São situações que, infelizmente, acontecem cada vez mais frequentemente.
Em maio do ano passado, fomos dos primeiros a anunciar que as trotinetes elétricas partilhadas da Bolt iriam expandir-se para Setúbal, após o sucesso verificado em Lisboa e Braga.
Um mês depois, as trotinetes ficaram disponíveis da cidade, e desde logo imensas pessoas começaram a aproveitar a existência destes veículos para as suas deslocações diárias, fosse para o emprego, escola ou outro local.
Já em novembro do ano passado, a Câmara Municipal de Setúbal revelava dados que mostravam que, desde que estes veículos começaram a ser disponibilizados no início de junho, vinham a ser percorridos mensalmente perto de 165 mil quilómetros em deslocações de curta distância na cidade com recurso às trotinetes elétricas da Bolt, numa média diária de 3.189 viagens, algo que a autarquia considerava ser “a verdadeira expressão da grande aceitação da solução pela população”.
Na altura, durante uma reunião pública, a autarquia também revelou que as trotinetes ficariam disponíveis por mais tempo na cidade, de modo a “aferir a possibilidade de uma solução sistémica e estabilizada, que poderá ser considerada como uma possibilidade real na diversificação das possíveis ofertas de serviços de mobilidade futuras para o concelho”.
Curiosamente, na mesma reunião, ficou também prometido que a cidade iria passar a ter, algures no tempo, bicicletas elétricas partilhadas da mesma marca, mas até ao dia de hoje nunca vimos ninguém a pedalar em veículos verdes em Setúbal. Mas adiante.
Uma das grandes mais valias para a utilização destas trotinetes é que, quando chegaram a Setúbal, e durante algum tempo, o custo de utilização por minuto era de apenas 0,05€. Neste momento, andar numa trotinete da marca, e ainda que não se pague a taxa de desbloqueio, custa 0,14€/minuto. Estamos a falar praticamente do triplo do preço, algo que tem feito com que menos gente opte por circular nestes veículos.
Ora, não sabemos o que poderá ter despoletado o que vos vamos revelar, mas têm-nos chegado relatos de que as trotinetes da Bolt estão a ser vandalizadas em Setúbal. E além de relatos, temos fotos, como as que podem ver em baixo.
A primeira imagem, onde surge uma trotinete sem rodas e sem a parte eletrónica – ou seja, foi praticamente desmontada -, foi captada na zona da Bela Vista. Já a segunda imagem foi registada na Avenida Luísa Todi e, embora aparente estar funcional, mostra que também foi alvo de vandalismo. As duas últimas imagens foram captadas na Avenida Mestre Lima de Freitas. E atenção: estes são apenas dois exemplos. Há muito mais.
Não sabemos quem terá feito isto – se utilizadores das trotinetes, se munícipes descontentes com a existência destes veículos na cidade -, mas a verdade é que se trata de um péssimo exemplo que os setubalenses estão a dar. Além disso, são raras as trotinetes que se encontram bem estacionadas na cidade. A maior parte delas são deixadas em qualquer lado, ao acaso, onde podem não só pertubar a circulação de peões, mas também do trânsito automóvel.
Em todo o caso, não é só em Setúbal que se registam casos destes. Noutras cidades portuguesas, os utilizadores vão reportando situações ao encontrarem trotinetes dentro de contentores, “estacionadas” no meio de passeios ou, até, no meio da água.