Tomar lidera ranking europeu como destino turístico emergente para o verão de 2025, destacando-se pela autenticidade, história e acessibilidade.
Um estudo recentemente divulgado pela plataforma HomeToGo colocou a cidade de Tomar, no centro de Portugal, no topo do índice europeu de destinos turísticos menos explorados, numa avaliação focada em critérios como autenticidade, acessibilidade económica e valor cultural. A análise, que incluiu dezenas de cidades europeias com menor exposição mediática, atribuiu à cidade templária uma pontuação final de 61,64, colocando-a à frente de localidades como Brisighella, em Itália, e Nafplio, na Grécia.
O destaque de Tomar neste índice europeu justifica-se por um conjunto de fatores. A cidade reúne condições históricas únicas, infraestruturas turísticas funcionais, uma relação equilibrada entre oferta e procura, e uma quase ausência de turismo massificado. Estes aspetos foram determinantes para a sua avaliação no índice da HomeToGo, que procurou identificar locais que, apesar de possuírem elevado potencial turístico, continuam relativamente à margem dos grandes fluxos internacionais. A presença reduzida de visitantes estrangeiros contribuiu, aliás, para a elevada pontuação no chamado “factor under-the-radar”, um dos parâmetros utilizados na metodologia do estudo.
Tomar, sede histórica da Ordem dos Templários em Portugal, apresenta um património monumental que remonta ao século XII. O Convento de Cristo, classificado como Património Mundial pela UNESCO, é o exemplo mais representativo da influência templária na Península Ibérica, conjugando elementos arquitetónicos românicos, góticos, manuelinos e renascentistas. A preservação deste legado foi identificada como um dos ativos que mais valor acrescenta ao destino, sobretudo num contexto europeu em que muitos centros históricos enfrentam fenómenos de descaracterização.
Para além da herança monumental, Tomar mantém vivas várias expressões de cultura popular que conferem identidade própria à cidade. A mais visível é a Festa dos Tabuleiros, que ocorre ciclicamente a cada quatro anos. Este evento, de raiz comunitária e com traços de simbolismo religioso, foi referido no relatório como um exemplo de tradição local que se mantém ativa sem perder autenticidade nem ser convertida em produto turístico de consumo imediato.
O estudo sublinha também o custo médio acessível dos alojamentos disponíveis em Tomar, colocando a cidade entre as mais vantajosas do ponto de vista económico para o visitante. Esta acessibilidade foi reforçada pela ausência de práticas de inflação sazonal de preços, algo frequentemente observado em destinos turísticos mais consolidados. O equilíbrio entre qualidade e preço foi, segundo a plataforma, um critério determinante na ponderação final do ranking.
Comparada com outras cidades analisadas no índice, Tomar destaca-se por não depender de um único atrativo, mas antes por oferecer uma experiência coesa, em que o património, a vivência local e a paisagem urbana se articulam de forma consistente. Ao contrário de destinos mais conhecidos, frequentemente associados a períodos de pico e à erosão do espaço público, Tomar permanece relativamente estável, tanto no volume de visitantes como na capacidade de preservar o quotidiano da cidade.