Sudoeste regressa em 2026, garante Luís Montez

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Porém, para o Sudoeste regressar, só mesmo com um patrocinador.

Ontem, sexta-feira, dia 7 de fevereiro, a Música no Coração, através das redes sociais do Festival Sudoeste, anunciou que, em 2025, o mítico festival não irá realizar-se. A decisão acaba por ser o culminar do que tem vindo a acontecer recentemente com a promotora, que já perdera a ligação à Super Bock, fazendo com que deixasse de organizar o Super Bock em Stock e o Super Bock Super Rock, e à MEO, que deixou de ser naming sponsor do Sudoeste.

“O Sudoeste é mais do que um festival: é um lugar onde se criam memórias para a vida. São mergulhos no canal, amizades no campismo, danças até de manhã e concertos inesquecíveis. Em 2025, fazemos uma pausa para prepararmos um novo capítulo. O futuro está à nossa frente e prometemos que vai valer a pena. Até já! Por agora a Zambujeira está no ar em 100.8FM Lisboa, 102.7FM Porto e em todo o mundo em radiosudoeste.pt”, lê-se num comunicado publicado nas redes sociais, confirmando assim que, em 2025, não haverá Festival Sudoeste para ninguém.

No ano passado, em declarações à SIC, Luís Montez, da Música no Coração, já tinha referido que seria muito difícil fazer acontecer o Sudoeste sem um patrocinador. “Sem patrocinador é muito difícil continuar. Ainda estamos à espera, a negociar. Mas se não for possível para o ano, é no ano a seguir. Não vamos desistir, porque o festival é nosso”.

E foi precisamente devido a essa falta de patrocinador que o Sudoeste não se realiza este ano. Ao Observador (acesso pago), Montez referiu que, “com eleições autárquicas este ano, há concertos de norte a sul do país. É impossível concorrer com espetáculos gratuitos”. Ao mesmo jornal, o promotor refere que “o público do Sudoeste mudou os seus gostos”, que o festival está a ser repensado e que os primeiros nomes da edição de 2026 deverão ser anunciados em agosto deste ano.

Sim, o Sudoeste volta em 2026, mas somente com um patrocinador.

Marca Festival Sudoeste penhorada? Luís Montez diz ser “completamente falso”

Esta semana, a TVI noticiou que a marca Festival Sudoeste tinha sido penhorada, uma vez que a Música no Coração tem várias ações executivas em curso devido a dívidas. E, de facto, indo ao site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, ao pesquisar pela marca “Festival Sudoeste”, repara-se que a marca nacional, com o Nº321512aguarda sentença de tribunal, por ter sido penhorada pela Autoridade Tributária. A palavra “penhora” surge claramente indicada, mais do que uma vez.

No entanto, Luís Montez alega que o que foi noticiado é “completamente falso”, dizendo que tudo se deve ao facto de estarem a pagar impostos a prestações, faltando nove prestações, e que tudo ficará resolvido em março.

Já em declarações ao Jornal Económico, Montez disse o seguinte: “Temos um acordo com a autoridade tributária e com a segurança social, isto é, declarações de situação regularizada. Fomos nós que [em 2023] demos a marca Sudoeste como garantia. Estou a fazer injeções de capital na Música do Coração à medida que é preciso. Há liquidez.”

Contudo, e além dessa penhora da marca Festival Sudoeste, as contas da Música no Coração não estavam propriamente saudáveis, pelo menos em 2021. No ano passado, a promotora publicou os Balanços e demonstrações de resultados referentes aos anos de 2019, 2020 e 2021. Neste último, o mais recente, ao qual conseguem ter acesso através de sites como a Racius e eInforma, constata-se não só capitais próprios negativos superiores a 6 milhões de euros, como um passivo de 26 milhões de euros.

Falta ainda divulgar os Balanços e demonstrações de resultados referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024, para se ter noção da atual realidade da Música no Coração.

Não obstante, os problemas financeiros da promotora já datam antes da pandemia. Em 2019, vários fornecedores reclamavam pagamentos em atraso junto da Música no Coração. Em novembro de 2023, a promotora devia 60.000€ de pagamento à GNR pelos serviços prestados na edição desse ano do MEO Sudoeste.

São, efetivamente, vários os casos, e somente uma injeção de capital poderá salvar a empresa.

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