com os quatro símbolos da PlayStation. E por falar em textura, o material do comando parece mais premium, com uma textura traseira mais acentuada e presença também de algum “grip” nos gatilhos responsivos.

No geral, é extremamente confortável, como o comando original. Mas para quem tem as mãos grandes, poderá “sofrer” um pouco da mesma forma como o comando anterior. Algo que senti ao pegar no DualSense Edge face ao modelo original foi a sensação de solidez e robustez, juntamente com um pouco de peso a mais, que passou uma sensação de tato muito mais confiante ao pegar no comando. É no, geral, uma experiência muito familiar, apenas com diferenças nessa robustez e numa muito subtil sensação melhorada de clique nos botões frontais. O único ponto menos positivo numa primeira impressão é relativo ao material usado em volta dos analógicos, mais glossy, que é um íman de dedadas e detritos. É bonito, novo e limpinho, mas com o tempo lembra-nos constantemente de o limpar.

Mas o DualSense Edge é “mais”. Rapidamente nos apercebemos que o novo comando esconde alguns truques, como dois gatilhos de função na parte inferior para mudança de perfis e atalhos muito específicos como aumentar e diminuir o volume dos auscultadores; dois interruptores traseiros para trancar a distância de atuação dos gatilhos; duas conexões para as patilhas e pedais extra; e um interruptor na traseira que diz “release”.

Esse interruptor abre o comando como um capot do carro, revelando que os dois analógicos são modulares. Esta opção extra é excelente para os dias de hoje quando temos o problema de drift, com a PlayStation a dizer-nos duas coisas: que sabem que é um problema e que ainda não o resolveram, e que, na eventualidade de o termos neste comando, podemos resolver o problema sem investir num comando novo – basta comprar um novo analógico.

Apesar de todos estes encantos, foi em ação que senti dificuldade de regressar ao comando tradicional. Pois tudo o que o DualSense tradicional oferece é aqui elevado a um novo nível. Falo, obviamente, da vibração háptica e dos gatilhos responsivos, cujo efeito é muito mais acentuado. Pensei que pudesse ser apenas a memória pregar partida, face ao facto de o novo modelo ser mais sólido e pesado, mas comparando lado a lado em jogos como Astro’s Playroom (a tech demo pré-instalada em todas as PlayStation 5), Horizon Forbidden West e Gran Turismo 7, não tive qualquer dúvida de que o efeito é muito mais forte e, por extensão, mais imersivo ainda – algo que pode ser alterado nas definições da consola.

Como em qualquer comando aumentado deste género, o uso das patilhas traseiras são uma bênção. E é uma pena que o DualSense original não tenha oferecido uma solução semelhante por defeito, especialmente depois da PlayStation testar as águas com o seu add-on para o DualShock 4. No caso do DualSense Edge, estas patilhas, ou pedais, são completamente opcionais e de fácil instalação, através de um pequeno sistema magnético.

Entre os pedais mais longos e mais curtos, depende da preferência do utilizador ou até do jogo. Em Gran Turismo 7, senti-me mais confortável ao usar os longos ao usar a caixa manual dos veículos, já em jogos de ação senti que os pedais mais curtos se ajustavam melhor às ações.

A grande vantagem destes atalhos está na configuração de ações através das definições da consola com diferentes perfis, onde ações normalmente associadas aos botões frontais permitem que o utilizador lhes aceda sem levantar os dedos dos analógicos. Um exemplo prático perfeito pode ser em jogos de ação e de tiros, onde o jogador pode continuar a controlar os dois analógicos em simultâneo enquanto acede aos atalhos traseiros para recarregar uma arma, ativar uma habilidade, saltar, fazer crouch, etc. E no caso do DualSense Edge, funciona na perfeição.

Outra grande vantagem do comando está nos interruptores dos gatilhos, com três níveis de atuação diferentes. Isto permite que não seja preciso carregar até ao fim para uma determinada ação. Imaginemos um Call of Duty, onde o zoom da arma e disparo podem ser feitos mais rapidamente com um simples toque, trancado logo no início da viagem do dedo. Aqui, admito que não sou muito fã, mas entendo o seu propósito e é bom ter opções.

