Pulsetto Vagus Nerve Stimulator – Review: Vale a pena este novo aliado contra o stress?

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O Pulsetto Vagus Nerve Stimulator foi criado com a promessa de estimular o nervo vago de forma simples, prática e acessível – e, nesse sentido, cumpre exatamente aquilo a que se propõe.

Nos dias de hoje, com tantos desafios e pressões, é fácil sentirmo-nos constantemente em alerta, mesmo quando queremos relaxar. As exigências do dia-a-dia, o ritmo acelerado, as notificações constantes e as preocupações que se acumulam criam um estado de tensão quase permanente. Por fora, até podemos parecer tranquilos, mas por dentro, o sistema nervoso está muitas vezes em modo de alerta, como se estivesse sempre à espera do próximo problema.

É aqui que entra o nervo vago, que atua como um fio de ligação entre o cérebro e vários órgãos, ajudando-nos a acalmar, a recuperar e a entrar em modo de descanso. Portanto, e quando não está a funcionar bem, há um desregulamento desse nervo e tudo parece mais difícil: o sono não vem, a digestão falha, a cabeça anda a mil.

No meu caso, tudo isto traduz-se principalmente em problemas digestivos, especialmente por causa do meu intestino irritável, que já tentei aliviar de várias formas, mas sem grande sucesso. Além disso, lido com uma ansiedade crónica de baixa intensidade, uma inquietação subtil mas constante, que permanece mesmo quando consigo cumprir a minha rotina diária sem grandes sobressaltos. Por isso, quando a Pulsetto ofereceu o seu dispositivo para testar, achei uma boa oportunidade para ver se este aparelho poderia realmente ajudar a trazer um pouco mais de equilíbrio e tranquilidade à minha rotina.

Confesso que não conhecia bem a marca, mas descobri que a Pulsetto foi fundada em 2021 por dois empreendedores com uma ideia simples: criar um dispositivo de estimulação do nervo vago que fosse prático, acessível e sem os custos elevados das soluções já existentes no mercado.

E, à primeira vista, quando recebi o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator, foi exatamente essa a impressão com que fiquei: uma solução descomplicada, fácil de usar e perfeita para levar para qualquer lado.

Dentro da caixa, além do Pulsetto Vagus Nerve Stimulator, vinha tudo o que é necessário para começar: um cabo de carregamento USB-C, um pequeno manual de instruções e um frasco de Signa Gel, que é essencial para garantir uma boa condução dos impulsos elétricos durante a utilização.

O Pulsetto Vagus Nerve Stimulator tem um design original, parecido com um colar, e encaixa-se confortavelmente à volta do pescoço. A zona que toca na pele tem uma proteção almofadada azul escura, que torna o uso mais agradável. Nas pontas, há dois elétrodos de cada lado (quatro no total), e numa das extremidades está a entrada USB-C para carregamento. Todo o dispositivo é feito de um plástico cinza escuro, leve e resistente, e os “braços” são ajustáveis – basta puxar de cada lado para alargar e adaptar ao pescoço. O botão de ligar/desligar fica na parte exterior, junto ao logótipo, e é feito de um material transparente, em borracha, que pisca consoante o modo em que o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator está. É preciso carregar com alguma firmeza para o ativar ou desligar.

O processo para instalar a aplicação foi muito simples: bastou fazer scan de um código QR incluído na embalagem, que me levou diretamente ao site da Pulsetto, e a partir daí foi só descarregar a aplicação oficial (disponível para iOS e Android).

Ao abrir a aplicação, aparece uma mensagem que me dá as boas vindas e explica a importância de me comprometer a usar o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator regularmente, pelo menos durante uma semana, para começar a notas os efeitos. O passo seguinte é responder a um breve questionário que avalia o nosso estado atual em várias áreas-chave: sono, stress, dor, ansiedade e burnout. Com base nas respostas, a aplicação faz uma análise automática e identifica qual a área que precisa de mais atenção naquele momento. A partir daí, somos direcionados para uma sessão personalizada para ajudar exatamente no que está mais em desequilíbrio, seja melhorar o sono, reduzir o stress e aliviar a ansiedade. No meu caso, o resultado apontou para a ansiedade como a área a precisar de mais atenção. Foi então nessa categoria que a aplicação sugeriu iniciar as sessões, o que fez todo o sentido para mim.

