O sushi de qualidade abunda, mas a carta tem também outras fantásticas opções. Vale a pena conhecer!
Quando vamos ao Algarve, é provável que a primeira coisa que nos passe pela cabeça seja matar saudades dos pratos de peixe e marisco da região. Falamos, por exemplo, da Cataplana de marisco, das Sardinhas assadas, do Arroz de Lingueirão, das Amêijoas à Bulhão Pato e, também, das Conquilhas à Algarvia. Mas com o sushi tão em voga, são cada vez mais aqueles que não se importam de ter uma bela experiência com o maravilhoso peixe proporcionado pela costa algarvia.
No coração da Praça de Vale do Lobo, há um restaurante que, assim que descoberto, nunca mais se esquecerão: WELL, que nos proporciona uma viagem ao continente asiático, mas sem nunca perder de vista o encanto do Algarve.
O WELL é um projeto que combina gastronomia de excelência com um ambiente descontraído. Originalmente fundado em 2014 por Sérgio Hernandez e Pedro Nascimento, o WELL começou como um restaurante e beach club na Praia Verde, na costa do Algarve, proporcionando aos seus clientes uma bela experiência à beira-mar. Desde então, o projeto evoluiu de forma contínua, e, em 2021, o WELL fez uma importante mudança de localização, passando a operar em Vale do Lobo, uma das zonas mais prestigiadas da região.
A transição para Vale do Lobo em 2021 foi um marco significativo para o WELL. Esta mudança permitiu ao projeto expandir a sua oferta, tanto em termos de espaço como de serviços. Em Vale do Lobo, o WELL manteve os princípios que o tornaram popular – uma gastronomia fresca e criativa, um ambiente sofisticado e descontraído e um foco na sustentabilidade –, mas agora com um espaço ainda mais amplo e confortável, adaptado aos novos tempos e às exigências dos seus clientes.
Com esta mudança, o WELL consolidou-se como um destino de referência no Algarve, mantendo a sua proposta de ser muito mais do que um simples restaurante ou beach club. O novo local em Vale do Lobo oferece uma experiência ainda mais completa e envolvente, em perfeita sintonia com o ambiente natural e a paisagem envolvente.
A gastronomia é, sem dúvida, um dos pontos altos desta experiência: os sabores do mundo encontram-se com a frescura dos produtos locais, numa viagem culinária que desperta todos os sentidos.
Os amantes da cozinha japonesa encontram no WELL um verdadeiro paraíso. Aqui, a arte do sushi é celebrada com mestria, transformando peixe fresco e arroz em peças de inigualável sabor e beleza. Do Tuna Tataki, que derrete na boca, ao Pani Bomb, uma explosão de sabor, cada criação é uma homenagem à tradição nipónica. Otoro, Scarlet, niguiris, uramakis, gunkans, sashimi e hossomaki desfilam numa sinfonia de cores e texturas, elevando a experiência gastronómica a um novo nível. E para quem procura uma experiência ainda mais exclusiva, a Mesa do Chef oferece um espetáculo de sabores e técnicas, onde cada prato é uma obra-prima.
Para quem prefere os sabores da cozinha mediterrânica, o WELL não desilude. O Algarve, berço da Dieta Mediterrânica reconhecida pela UNESCO, inspira uma carta onde a tradição portuguesa se reinventa com um toque de modernidade. O Tagliata steak, com a sua combinação de entrecôte e pancetta, o Camarão Tigre com arroz de limão, o Polvo de Santa Luzia à lagareiro, macio e saboroso, e o Bacalhau, fiel amigo da gastronomia portuguesa, harmonizado com chouriço, abacate e migado de batata, são apenas algumas das estrelas de um menu que celebra a riqueza dos produtos locais. E para os amantes de peixe, a Dourada grelhada com tomate cherry, cebola roxa e ervas aromáticas é um verdadeiro hino aos sabores do Mediterrâneo.
