Cheira bem, cheira a Lisboa!
Depois de dois anos de uma paragem forçada, devido à pandemia, este é um regresso muito aguardado por todos os lisboetas e pelos protagonistas do mês de junho: artistas, coletividades, marchantes e todos aqueles que mantêm a festa viva nos bairros de Lisboa.
Com a cidade e para a cidade, a celebração do mês de junho vai ser, assim, ainda mais especial. Entre Marchas Populares, concertos, cinema, teatro e exposições, arraiais e Tronos de Santo António, a Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural propõem uma programação alegre e popular, diversa e inclusiva, experimental e surpreendente.
As festividades abrem ainda em maio (no último sábado do mês) com Tito Paris. No espetáculo O que nos Une – uma mensagem coletiva de esperança que importa sublinhar no atual contexto de guerra que ensombra o mundo – o músico e compositor cabo-verdiano reúne em palco um naipe de grandes vozes: Cremilda Medina, Joana Amendoeira, Paulo Gonzo e Djodje. Um concerto para dançar ao som de mornas e coladeiras à beira-rio, nos jardins da emblemática Torre de Belém, celebrando também os 40 anos de carreira do artista.
As Marchas Populares também estão de volta, assinalando da melhor forma o arranque do mês de junho com as primeiras exibições na Altice Arena (dias 3, 4 e 5), a partir das 21h.
Na noite de Santo António, as Marchas apresentam-se novamente, desta vez na Avenida da Liberdade, a partir das 21h45. Um desfile encabeçado pela Marcha Popular de Vale do Açor, a convidada desta edição, e com a participação, pela primeira vez, da Marcha Infantil das Escolas de Lisboa.
Este ano, as Casas Regionais da cidade – embaixadas na capital da cultura regional do país – também se juntam ao programa das Festas, levando ranchos folclóricos, tunas, bombos e Fado até à Quinta das Conchas para um encontro de dois dias (25 e 26).
O Fado volta a ser rei no Castelo de São Jorge, palco privilegiado destes encontros musicais improváveis. Ricardo Ribeiro junta-se ao pianista de jazz João Paulo Esteves da Silva (dia 17) e Teresinha Landeiro interpreta duetos inéditos com os artistas Agir e Mimi Froes (dia 18). Duas noites dedicadas à canção de Lisboa, Património Cultural Imaterial da Humanidade, sob o lema Fado no Castelo.
E se o Fado é rei, as sardinhas são as rainhas das Festas – apresentando-se nesta edição com uma nova imagem. Por falar nelas, é também altura de revelar as grandes eleitas do concurso criativo deste ano que voltou a ser inundado por propostas de todo o mundo. De um total de seis vencedoras, cinco são portuguesas e uma vem da Turquia. A Escola EB1 de Travassô, em Águeda, foi a escolhida pelo júri da Turma da Sardinha, que atribuiu ainda menções honrosas a mais três sardinhas escolares.
Aproveitando o feriado comemorativo do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, reservamos uma surpresa para a cidade, nos dias 9, 10 e 11. Uma mão e um pé, uma boca, um nariz, uma orelha e um olho vão circular pelos jardins e praças de Lisboa, numa performance protagonizada pela companhia Snuff Puppets, comunidade de artistas de Melbourne.
O encerramento das Festas será na Praça do Comércio com o concerto Cheira a Lisboa, numa homenagem aos 100 anos do Parque Mayer, o berço das Marchas Populares e epicentro da vida artística lisboeta. Em palco, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do maestro Cesário Costa, acompanha seis grandes vozes da atualidade: Anabela, FF, Katia Guerreiro, Luís Trigacheiro, Lura e Marco Rodrigues, que recriam 22 clássicos da música popular com a roupagem dos arranjadores Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro. Um espetáculo inédito, no dia 30, para ouvir canções intemporais que contam a história do Parque e da cidade e algumas raridades, como “Santo António”, de João Villaret, que foi alvo de censura em 1956.
Como é já tradição, o Museu de Lisboa – Santo António preparou uma programação especial dedicada ao Santo que as Festas celebram, com concertos, visitas guiadas ou exposições.
Foto de destaque de: Ivo Rodrigues