Até ao próximo dia 2 de maio estão previstas diversas greves que vão afetar os comboios da CP.
A CP — Comboios de Portugal enfrenta um novo período de instabilidade laboral com várias greves agendadas para os meses de abril e maio. Os protestos, promovidos por diferentes grupos profissionais dentro da empresa, estão relacionados com alegados incumprimentos de acordos e reivindicar melhorias salariais.
O primeiro dia de paralisação está previsto para 28 de abril e afeta diretamente os revisores. No entanto, perturbações adicionais poderão ocorrer nos dias anteriores e posteriores, nomeadamente a 27 e 29 de abril. Estes trabalhadores contestam a ausência de avanços na reestruturação salarial anteriormente acordada com a administração da empresa, bem como a proposta de atualização salarial considerada insuficiente.
Já no início de maio será a vez dos maquinistas, com uma greve marcada para o dia 8, que poderá fazer com que também se sintam dificuldades para os utentes nos dias 7 e 9. Este grupo aponta como principal motivo a falta de equidade nas propostas salariais, argumentando que os valores sugeridos pela CP ficam aquém dos praticados noutras áreas do setor público. Também o adiamento da formalização de acordos laborais já negociados tem gerado descontentamento, especialmente por depender da tomada de posse de uma novo Governo.
Mas isto não é tudo, até porque os trabalhadores responsáveis pelos serviços de bar a bordo dos comboios Alfa Pendular e Intercidades ameaçam iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de maio. O foco do conflito reside na recente mudança de concessionária: a gestão dos bares passou da empresa Newrest para a ITAU, uma transição que, segundo os trabalhadores, implicou a recusa em manter condições contratuais anteriormente estabelecidas. Entre os direitos em causa estão a semana de 35 horas, acréscimos remuneratórios pelo trabalho ao fim de semana e atualizações de subsídios. A nova operadora manteve os salários base definidos para 2025, mas não aceitou os aumentos adicionais acordados com a anterior concessionária, o que poderá originar perdas nos rendimentos dos trabalhadores já no final deste mês.
A CP informou ainda que os passageiros com bilhetes adquiridos para serviços afetados poderão optar pelo reembolso integral ou pela troca gratuita de viagem, desde que o pedido seja feito com antecedência mínima de 15 minutos em relação à partida. Após esse prazo, mantém-se a possibilidade de reembolso até 10 dias após o término da greve, mediante submissão do comprovativo digital do bilhete através da plataforma online da empresa.