E porque no WELL a experiência gastronómica é levada a sério, o Chef Tiago Torres convida-nos a embarcar numa aventura única: o Omakase. Inspirado na frase japonesa “deixo ao teu critério”, este menu de degustação de 10 momentos é um verdadeiro ato de confiança e descoberta. Com influências que vão do Japão ao Peru, passando pela tradição portuguesa, o Chef Tiago Torres cria pratos que surpreendem e encantam, utilizando ingredientes frescos – é feita uma verificação para garantir que é sempre utilizada matéria-prima de altíssima qualidade – e sazonais. “É sempre incrível”, garantiu-nos Inês Metelo Heron, responsável pela parte de eventos e marketing do Well, que recomenda vivamente que todos experimentem este festim de sabores.
A carta de vinhos é outro dos destaques. O WELL oferece uma seleção cuidada de vinhos, com foco nos melhores rótulos portugueses e internacionais, permitindo uma harmonização ideal para todos os pratos. O bar, por sua vez, é especializado em cocktails criativos, servidos à beira da piscina ou na esplanada com vista para o mar, sendo o local perfeito para um momento de descontração ou para começar a noite com amigos.
Mas o WELL é muito mais do que gastronomia. A animação e o glamour são parte integrante da experiência. No beach club, a energia contagiante convida à celebração. A piscina circular, rodeada de espreguiçadeiras e 20 camas balinesas – que podem ser pré-reservadas antecipadamente e onde cabem quatro pessoas em cada -, é um convite ao relaxamento e ao convívio. Para quem procura uma experiência mais exclusiva, as camas VIP sea front e poolside oferecem vistas deslumbrantes e privacidade. Os jacuzzis com vista para o mar e as massagens tailandesas completam este oásis de bem-estar.
E para quem prefere a sensação da areia nos pés, as concessões de praia WELL são a escolha ideal. Palhotas equipadas com espreguiçadeiras, serviço de bar e restaurante, e a possibilidade de desfrutar de uma massagem relaxante à beira-mar garantem uma experiência completa e inesquecível.
O beach club, em Vale do Lobo, também mantém a atmosfera vibrante que caracteriza o WELL, com uma oferta única de bebidas, música e eventos. Durante o dia, o ambiente é perfeito para relaxar com um cocktail ou uma bebida refrescante, enquanto se aprecia a vista para o oceano. Já ao final da tarde, o WELL transforma-se num ponto de encontro animado, com música ao vivo e eventos exclusivos, criando o cenário ideal para quem procura um ambiente social e de diversão.
Referir também a sustentabilidade, que sempre esteve no centro da visão do WELL. O projeto tem um compromisso firme com a preservação ambiental, refletido não apenas na sua arquitetura e no design do espaço, mas também nas práticas diárias. Desde a escolha de ingredientes locais e sustentáveis até à implementação de práticas ecológicas no funcionamento do restaurante e beach club, o WELL assegura que a sua operação cause o mínimo impacto possível no meio ambiente.
O WELL tem também uma forte ligação com a comunidade local, sempre apostando em fornecedores e produtores da região. Ao longo dos anos, tem gerado emprego e dinamizado a economia local, ao mesmo tempo que promove a cultura e as tradições do Algarve. O projeto não é apenas um ponto de encontro para turistas, mas também um local de convívio para a população local, oferecendo um espaço onde todos podem desfrutar de boa comida, música e um ambiente acolhedor.
Neste momento, o WELL tem um ar mais “vazio”, mas deve-se tudo a estes dias mais frios, sendo que muitos dos adereços que compõem o espaço exterior estão agora guardados para a época alta de 2025. A nível de clientela, o restaurante continua com excelente adesão, principalmente a nível de clientes estrangeiros nesta fase. E com um espaço tão amplo, acaba por agradar a toda a gente, com múltiplas coisas que podem acontecer: despedidas de solteiros e solteiras, crianças a correr, idosos com a terem uma bela refeição com as pessoas com as quais têm partilhado grande parte da sua vida… isto mais em época alta. Em épocas mais baixas, a clientela passa muito por residentes da zona, bem como reformados.
Durante a nossa estadia no Algarve, tivemos a oportunidade de ir conhecer o WELL… ou melhor, os seus produtos. E provámos diversas e deliciosas opções – e não, não foi apenas sushi.
