Paixão pelo Vinho Awards Wine Party no Hotel Vila Galé Ópera

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Tão bom regressar.

No passado dia 5 de março, realizou-se no Hotel Vila Galé Ópera a Paixão pelo Vinho Awards Wine Party, muitas palavras em estrangeiro para descrever aquilo que foi o regresso pós-pandémico à festa de entrega de galardões Paixão Pelo Vinho Excelência, daqueles que foram os melhores no mundo do vinho para os redatores daquela publicação. E foi, mais uma vez, uma oportunidade para provar vários dos produtores premiados (segundo consta, eram mais de 200 vinhos).

Tal como na última visita, o evento assentou arraiais junto ao Tejo, mas em vez da zona oriental, desta vez a organização escolheu o Hotel Vila Galé Ópera, ali bem pertinho da ponte e às docas. Em paralelo, e na zona exterior (mas sabiamente coberta em dia de chuva abundante) da sala onde se encontravam os expositores, decorreram as tradicionais Conversas com Enólogos. Para complementar, uma carta de petiscos e música, a qual infelizmente ficou do lado de dentro e não no terraço, dificultando muito a conversa com quem estava do lado de lá da bancada. Não obstante, foi possível provar coisas novas e aprender com quem sabe da poda (no caso, por vezes literalmente).

Assim, repetimos um premiado de 2019, Márcio Lopes, revelação de há alguns anos e que anda a dar cartas nos Verdes e no Douro. Nos verdes brancos, destaque para o Pequenos Rebentos Loureiro Vinhas Velhas (24€ de PVP anunciado). Não é barato, mas é outro perfil do Loureiro mais tradicional, originado de vinha com três décadas anos, e fermentado em barricas usadas, com o mineral em osmose com o típico floral e fruta suave. Prova que não é só o Alvarinho Verde a guardar para vários anos, talvez ainda cedo para ser degustado na sua plenitude.

Pequenos Rebentos O Caminho (19€), este sim Alvarinho. Muito citrino, com madeira, mas a não deixar que a mesma domine o conjunto, antes a acrescentar-lhe algum apimentado. Fim austero, sério. Nos tintos, e descendo para o Douro, Anel (9,90€) está cheio de vida e de fruta silvestre, muito tanino, pouca intervenção. Já o Proibido À Capela (20€) é o outro lado da moeda, vinho en finesse, vinhas velhas e algumas uvas brancas lá no meio.

António Maçanita é presença conhecida em várias regiões de Portugal e outro multi-ganhador de galardões. Em particular, foi o seu trabalho nos Açores, arquipélago em que tem raízes (o seu pai é açoriano) que provámos através da Azores Wine Company. E temos que falar no Canada do Monte (80€), estilo de nicho, lote, mas com predominância de Arinto. Elegante, salino, porém vulcânico, algum melado e notas leves da madeira. Dificilmente se fará um vinho destes noutro lugar do mundo.

A Casa da Tojeira, para os lados de Cabeceiras de Basto, foi projeto que conhecemos pela primeira vez, e o Tojeira (4,5€) é um verde clássico para dar dois dedos de conversa, com leve agulha que foi pedida pelos clientes minhotos. Mas o Tojeira Grande Reserva (12€) é assunto sério – muita complexidade, com a madeira a domar a acidez e a trazer notas terciárias.

Num registo completamente diferente, a Adega Cooperativa do Cartaxo anda a destruir quaisquer clichés antigos sobre a qualidade da região, e a gama Bridão continua a surpreender e conquistar adeptos fora da sua zona de conforto. O Bridão Alicante Bouschet (6,50€) é um belo vinho para a gama de preço: intensidade sem enjoo, sabor a fruta preta e café, mas seco no final, mostrando que a casta dá-se ali muito bem. O Bridão Reserva (8€) preserva a força do Alicante, mas acrescenta mais subtileza e uma maior domesticação da barrica, mais redondo e consensual.

Para terminar, e porque se saúda sempre a presença de fortificados nestes eventos, final com o Villa Oeiras 7 Anos (21€), fruto do trabalho de recuperação que o município de oeirense tem feito da tradição do vinho de Carcavelos. Delicado, muita compota e laranja, e com gosto bem longo. No final, o Villa Oeiras 15 Anos (33€), dourado mais intenso, fruta mais seca, cheio mas com um pico de salinidade para desenjoar. Uma delícia.

Fotos de: Cláudio Araújo

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