O Recall é um recurso que foi anunciado pela Microsoft no passado mês de maio para o Windows 11 e, pelos vistos, já está a ser falado pelos piores motivos.
No passado mês de maio falámos aqui do Recall, um novo recurso oficialmente anunciado pela Microsoft para o Windows 11. Esta nova ferramenta baseada em Inteligência Artificial vai-nos lembrar sobre tudo aquilo que fazemos, e vimos, no computador. O recurso vai organizar todas as informações com base na experiência e nas associações específicas de cada utilizador, como uma memória fotográfica. Vai ainda lembrar de elementos que até o próprio utilizador já havia esquecido, para permitir que os encontre de forma mais rápida e intuitiva.
O mesmo deverá ficar disponível já a partir do próximo mês de junho em computadores Copilot+ com NPUs (Unidades de Processamento Neural) integradas. Basicamente, o Recall vai registar todas as ações realizadas no PC e permitir que os utilizadores possam pesquisar o conteúdo em linguagem natural. Os utilizadores poderão pausar, parar ou excluir a gravação e excluir aplicações ou sites específicos. Além disso, o Recall não tira prints de sessões privadas de navegação na Web ou de conteúdo protegido por DRM. Segundo a Microsoft, todo o processamento é criptografado e ocorre localmente, pelo que nada é comunicado à própria Microsoft.
Contudo, as declarações da Microsoft estão a ser questionadas por especialistas em segurança, e que levou Kevin Beaumont a escrever um artigo sobre isso. Beaumont relata que malware ou invasores podem, é claro, obter acesso aos dados, porque quando o utilizador está ligado ao PC, os dados recuperados também são descriptografados. Claro, isso faz sentido, porque nesse caso o utilizador não só tem acesso à recuperação de informações, mas também a todo o resto. Beaumont escreve que o sistema armazena dados numa base de dados em texto simples, o que pode permitir que invasores tenham acesso a informações confidenciais de uma forma relativamente fácil e sem grande preocupação.
Windows Recall vai ser um grande foco para os hackers
Segundo o próprio, a Microsoft precisa de voltar a rever o sistema Recall antes deste ser lançado para os utilizadores, já que corre o risco de ser uma catástrofe e um ponto de muito interesse a ser explorado por hackers. Se quiserem ter acesso aos detalhes técnicos disponibilizados por Beaumont, só precisam de aceder aqui.
