Segundo a Tesla, mais de 80% das deslocações atuais envolvem um máximo de dois ocupantes, o que justificaria o formato do Cybercab.
Foi em outubro de 2024, durante o evento We, Robot, em Los Angeles, nos Estados Unidos, que a Tesla apresentou a sua proposta para o futuro da mobilidade, assente em veículos autónomos e inteligência artificial. O destaque recaiu sobre três inovações tecnológicas: o robotáxi Cybercab, a van multifuncional Robovan e o robô humanóide Tesla Bot.
Durante o evento, o Cybercab foi apresentado como uma solução de mobilidade personalizada e 100% autónoma. O modelo, concebido sem volante nem pedais, está preparado para funcionar a pedido dos utilizadores, através de uma aplicação. Apesar do seu design compacto – com apenas dois lugares -, foi pensado para maximizar o espaço e a eficiência: transporta até quatro malas, incluindo bicicletas, e oferece uma autonomia energética significativa, atingindo quase nove quilómetros por cada kWh consumido. O sistema de carregamento é sem fios e está equipado com um mecanismo de limpeza autónoma.
Segundo a Tesla, mais de 80% das deslocações atuais envolvem um máximo de dois ocupantes, o que justificaria o formato do Cybercab. Com um preço estimado inferior a 30.000 dólares nos Estados Unidos – o preço deverá ser bem diferente na Europa, se for comercializado por cá -, poderá ser adquirido por particulares ou utilizado sob pedido. Durante a apresentação na Califórnia, 19 unidades do Cybercab e 29 Model Y circularam autonomamente em ambiente urbano, realizando mais de mil viagens sem qualquer incidente registado.
Recentemente, o Tesla Cybercab esteve em exposição em Lisboa, e o Echo Boomer teve oportunidade de tirar umas fotos a esta inovação tecnológica. Ora vejam:
Para a Tesla, o transporte autónomo representa mais do que uma tendência tecnológica: é uma resposta à ineficiência do sistema atual. Os custos elevados, a insegurança nas estradas e a pegada ambiental dos transportes convencionais são, segundo a marca, problemas estruturais que podem ser mitigados com a automação. A empresa sublinha ainda que o seu sistema Full Self-Driving (FSD) é alimentado por milhares de milhões de quilómetros de dados de condução real, recolhidos por uma frota global de mais de oito milhões de veículos.
Com atualizações constantes – como a mais recente substituição de centenas de milhares de linhas de código por uma rede neuronal integral -, o FSD visa tornar a condução mais fluida e semelhante à humana. Os dados internos indicam que os condutores que utilizam o Autopilot têm dez vezes menos probabilidades de se envolverem em acidentes, em comparação com a média. Esta funcionalidade está já integrada em todos os modelos da Tesla – S, 3, X e Y – e prepara-se para transitar gradualmente para uma experiência de condução completamente autónoma, sem necessidade de supervisão.
O caminho delineado pela empresa aponta para uma reorganização profunda do espaço urbano e dos hábitos de mobilidade. A possibilidade de operar veículos sem condutor, disponíveis 24 horas por dia, permitirá reduzir drasticamente a frota necessária para satisfazer a procura, libertando áreas urbanas para usos mais sustentáveis.