E que remete para sentimentos de conforto e descanso na mesa de quem mais gostamos.
Domingo de novembro, hora de almoço, e casa muito bem composta na Av. António Augusto de Aguiar – ali quase em frente à estação de metro do Parque. O sítio, A Minha Avó, restaurante que começou como serviço de take-away ali mesmo por trás, na Rua São Sebastião da Pedreira e no Now Kitchens, local onde várias cozinhas profissionais se encontram montadas e disponíveis para novos projetos, e onde Pedro Mourarias e Gustavo Grilo tiveram a hipótese de concretizar a ideia que tiveram na altura da pandemia de disponibilizar pratos vegan. Mas pratos que quem normalmente não come este tipo de cozinha possa dizer sem pruridos que gosta – fugindo do nicho vegetariano ou vegan.
Até por isso o nome, A Minha Avó, que remete para sentimentos de conforto e descanso na mesa de quem mais gostamos, sem ter de pensar na utilização ou não de produtos de origem animal. Ou seja, meter a tipologia dos produtos cá atrás e não como chamariz só pela sua característica.
Em julho, e após o sucesso dos pedidos para fora, finalmente conseguiram ocupar um espaço que possa receber os comensais, ainda por cima bem perto do local de origem, onde quando se desce encontra-se uma sequência de salas com decoração discreta e cuidada.
Assim, e no que diz respeito à nossa refeição, para entrada uns Croquetes de soja e tofu acompanhados de maionese ligeiramente picante (5,50€). Ao trincar a fazer lembrar até um toque de chouriço picante, “simulação” de sucesso e não de todo gorduroso. No couvert, pão de trigo massa mãe com tomate seco e azeitonas, acompanhado pasta com manteiga de alho, e paté de azeitona (3,60€), e para acompanhar a beber uma kombucha Amo original (4€), feita com chá verde biológico. E vegan, claro está.
Para os pratos principais, e num lote onde se encontram entre outros o Bitoque com “ovo” (13,50€) ou o “Bacalhau” com natas (10,90€), acabámos por optar pela Carne de “porco” à portuguesa (12,90€) e pelo Arroz sem pato (11,90€). Muitas aspas para definir pratos para não apanhar desprevenido ninguém, e no primeiro caso o seitan (provavelmente o nosso ingrediente vegan preferido) com marinada, batata frita em cubos, e azeitona e pickles a fazer uma “imitação” muito próxima das versões mais puxadas deste tradicional prato. Na foto, então, é de enganar quase qualquer um.
Já o Arroz sem pato vai buscar cogumelos pleurotus, tofu fumado e rodelas de chouriço vegan – feito com soja e bem a fazer lembrar o produto que dá origem ao nome. Bem temperado e com os sabores a fazer lembrar o prato típico, aqui o trincar do cogumelo a marcar a diferença face ao receituário tradicional português.
Nas sobremesas, há o Pastel de nata da avó (4,90€), o Doce da casa (como não podia deixar de ser, 4€), o Bolo de bolacha (3,90€), o mais misterioso Bolo naveganu (5€, para perceber de que é feito é preciso perguntar às “avós”), e por último, o Banoffee brûlée (5,50€, biscoito amanteigado, banana saltaeada, doce de leite e creme brulée no topo).
Entretanto, referir que o restaurante A Minha Avó introduziu recentemente Peixinhos da Horta, Arroz de “polvo” e Mousse de Chocolate no menu, o que faz com que consiga oferecer uma refeição completa também glúten e soja free.
A Minha Avó ao fim de semana disponibiliza pequenos-almoços e brunches e é um local amigo dos animais domésticos (em estrangeiro pet friendly). Durante os dias úteis, há menu de almoço por 11,90€ com sopa, prato do dia e ice tea ou limonada.
Fotos de: Teresa Graça Moura