O menu tem muitas opções, pelo que difícil vai ser mesmo escolher, mas recomenda-se que comecem pelas incontornáveis Gyosas, para abrir o apetite. Também provámos croquetes de couve-flor – sim, leram bem – e estavam incríveis, talvez até melhores que os croquetes de alheira que também chegaram à mesa.
Pouco depois, peças quentes de sushi, neste caso os Hot Philadelphia, que são basicamente rolos crocantes com salmão, tobiko, cream cheese e teriyaki. Apesar de não sermos os maiores fãs de peças quentes, estavam bem melhores do que outras que já provámos por aí… Outra entrada curiosa – sim, ainda só vamos nas entradas – é o Black Tiger Crispy, que se traduz num Camarão Black Tiger envolto em amêndoa e sweet chilli, servido sob uma hóstia de camarão. Conjugação curiosa, mas que funciona (muito) bem.
Ainda assim, foram outras duas entradas que nos conquistaram o coração: Tiradinho de lírio com kimchi, raspa de lima e ovas de yuzu, onde deu para perceber bem a qualidade e frescura do peixe, e a Pani Bomb, que é na verdade um Pani puri, uma popular comida de rua indiana composta por pequenas bolinhas crocantes feitas de farinha de trigo ou semolina (chamadas de puri), que são ocas e fritas até ficarem leves e crocantes. Essas bolinhas são, depois, recheadas e mergulhadas num líquido temperado chamado pani, que é na verdade uma mistura de água com tamarindo, coentro, hortelã, especiarias como cominho, pimenta e um pouco de açúcar.
No caso do WELL, a Pani Bomb surge como uma brincadeira, misturando essa vertente indiana não com recheio de puré de batata, grão-de-bico ou lentilhas, mas sim com manga, peixe branco, ovas de yuzu e maionese de kimchi. Só vos dizemos: divinal! A própria apresentação é um espetáculo.
Igualmente ótimas estava o Tuna Tataki, mais uma recomendação do chef, surgindo na mesa em formato de fatias, pois claro, com o atum adocicado com especiarias, sate, azeite com ponzu, maionese japonesa e tobiko. Outro must para qualquer fã de sushi é o Ceviche, aqui com salmão em cubos, robalo, cebola roxa, pimentos, coentros, sumo de lima, malagueta, flor de sal, azeite acompanhado com nachos e pasta de abacate.
Claro, e porque sushi não é algo que se coma todos os dias, tivemos de arranjar espaço no estômago para irmos além das entradas. Na secção dos Uramaki, deliciámo-nos com o Volcano, que são quatro peças de Sarrajão picante com maionese japonesa, cebolinho, tobiko e espargos. Mas fiquem descansados: o picante é muito suave, pelo que até os mais sensíveis conseguirão aguentar sem se exaltarem…
Também não nos esqueceremos tão cedo dos Niguiris de sardinha, e olhem que nem apreciamos este peixe… Apesar de a nossa experiência ter sido focada no sushi, relembrar que, e tal como dissemos anteriormente, têm a vertente mediterrânica, para quem não aprecia esta cozinha ou, simplesmente, quer experimentar outra coisa. E como faltou tanta coisa por provar, vamos ter mesmo que regressar em breve…
E como vieram tantas propostas para a mesa, era mais que esperado que nos fizessem chegar um Pijaminha, neste caso constituído por Brownie de chocolate com gelado, Semi-frio de Pistachio, bola de gelado de Pistachio, Carpaccio de ananás com bola de gelado de canela e, ainda, o Eton Mess, uma sobremesa clássica britânica que mistura de merengue crocante, natas batidas (chantilly) e frutas frescas, tradicionalmente morangos, embora se possam usar outras frutas, como framboesas. O nosso preferido? Provavelmente o brownie, com frutos secos por cima e chocolate derretido… Uma autêntica perdição.
Assim foi a experiência no WELL, ao qual garantimos que vale mesmo a pena ir. Se, por acaso, forem para o Algarve nestes dias, passem por lá, sendo que o espaço neste momento já promove vários menus para convívios de Natal, bem como a grande festa de passagem de ano, que promete ser de arromba.
