Rock in Rio Lisboa 2024. Público refere filas de espera intermináveis e pede o regresso do Parque da Bela Vista

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O primeiro dia do festival esgotou, assim com o segundo.

Ontem, dia 15 de junho, o Rock in Rio Lisboa abriu as portas, pela primeira vez, da nova Cidade do Rock, no Parque Tejo Lisboa, para uma edição que comemora 20 anos do festival em Portugal com muita música, diversão e experiências. Este primeiro dia, esgotado, foi especialmente dedicado ao rock.

A abertura de portas esteve marcada para as 13h e foi um dia com 12 horas de acontecimentos, que só terminou depois da 1h da manhã. Passaram pelo recinto nomes como Extreme, Evanescence, Scorpions e Hybrid Theory, a maior banda de tributo aos Linkin Park, que entretanto anunciaram novo concerto para a MEO Arena, só para referir alguns.

Mas se, para uns, foi uma boa experiência, para muitos outros foi um caos. E basta constatar isso mesmo pelos inúmeros comentários nas redes sociais.

Mais de uma hora de espera para apanhar o shuttle

O stress começou logo antes de os festivaleiros chegarem ao recinto. Como se sabe, o Rock in Rio Lisboa tem prometido, desde há muito, que teria shuttles regulares em autocarros da Carris com ligação direta da Gare do Oriente ao Parque Tejo, numa viagem de ida-volta com um custo de 1€ para compra antecipada (2€ para quem comprar no dia do embarque). Até aqui tudo certo na teoria… o pior é a prática.

De acordo com o SAPO24, constatou-se que haviam milhares de pessoas à espera para apanhar esses shuttles, sendo que eram filas de milhares de pessoas que davam, imagine-se, a volta à Gare do Oriente. E lendo os vários comentários nas redes sociais do festival, facilmente se constata isso mesmo. A verdade é que ter apenas autocarros para levar, literalmente, milhares de pessoas para o recinto, não é a melhor solução.

Portanto, houve muita gente a optar por fazer o percurso a pé – cerca de 35/40 minutos desde a Gare do Oriente e cerca de 25 minutos desde a estação de Moscavide.

Filas intermináveis, som dos palcos deixou a desejar e má gestão dos espaços

A partir daqui, o rácio de comentários positivos nas redes sociais face aos negativos é muito diminuto. São milhares de queixas, desde filas intermináveis – há quem diga que o recinto devia ter metade da lotação – a poucos ou nenhuns ecrãs para se poder ver o Palco Mundo e restantes palcos.

“Um cartaz incrível, um dia de música fabuloso. Fica a má experiência das filas intermináveis nas casas de banho e nos comes e bebes. Horrível!!”, lê-se num comentário. “Palcos mal situados e sem visibilidade, marcámos a roda e não conseguimos ir, as experiências com filas enormes, ou escolhias ver os concertos ou o resto…”, diz outra pessoa que alega ter bilhete para hoje, mas que já nem vai devido à confusão que foi.

“Como foi o Rock in Rio? – resumo: estive na fila para a bebida, depois na fila para a comida, passei pela fila da casa de banho e enquanto isso fui ouvindo uma ou outra musica. Tentei ir ver os Europe, não consegui”, lamenta outro festivaleiro. “Para quê fazerem uma tenda VIP no meio de 2 palcos onde o espaço já era limitado?” é outra das críticas, e há várias críticas sobre a localização, e tamanho, da tenda VIP.

“Na minha única ida ao WC (imaginem o IC19 mas com pessoas todas atabalhoadas nas filas que nem sabíamos onde começava e nem onde acabava) perdi o Tigerman e quase que perdia os Scorpions… Os Europe ainda os ouvi de longe e só os vi já na última musica… quando estava a chegar depois de uma aventura para encher a garrafa de água, porque nem para ir trincar alguma coisa deu, pois, ou ia comer alguma coisa ou perdia o resto do festival…”, lê-se noutro comentário, onde se percebe as dificuldades para arranjar comida ou encher a garrafa de água num dos vários bebedouros disponíveis no festival.

“Não sei como passados tantos anos ainda o RIR comete erros tão amadores… e caímos na conversa. Cartaz incrível, concertos de qualidade, mas um esforço gigante para se fazer render esta experiência. Dificilmente a maioria não perdeu algo… Tudo marcado em cima uns dos outros, sem tempo para muito. Filas para tudo, dificuldade para transição de palcos… comer, beber ou ir ao WC é uma missão para os mais determinados e sortudos! Não preciso de stands de marcas a promover produtos. Quem quer ouvir música só quer o mínimo de conforto e visibilidade, poder pedir uma bebida rápido ou dar o salto a um wc. Ir depois à zona de restauração, se assim quiser. Simplifiquem! E retirem aquelas tendas e tendinhas a tapar o palco mundo porque é um insulto pagar bilhete e sofrer o que hoje milhares sofreram para ver algo de forma medíocre e ouvir músicas só pelo caminho, sendo quase impossível algo mais. Um dia quase especial que ficou pela metade. Espetáculos em salas ou festivais mais pequenos continuam a ganhar a alguns eventos por isto. Grande FLOP. Valeu a beleza dos palcos e a paisagem com a ponte” é outros dos comentário que resume bem a experiência de milhares de pessoas no novo recinto.

