Foram vendidos 14 milhões de livros em Portugal em 2024

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O crescimento do mercado dos livros deve-se, em grande parte, à adesão das faixas etárias mais jovens, especialmente no género de ficção.

Em 2024, o mercado livreiro português registou um crescimento de 9% nas vendas de livros, totalizando cerca de 14 milhões de unidades vendidas.

Os dados da GfK, que monitora as vendas de edições gerais através de retalhistas, reforçam a tendência positiva observada desde a pandemia, com destaque para a categoria de Ficção, que cresceu 13%. A literatura, a ficção infantojuvenil e a literatura importada foram os segmentos que mais se destacaram, com subidas de 12%, 15% e 20%, respetivamente. Já a categoria de Não Ficção teve um aumento mais moderado de 4%.

O crescimento do mercado deve-se, em grande parte, à adesão das faixas etárias mais jovens, especialmente no género de ficção. Para Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), este fenómeno é fruto de um esforço coletivo que envolve não só os jovens, mas também pais, educadores, influenciadores, autores e editores. Pauseiro sublinha a importância de consolidar esta mudança estrutural, garantindo que a leitura se torne um elemento central no desenvolvimento educativo, social e familiar das novas gerações.

O crescimento também se refletiu nos canais de distribuição, como as livrarias e as grandes superfícies, com os dados a mostrarem um aumento nas vendas nos dois segmentos. Além disso, verificou-se uma maior concentração de vendas nos títulos mais populares, com os mil livros mais vendidos a representarem mais de 50% das unidades comercializadas. Este fenómeno evidencia a preferência por obras de maior circulação e grandes editoras. Registou-se ainda um aumento de 11% no número de novos títulos editados, o que demonstra a dinâmica do mercado e o risco assumido pelos editores na produção de novos conteúdos.

A APEL defende que a continuidade deste impulso passa pela manutenção e reforço de iniciativas como o Programa Cheque-Livro. A associação propõe um aumento significativo do valor do cheque, passando de 20€ para 100€, como forma de apoiar a leitura entre as famílias e de incentivar os jovens a adotarem o livro como parte integrante do seu desenvolvimento.

Também se registou um crescimento significativo nas vendas de livros importados, especialmente em língua estrangeira, que aumentaram mais de 20%. Esta tendência é comum a vários países da Europa, onde a presença de livros estrangeiros no mercado tem vindo a aumentar de forma considerável. Embora a diversidade cultural seja positiva, a APEL expressa preocupações relativamente ao impacto que o crescimento das vendas de livros importados poderá ter na sustentabilidade do mercado editorial nacional, apelando a um reforço de medidas de apoio ao livro em português, a fim de preservar a língua e a diversidade cultural.

A associação acredita que o momento é propício para consolidar o crescimento do setor e sugere a implementação de novas medidas, como o apoio à criação de livrarias em zonas com maior dificuldade de acesso ao livro, a revisão da Lei do Preço Fixo do Livro e o reforço de apoios à produção literária em português. A APEL também destaca a importância de aumentar os orçamentos para a aquisição de livros pelas bibliotecas municipais e escolares, de modo a garantir que todos os cidadãos tenham acesso à leitura e à cultura.

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