Unity quer apostar em ferramentas de IA para facilitar desenvolvimento e descoberta de jogos

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A Unity continua a posicionar a inteligência artificial no centro do seu ecossistema, com uma visão considerada controversa e delicada.

A Unity prepara-se para integrar de forma mais profunda ferramentas baseadas em inteligência artificial no desenvolvimento e distribuição de videojogos, com o objetivo de tornar o processo mais acessível e de melhorar a visibilidade dos títulos num mercado cada vez mais saturado.

Durante a apresentação de resultados do terceiro trimestre de 2025, o presidente executivo Matthew Bromberg afirmou que a empresa quer colocar as soluções de IA “na linha da frente” do processo de descoberta, considerando o aumento constante no número de lançamentos. Para o responsável, a tecnologia poderá ajudar estúdios e editores a lidar com a sobrecarga de novos conteúdos e a destacar os seus jogos em plataformas de distribuição digital.

O plano enquadra-se numa visão mais ampla de “democratização do desenvolvimento”, assente em ferramentas generativas que permitem a criadores independentes e pequenas equipas acelerar fases de produção, reduzir tarefas técnicas e concentrar-se na conceção de novas ideias. Bromberg referiu que estas soluções visam não só os programadores, mas também criadores de conteúdo interativo de curta duração.

Contudo, a aposta da Unity surge num contexto de crescente controvérsia em torno do uso de IA generativa na indústria criativa. Estúdios, produtores e associações um pouco por todo o mundo têm manifestado preocupações quanto à utilização de dados protegidos por direitos de autor para treinar modelos, bem como ao impacto potencial na originalidade e no emprego de equipas artísticas. A própria Take-Two Interactive, através do seu presidente executivo Strauss Zelnick, afirmou recentemente que a IA é útil em tarefas de apoio, mas incapaz de produzir algo “verdadeiramente criativo” por ser, nas suas palavras, “intrinsecamente retrospetiva”. Zelnick vê também a tecnologia como limitada à análise de dados e incapaz de substituir a intuição humana. Já Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, considera que a IA deve servir apenas como suporte às equipas de desenvolvimento, e não como substituto da autoria artística.

Contrastando com estas visões, a Unity criou recentemente um Conselho de IA interno, destinado a acelerar a implementação destas tecnologias em várias áreas da empresa. Esta decisão segue-se à introdução da plataforma publicitária Unity Vector, que a empresa descreve como essencial para o seu crescimento após um período de reestruturação e de quebras na receita.

Mesmo com esta estratégia focada em automação e integração de IA, a empresa continua a registar resultados considerados mistos. No terceiro trimestre, o volume de negócios atingiu 471 milhões de dólares, um aumento de 5% face ao ano anterior, com prejuízos líquidos de 127 milhões.

David Fialho
David Fialho
Licenciado em Comunicação e Multimédia, considero-me um apaixonado por tecnologias e novas formas de entretenimento. Sou editor de tecnologia e entretenimento no Echo Boomer, com um foco especial na área dos videojogos.
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