“Excelente festival para quem não está grávido, não apresenta mobilidade reduzida, não se alimenta, não se hidrata, não precisa de usar o wc, só tem interesse em assistir a concertos num único palco e não se preocupa muito com a (falta de) visibilidade e a (fraca) qualidade de som. Não preenchem estes requisitos? Então FUJAM!”, diz uma senhora claramente indignada com a experiência vivida.

“Publicava ontem à chegada ao Rick in Rio pela 1.ª vez no Parque Tejo que fiquei maravilhado com o cenário montado. Verdade. O pior foi o caos que se seguiu quando o recinto atingiu a lotação máxima de 80 000 pessoas (deveria ser no máximo metade disso!) . Filas intermináveis para tudo…beber uma cerveja (40 minutos) ir ao WC (para cima de 1 hora – filas com mais de 300 metros) e comer – esqueçam lá isso 🧐- nem podem levar comida nem a conseguem comprar lá dentro; som muito fraco (mais isso já era o menos) , e o desnível em relação ao palco mundo só permite que se veja o concerto estando nos locais da frente…e o pior, sem espaço para as pessoas se movimentarem, chegando mesmo a ser muito perigoso e claustrofóbico. Tudo esmagado uns contra os outros em qualquer lado do recinto …de fugir!”, diz outro utilizador nas redes sociais, que termina dizendo que “salvou-se o cenário do Palco Mundo, tudo o resto um CAOS ABSOLUTO!”.

“Mudem o nome de Rock in Rio para Rock in “filas”, fica mais de acordo com a realidade”, refere outra pessoa. “Em tantos anos de Rock in Rio Lisboa nunca vi tanta fila para tudo, nem uma cerveja conseguíamos beber sem estar 40 minutos numa fila, 2h para comer, 30 minutos para ir ao wc, tudo com filas uma experiência para ser vivida e não de forna stressante. Organização 0”, “Vergonhoso. A minha namorada sentiu-se mal à espera na fila para ir à casa de banho. Como é possível depois de 20 anos de Rock in Rio Lisboa acontecer o que se viu neste primeiro dia? Todas as pessoa estavam a comentar o mesmo. Uma autêntica vergonha” e “Não deixam levar comida para ficar 2h à espera de uma bifana ranhosa” estão entre os milhares de comentários negativos que se podem ler.

De facto, o grande problema parece ser mesmo a mobilidade dentro do próprio recinto, pois surgiram grandes aglomerados na parte dos comes e bebes, o que levou a grandes demoras a comprar e entregar produtos. O mesmo aconteceu para as casas de banho.

Além disso, com tanta gente concentrada, circular entre palcos revelou-se uma tarefa extremamente árdua, levando a que muita gente perdesse os concertos que queria ver.

Uma colaboradora do Echo Boomer esteve presente – não em trabalho, mas como espectadora – e corrobora todas as queixas. “Demorei 1h30 para comer uma bifana. O som estava péssimo em todos os palcos e havia falta de visibilidade em todos os palcos era grande se não ficasses relativamente perto dos palcos. Mesmo com marcação tive imenso tempo na fila para a roda. Para sair do recinto é igualmente mau. Para mim foi uma valente treta este sítio.”

De resto, as queixas são mais do mesmo: experiência a não repetir, péssima organização, filas e mais filas para todo o lado, espaço demasiado lotado, treta de festival e flop completo são apenas algumas das tiradas que podemos ler nas redes sociais do festival, com muitos a garantirem que foi o pior festival a que já foram e que, tendo ido a vários Rock in Rio Lisboa, este foi o pior em termos de organização. E parece ser unânime que, face ao que se pode constatar, poucos terão ficado agradados com o Parque Tejo, pedindo o regresso do Parque da Bela Vista.

Também se critica a falta de mesas ou bancos, bem como zonas com sombra. Dito tudo isto, umas dicas: levem agasalho, levem calçado confortável, e levem uma barritas, frutos secos ou duas sandes – não abusem nas quantidades pois a Prosegur, empresa de segurança do festival, está a trata das revistas e os critérios do que pode ou não entrar no recinto parece depender muito do funcionário que efetua a revista.

Mas terminemos com uma nota positiva: os concertos foram excelentes! Hoje, 16 de junho, o dia também está esgotado e é encabeçado por Ed Sheeran. Quem não for ao recinto que veja as transmissões dos concertos, seja através da SIC Radical ou do canal de YouTube oficial do Rock in Rio Lisboa.

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