Valsa – A peça de teatro que nos questiona sobre o sentido da vida e o nosso temerário futuro à face da Mãe Terra

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Da autoria de Catarina Pacheco, Valsa estreia em abril no Espaço Escola de Mulheres – Clube Estefânia, em Lisboa.

É já nos primeiros dias de abril que o Espaço Escola de Mulheres – Clube Estefânia, em Lisboa, recebe um novo espetáculo que promete não deixar ninguém indiferente. Dá pelo nome de Valsa, uma peça de teatro que desafia a nossa consciência com o que julgamos ser o valor da espécie humana e o nosso papel enquanto a raça “mais avançada” à face da Terra.

Da autoria de Catarina Pacheco, coatriz de 27 anos que dirige este espetáculo, Valsa tem como referência inspiradora a peça ‘Night, Mother, de Marsha Norman, que ganhou em 1983 o Prémio Pulitzer para Teatro e foi nomeada para um Tony Award de Melhor Peça. Assim, este espetáculo constitui-se como ficção que aborda temas tão distópicos como prementes, entre eles os da extinção voluntária e do suicídio assistido, numa perspetiva ativista radical que remonta a paisagens de movimentos libertários e abolicionistas americanos e europeus que tiveram em filósofos neomarxistas como Marcuse e outros, como Les U. Knight, uma das expressões estruturadas mais recentes.

Este espetáculo ecológico, digamos, vem ao encontro essencialmente da importância de um debate necessário e urgente sobre a viabilidade da espécie humana mediante as atuais condições que criámos, e de uma consciencialização social que coloca questões bastante sérias e cada vez mais prementes do nosso tempo: será a extinção humana voluntária uma solução para os graves problemas com que o planeta e a sociedade humana se deparam?

Ao narrar o reencontro entre dois irmãos, Francisco e Siobhan, cujas vidas tomaram rumos opostos, a autora recorre a um cenário desolador e a um diálogo distópico para espelhar em duas personagens prováveis do nosso tempo os nossos conflitos internos latentes, as dúvidas existenciais que se nos colocam e a questão de fundo, sempre subentendida, da dívida que a sociedade anterior, as gerações dos ‘mais velhos’ deixam como ‘herança’ da juventude de hoje: um planeta que se precipita para o desastre e para o caos.

Quanto à autora Catarina Pacheco, tem um percurso rico e diverso no Teatro, que passou pela licenciatura como intérprete de teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema e pela Academia Superior de Teatro de Praga (DAMU). Estagiou no Teatro Nacional D. Maria II e frequentou vários cursos e oficinas a par de projetos em companhias de teatro com que tem colaborado. Ganhou a Open Call 2024 com o seu trabalho Contraponto e continua a desenvolver uma voz artística própria notável, de que se reveste esta Valsa, o seu mais recente trabalho, agora prestes a estrear, e que faz jus a uma ideia central com raízes ideológicas e culturais profundas que vão ao âmago do ativismo ecológico: o antinatalismo, uma proposta inspirada em movimentos extincionistas hodiernos de controlo da espécie humana que têm raízes mais recuadas do que se supõe – algumas delas remontam ao século XIX.

Em suma, tem tudo para ser uma peça que vai dar muito que falar. Valsa estará em cena nos dias 2, 3 e 4 de abril, com sessões às 21h, e no dia 6 do mesmo mês, às 17h30. Os bilhetes estão disponíveis na BOL e nas lojas físicas do costume.

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