A aplicação do Pulsetto é, aliás, uma parte fundamental da experiência. A navegação é simples e intuitiva, mesmo para quem não tem grande afinidade com tecnologia. O ecrã principal divide-se em várias categorias: Stress Relief, Anxiety Reduction, Sleep Improvement, Pain Management e Burnout Prevention. Cada uma destas áreas inclui sessões com diferentes durações, que variam entre 4 e 20 minutos, e podemos escolher o programa que melhor se adapta ao nosso estado naquele momento. Ao selecionar uma categoria, somos levados a uma página onde se apresentam os diferentes programas disponíveis dentro dessa área. Por exemplo, na secção de sono, há sessões mais curtas para relaxar antes de dormir, e outras mais longas para quem precisa de ajuda a entrar num sono profundo. Também existe uma secção de perfil onde podemos acompanhar o histórico de sessões e a frequência de utilização, o que é ótimo para quem gosta de monitorizar o progresso ao longo do tempo.

Comecei a seguir as instruções da aplicação, que me guiou passo a passo durante todo o processo. Apliquei uma pequena quantidade do gel condutor no dedo e espalhei uma camada fina em cada lado do pescoço, na zona onde imaginei que os elétrodos do Pulsetto Vagus Nerve Stimulator iriam tocar na pele. No entanto, deixo já a dica de que podemos aplicar uma pequena quantidade de gel condutor com o dedo diretamente nos elétrodos (sempre com o dispositivo desligado), em vez de aplicar no pescoço, para não exagerar na quantidade de gel, evitar erros na aplicação e tornar a limpeza muito mais simples no final. Depois, coloquei o dispositivo no pescoço, certificando-me de que os elétrodos assentavam sobre a área onde sinto pulso, mas sem exercerem demasiada pressão. E fica também outra dica: não sejam como eu e liguem o aparelho antes de começarem. Esqueci-me disto e só percebi depois de já ter o gel e o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator no lugar… e acreditem, é mais chato de o ligar quando já está tudo a postos.

Carreguei no botão Play da aplicação, que apresenta um temporizador e começa com uma explicação em voz masculina (em inglês). Nessa introdução, somos informados de que devemos verificar se o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator tem bateria suficiente – uma carga completa demora cerca de 1h30, mas com apenas 15 minutos já é possível fazer uma sessão rápida. O botão Play só fica ativo após o fim da explicação, o que pode ser um pouco repetitivo com o tempo. Seria útil haver uma opção para desligar a narração nas sessões seguintes, especialmente para quem já sabe o que está a fazer.

Depois da introdução, podemos ajustar a intensidade da sessão, escolhendo entre 9 níveis, através de botões que piscam no ecrã. Fiz as primeiras sessões com intensidade 2 ou 3, mas fui aumentando gradualmente até ao nível 5, que foi mais do que suficiente para mim. Logo na primeira utilização, senti uma sensação de relaxamento imediato (quase uma sonolência leve) apesar de estar completamente acordada.

Enquanto isto, a voz explica também que podemos escolher músicas para acompanhar a sessão, já que a aplicação oferece uma biblioteca com opções gratuitas para ouvir durante o uso. Achei a funcionalidade interessante, no entanto, senti que os títulos das músicas nem sempre correspondem ao estilo do que se ouve. Por vezes esperava algo mais calmo, pelo nome, e acabava por ouvir sons que não tinham muito a ver com o que imaginava. Uma desvantagem é que, durante a sessão, não é possível trocar de faixa, o que senti como uma limitação, pois é necessário recomeçar a sessão para trocar de música.

Durante o uso, senti por vezes um ligeiro tremor nos músculos do pescoço – um efeito descrito no manual como normal e sem perigo -, mas, ao reduzir a intensidade, resolvi o desconforto de imediato. Já o estímulo em si não é doloroso, acabando mais por parecer como um formigueiro suave na pele. Também o facto de sermos nós a controlar a intensidade deixou-me mais tranquila e confiante durante todo o processo.