E é nas definições da consola que encontramos o “ingrediente secreto” do DualSense Edge. Sem aplicações extra, ou dispositivos móveis para acompanhar o processo, todas as definições do DualSense Edge são encontradas nas definições da consola, onde se abre uma variedade de opções que permitem afinar os aspetos mais importantes do comando.

Todos os botões – com exceção do touchpad que apenas pode ser desativado -, podem ser personalizados e alterados. Desta forma, o jogador tem a oportunidade de atribuir ações de jogos a botões que lhe sejam mais convenientes. É excelente. O único senão é não ser possível combinar botões, algo que seria útil em alguns jogos com ações/habilidades mais complexas.

Interessante também é a incrível afinação das deadzones dos analógicos, onde é possível determinar o raio de atuação dos mesmos – uma excelente opção caso um dia se registe stick drift nos comandos -, assim como curvas de atuação com seis presets disponíveis. De forma semelhante, também é possível personalizar os pontos de atuação dos gatilhos.

O DualSense Edge suporta até três perfis com todas estas personalizações, que ficam guardados na memória do comando, ótimo para levar até à consola de um amigo e continuar a jogar sem ter que voltar a afinar. Estes perfis podem ser alterados através dos tais botões de função em combinação com os botões frontais do comando, por exemplo: FN + Quadrado/Cruz/Bola.

Apesar de toda a incrível personalização e afinação do DualSense Edge, esta aposta da PlayStation chega-nos com um pouco de potencial desperdiçado, nomeadamente no que toca a perfis recomendados para cada um de jogo. Nas definições de sistema e nos menus do controlo, não temos, por exemplo, perfis recomendados para os exclusivos da PlayStation, e não existem guias dos produtores para tirar o máximo de partido dos seus jogos com o comando. Aliás, os próprios jogos reconhecem o comando como um DualSense normal.

Sendo um novo produto premium, cheio de possibilidades de jogo, teria sido interessante ver a PlayStation abraçar mais as capacidades do comando, abrindo as portas a jogadores mais casuais e curiosos, em vez de apresentar um produto complexo que requer muita experimentação.

De igual modo, mas menos surpreendente tendo em conta a novidade e o alto preço do DualSense Edge, tem sido a dificuldade em encontrar comunidades onde se troquem dicas e templates de perfis para usar. Por exemplo, é certo que no sistema temos legendas popup que nos indicam o que cada curva de aceleração dos analógicos faz, mas seria interessante haver mais informação detalhada de como cada um afeta cada tipo de jogo, de forma mais social.

Menos bom também é a bateria, provavelmente o aspeto mais negativo do DualSense Edge. O novo comando usa uma bateria igual à do comando tradicional de 1500mAh, mas suga muito mais energia, resultando em ciclos de utilização entre 5 e 6 horas. Este valor pode ser aumentado se desligarmos ou atenuarmos alguns dos aspetos que tornam o DualSense um “must have”, como a força da vibração e resposta háptica. Mas não deixa de ser desapontante o tempo de utilização útil acabar na prática por ser menor que o comando de 70€. Felizmente, o cabo fornecido é de alta qualidade, longo o suficiente e tem até o pequeno adaptador opcional de encaixe que permite que continuemos a jogar com o nosso comando. Mas claro, perdemos toda a liberdade do wireless, sem vantagens aparentes.

Apesar destas últimas notas menos positivas, na soma das suas partes o DualSense Edge é um comando excelente. Superficialmente e numa primeira impressão pode parecer apenas mais um DualSense com “pequenas melhorias”, mas os extras que inclui e a profundidade de opções de personalização tentam justificar ao máximo o valor prometido pela PlayStation, especialmente face à concorrência. No fim do dia, muitas opções é sempre algo bom e fica, literalmente, nas mãos do utilizador definir até que ponto é que quer explorar todas as capacidades de um produto.

O DualSense Edge para a PlayStation 5 pode ser encontrado nas lojas por 239,99€.

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Esta análise foi possível com uma unidade cedida pela PlayStation Portugal.

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