A Ubisoft revelou como geriu a controvérsia e a campanha de ódio dirigida a Assassin‘s Creed Shadows e transformou essa reação negativa num dos maiores lançamentos da série.
A Ubisoft explicou publicamente como respondeu à polémica gerada em torno de Assassin‘s Creed Shadows, após vários de meses de críticas e campanhas de ódio que antecederam o lançamento do jogo.
Esta resposta publica aconteceu durante uma apresentação na Paris Games Week, onde diretor executivo Yves Guillemot descreveu o processo e apresentou um vídeo interno que, de acordo com o site Game File, traça o percurso do estúdio desde o anúncio inicial até ao lançamento de março.
No vídeo, de tom corporativo e descrito como “muito dramático”, a Ubisoft reconhece que “ficou surpreendida pela dimensão dos ataques” após a revelação de Yasuke, um samurai negro histórico, enquanto um dos dois protagonistas do novo jogo. A polémica levou a acusações de “agenda woke”, apesar de Yasuke ser uma figura documentada no Japão do século XVI. Este tipo de acusações e o selo de “woke” é uma estratégia típica de comunidades e de alas de extrema direita intolerante que não aceita inclusão, diversidade e, em casos como em Assassin’s Creed Shadows, uma representação factual e histórica, uma vez que não se alinha com as suas fantasias.
A Ubisoft afirma que o ponto de viragem aconteceu quando decidiu “deixar de tentar convencer quem nos odiava”, passando a concentrar-se na comunidade de fãs da série. A nova estratégia passou por adiar o lançamento, mostrar longas demonstrações de jogabilidade, abrir as portas a criadores de conteúdo e à imprensa, e apostar na força da marca Assassin’s Creed como principal argumento de venda do jogo.
De acordo com a própria empresa, essa abordagem permitiu reconquistar confiança e lançar o jogo com uma dinâmica a seu favor. Algo que se comprovou com o seu lançamento a 20 de março, que de acordo com dados internos partilhados pela Ubisoft, registou 2 milhões de jogadores ativos no primeiro fim de semana, tornando-se no segundo maior lançamento da série, apenas atrás de Assassin’s Creed Valhalla.
Na altura, a receção crítica também foi positiva, com 81 pontos no Open Critic e no Metacritic, contrastando com o review bombing promovido por grupos que tentaram penalizar o jogo devido à inclusão de Yasuke e à personagem fictícia Naoe.
Na nossa análise ao jogo, Assassin’s Creed Shadows apresentou-se como um dos mais bem realizados e emocionantes jogos da franquia, com pequenos problemas dos quais os protagonistas não são, obviamente, responsáveis.
