Pela quarta vez em Portugal, e segunda vez no Rock in Rio Lisboa, Jessie J veio para marcar a sua posição, mostrando que é uma artista com vários talentos escondidos e que consegue conquistar o público além dos seus temas mais conhecidos.
A britânica apresentou um espetáculo com um cenário simples, mas onde se vislumbrava um enorme coração, acabando por ser visualmente atrativo. Esta visita ao nosso país devia-se ao seu mais recente álbum, R.O.S.E., lançado em quatro partes no passado mês de maio, e que foi bem recebido pela crítica especializada.
“Do It Like A Dude” foi o tema que abriu o concerto, aqui interpretado num registo diferente, quase acústico, com Jessie J a ficar agarrada à bandeira de Portugal – a Seleção Nacional tinha sido eliminada nos oitavos-de-final.
Seguiu-se “Burnin’ Up”, onde mostrou a capacidade de brincar com o seu vozeirão, revelando, também, o seu lado mais divertido, interagindo com o público e com a sua banda. Jessie interpretou, como seria de esperar, temas do seu mais recente trabalho, tais como “Play” ou “Easy On Me”, revelando, neste último, que é um tema especial para si devido à relação que tinha com o avô, recentemente falecido, e onde aborda o problema de coração que lhe foi detetado quando era adolescente.
Pouco depois iriam começar a surgir os sucessos conhecidos por todos, como “Domino” ou “Nobody’s Perfect”, iniciado num registo acústico para, uma vez mais, mostrar a importância das palavras misturadas com o poder da sua voz. “Não quero ser perfeita, quero ser a Jessie J“, dizia ela. E a verdade é que ninguém lhe pediu isso – basta ser como é.
Seguiram-se “Flashlight”, tema que criou para o filme Pitch Perfect, “Thunder” e “Stand up”, onde Jessie pediu aos fãs que abraçassem a pessoa ao lado, apelando a um mundo com mais amor. Para terminar este registo mais “acústico” veio a música que marcou a maior parte da audiência, “Who You Are”, onde se percebeu que a artista tinha conseguido tocar em muitos corações. Bastava olhar para os ecrãs gigantes para vermos uns quantos fãs lavados em lágrimas.
Não sendo uma artista estática, como quem diz, que gosta de manter a mesma posição em palco durante todo o concerto, esta desceu do palco e percorreu o corredor entre a multidão para, no fim, abraçar um dos fãs e dizer “está tudo bem, eu estou aqui”, como que a tentar reconfortar alguém que precisava de um ombro amigo. É tão comunicativa e simpática que ia acenando aos fãs que deslizavam pelo slide do festival, dizendo que gostava de terminar o concerto desta forma. Infelizmente, tal não aconteceu.
Pausa para troca de roupa e surge em palco Luke James, artista que veio interpretar um tema seu, “These Arms.”
Já de volta com um novo outfit, ouviram-se os acordes de “Queen”, onde a mesma canta uma mensagem de body positivity e amor próprio, mostrando que se sente poderosa com o seu corpo através de movimentos sensuais e confiantes. E não é para mais, uma vez que está em excelente forma física.
Estávamos quase no final, mas não podíamos deixar de ouvir “Mamma Knows Best”, “Bang Bang” e, claro, a famosíssima “Price Tag”.
Jessie J deu, para muitos, um dos melhores concertos no Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa. E é mesmo impossível não ficar contagiado pela boa vibe da cantora, pelas palavras, pelo sorriso e pela simpatia que traz sempre consigo.