É nas músicas mais calmas que Xavier Rudd consegue chegar a todo o público através de uma sincronia perfeita entre a sua guitarra e voz com o público em geral.
Xavier Rudd, músico australiano de uma banda de homem só, inspirado em nomes como Ben Harper, entre outros, trouxe-nos a Portugal a Jan Luc Moon European Tour, fruto do seu último álbum lançado este ano.
Contra todas as expectativas da organização, Xavier Rudd esgotou os bilhetes para a plateia em pé e galerias do Coliseu de Lisboa, tendo inclusive sido vendidos vários bilhetes para os camarotes.
O artista apresentou-se em palco com um macacão vermelho e descalço, bem à sua imagem. Com um plano de fundo de uma águia, começa o concerto com “I Am Eagle”, com uma sonoridade de ambiente exótico e com a voz do próprio acompanhado pela bateria.
Com o single “Stoney Creek”, uma das músicas mais bonitas do último disco, arranca os primeiros momentos de sintonia com o público, apesar de um começo brincalhão na guitarra onde soltou um “How You Doing Lisbon?”. Estava prestada a primeira grande ovação da noite.
A incursão na eletrónica dá-se em “Slinding Down a Rainbow”, onde a sala lisboeta se transformou numa bola de espelhos gigante com muita cor e um ótimo espetáculo de cores pelo palco e pelo teto da sala.
O artista australiano recordou que a última visita ao nosso país se deu antes da guerra e da pandemia, mas que foi bom ver esta Lisboa cheia de amor e paz, antes de dedicar a música “We Deserve To Dream” ao seu país.
“Ball And Chain” testou o som máximo do Coliseu de Lisboa com as mudanças do próprio entre guitarra e bateria, consoante o tempo desta música que teve a companhia do seu amigo Bobby Alu (atuação na primeira parte).
Ainda com Bobby Alu na bateria e antes do encore, “Come Let Go” traz-nos de volta às suas raízes reggae relaxado, mas é em “Spirit Bird”, tocada com um pano de fundo de céu azul estrelado, que todo o Coliseu responde em uníssono e emotivamente (vimos algumas pessoas a lacrimejar) a cantar a letra do principio ao fim.
“Follow The Sun”, o single que nos fala do futuro do amor e da nossa vida, e que nos aquece o coração e a alma, não deixou para trás qualquer coração que esteve presente.
Depois do encore, “Lisboa! O que diz o vosso coração?” foi amplamente repetido pelo artista, antes de se atirar à inevitável e incontornável “Let Me Be” que fez a delícia dos fãs espalhados pela mítica sala lisboeta.
O artista australiano, que tem parecenças a John Butler (John Butler Trio) e a Kristian Matsson (The Tallest Man On Earth), foi uma agradável surpresa que encantou a sala do Coliseu com a sua simplicidade e tranquilidade na transmissão da sua mensagem de paz e liberdade de cada indivíduo.
Apesar das várias incursões pela eletrónica, é nas músicas mais calmas que Xavier Rudd consegue chegar a todo o público através de uma sincronia perfeita entre a sua guitarra e voz com o público em geral.
Foto de destaque de: João Padinha