Vinhos da Bairrada e município de Aveiro em destaque na BTL

- Publicidade -

Ficou o registo da necessidade de criar experiências que permitam “dormir entre os vinhedos”, como já sucede nessas regiões.

A edição de 2023 da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorreu entre 1 e 5 de março, teve como destino nacional convidado o Centro de Portugal, com Aveiro a ser o município convidado. Neste contexto, fomos convidados a participar numa prova de espumantes, com a presença do presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, Pedro Soares, e do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves.

Assim, num contexto que incluiu por parte do município passeios de moliceiro em realidade virtual, momentos de show cooking e ateliês de cerâmica, de Arte Nova, e de sal, destacam-se no que diz respeito à viticultura o Messias Milésime Branco Bruto 2019 (9,00€), de cor citrina ligeira, decorrente da uva tinta da casta Baga, que conjuntamente com a Bical e Chardonnay completam o lote. No aroma é ainda bastante jovem, ressaltando notas frescas de frutos cítricos tipo limão. Na boca revela-se muito suave e de espuma sedosa.

Já o Quinta dos Abibes Arinto & Baga 2020 (13,20€), é um espumante que apresenta uma cor alambreada atenuada, com aroma complexo. Tem um sabor fresco e crocante, e com persistente volume de boca.

Por último, o espumante Caves São João Reserva Branco Bruto 2018 (7,30€), é um representante clássico deste negócio já secular, inaugurado pelos irmãos José, Manuel e Albano Costa, que, a princípio, se dedicava à comercialização de vinhos finos de Douro e licores. Aquela que é hoje a empresa familiar vinícola mais antiga ainda em atividade no concelho de Anadia, criou, no final da década de 50, uma das mais célebres marcas de vinho da região da Bairrada – o “Frei João” – e, um pouco mais tarde a marca “Porta dos Cavaleiros” da região demarcada do Dão. No geral, espumantes de grande leveza que combatem com concorrentes internacionais a preços a mais do dobro, com uma capacidade de geração de prazer e celebração acima do PVP.

Numa conversa intimista com uma região que é bandeira pelos espumantes (trazidos em 1890 por agricultores franceses e que, ainda hoje, conta com cerca metade da produção para este efeito, com uma quota de exportação relevante para países como França – curiosamente, ou Brasil), foi-nos revelado que a região da Bairrada ficou marcada historicamente pelo engarrafamento de vinho para exportação para África, algo que marcou o seu destino, e que apenas em 1979 teve a criação da região demarcada oficializada.

No entanto, apesar de todas as vicissitudes, esta é uma das regiões mais idiossincráticas para a produção do vinho, pela história e pelo interesse de enólogos como Dirk Niepoort, cuja admiração pelo terroir e pelas castas nativas é por demais reconhecido, ou Luís Pato, cujo capacidade de catapultar a casta Baga para um patamar superior é por demais reconhecida.

Como capacidade de descrição dos desafios para o futuro, numa região afamada pelos stocks de vinhos de várias décadas atrás (uma raridade no contexto nacional para os vinhos de mesa, em especial em comparação com as regiões afamadas internamente do Douro e do Alentejo), ficou o registo da necessidade de criar experiências que permitam “dormir entre os vinhedos”, como já sucede nessas regiões. Mas nesse sentido, Aveiro, em particular como destino de estadia e cultura, bem como a vizinha Ílhavo, apresentam boas soluções de restauração (no que diz respeito em especial ao marisco dentro da região Centro), que oferecem bem mais do que a tradicional paragem na A1 para o almoço ou jantar de leitão dentro deste espaço geográfico num percurso Porto/Lisboa).

A Bairrada merece bem mais e melhor, e Aveiro tem vários motivos de interesse para uma visita mais prolongada, tendo destacado na BTL vários outros pontos de interesse na maior montra do país de produtos turísticos.

- Publicidade -

Deixa uma resposta

Introduz o teu comentário!
Introduz o teu nome

Relacionados