A ERSE aprovou as tarifas da Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica para 2026, com reduções superiores a 30% aplicáveis a comercializadores, operadores e detentores de pontos de carregamento.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos aprovou as tarifas da Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica – ou seja, a Mobi.E – para 2026, no âmbito da Diretiva n.º 12/2025, confirmando uma redução significativa dos valores a aplicar no próximo ano.
A partir de 1 de janeiro de 2026, a tarifa EGME aplicável aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica e aos Operadores de Pontos de Carregamento será reduzida em 30,8%. Assim, o valor cobrado por cada carregamento na rede pública passa de 0,1572€ em 2025 para 0,1088€ no próximo ano. Também os Detentores de Pontos de Carregamento de acesso privativo beneficiam de uma descida, com a tarifa diária a diminuir 30,2%, passando de 0,0162€ para 0,0113€, o que corresponde a um encargo anual de 4,12€.
O ano de 2026 assume, assim, um carácter particular, sendo o primeiro e único ano de um novo ciclo regulatório. As tarifas agora aprovadas abrangem os comercializadores que abastecem os utilizadores de veículos elétricos, os operadores de pontos de carregamento e os detentores de pontos de carregamento de acesso privativo. A redução dos preços resulta sobretudo da diminuição dos proveitos permitidos à EGME, refletindo a evolução dos custos da atividade e, em especial, a devolução aos consumidores do ajustamento de proveitos relativo a 2024.
As tarifas EGME destinam-se a cobrir os custos associados à plataforma de gestão da mobilidade elétrica, que durante anos assegurou a interoperabilidade total do sistema, permitindo que qualquer utilizador, com um único meio de acesso emitido por um comercializador, pudesse carregar o seu veículo em qualquer ponto da rede, independentemente do operador. A plataforma continua igualmente a fornecer informação em tempo real sobre o estado da rede de carregamento, servindo de base às aplicações usadas pelos utilizadores.
Embora estas tarifas não sejam cobradas diretamente aos utilizadores de veículos elétricos, acabam por influenciar os preços finais praticados no mercado. Segundo a ERSE, o peso das tarifas EGME deverá situar-se entre 3% e 4% do valor final pago pelos utilizadores, mantendo-se como um dos componentes do custo global associado ao carregamento de veículos elétricos em Portugal.