No fim da sessão, surge um breve inquérito para avaliar a experiência. Não o preenchi sempre, mas reconheço que é um detalhe simpático, já que ajuda a criar uma melhor experiência para o utilizador. É importante referir que, na etapa final da limpeza, deve ser sempre bem limpo o gel do pescoço e dos elétrodos. Acaba por ser um passo fácil de esquecer, mas necessário para manter tudo limpo e pronto para a próxima utilização. Curiosamente, o gel até se torna mais fácil de remover depois de seco, já que forma uma película que sai facilmente da pele e do dispositivo.

Segundo os criadores, não é necessário meditar para sentir os efeitos do Pulsetto Vagus Nerve Stimulator. Ainda assim, no meu caso, notei que a combinação do uso do dispositivo com a minha prática de meditação teve um impacto muito mais profundo. A meditação ajuda-me a trabalhar a mente; o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator ajuda a acalmar o corpo. Os dois parecem atuar em conjunto, cada um com o seu papel, mas reforçando-se mutuamente.

O que mais me marcou foi a sensação de relaxamento imediato logo após cada sessão. Ao longo dos dias, fui também percebendo que estava mais calma, menos reativa e com o corpo menos em modo de alerta – embora reconheça que esse efeito não é exclusivo do Pulsetto Vagus Nerve Stimulator, já que tenho mantido uma rotina de autocuidado, que inclui meditação regular, caminhadas e atenção à alimentação. Ainda assim, acredito que o dispositivo foi um complemento valioso, sobretudo nos dias mais tensos em que precisava de um “empurrão extra” para abrandar. Apesar dos efeitos positivos noutras áreas, a nível intestinal acabei por não sentir melhorias relevantes.

Existem algumas contraindicações indicadas no manual, que vale mesmo a pena ler com atenção antes de usar o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator. O dispositivo não é recomendado para pessoas com pacemakers ou outros aparelhos eletrónicos implantados, como próteses auditivas, nem para quem tem implantes metálicos, incluindo implantes dentários. Também é desaconselhado o uso por pessoas com alergia ao níquel, e não deve ser usado imediatamente após o banho ou enquanto se conduz. No fundo, se houver qualquer condição de saúde relevante, o ideal é confirmar com um médico antes de começar a usar.

O Pulsetto Vagus Nerve Stimulator é um gadget muito prático de transportar e fácil de usar – o que facilita bastante a sua integração na rotina diária -, sendo uma opção bastante viável para quem quer explorar a estimulação do nervo vago sem fazer logo um grande investimento. É verdade que ainda não existem estudos científicos robustos que comprovem a sua eficácia, mas tanto eu como algumas pessoas próximas (familiares e amigos) notámos uma diferença real, sobretudo na qualidade do sono. No meu caso, senti que ajudou não só a adormecer mais rapidamente, como também a ter um sono mais profundo e reparador, acordando de manhã com muito menos sensação de cansaço.

Durante os testes, houve uma noite particularmente má, uma com uma insónia inesperada, em que só dormi duas horas. Fiz a sessão de sono nessa noite, mas não senti os efeitos habituais. Estava demasiado agitada e stressada, o que mostra que, apesar de ajudar, o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator não é um milagre instantâneo. Funciona melhor quando usado de forma consistente e como parte de um estilo de vida que já promove o bem-estar.

Um dos poucos aspetos menos positivos para mim foi o encaixe do dispositivo. Como tenho o pescoço mais fino, o dispositivo nem sempre assenta na perfeição, já que por vezes sinto que não está totalmente bem colocado, acabando por descair e perder o o contacto ideal com a pele. Talvez fosse interessante a marca criar diferentes tamanhos ou adaptadores para melhorar essa experiência.

Outro ponto a melhorar é o idioma da aplicação, que para já só está disponível em inglês. Isso pode ser um entrave para utilizadores que não se sintam confortáveis com a língua, sobretudo porque grande parte das instruções são dadas por voz. Uma versão em português – mesmo que fosse em português do Brasil – tornaria o dispositivo muito mais acessível.

Relativamente à autonomia, pareceu-me excelente: ao usá-lo todos os dias durante cerca de uma semana, só precisei de o carregar uma vez. E se for mesmo preciso fazer uma sessão rápida, 15 minutos de carga bastam para isso. É muito fácil de saber quando preciso de carregá-lo, graças ao botão de ligar e desligar do Pulsetto Vagus Nerve Stimulator, que apresenta o LED vermelho quando a bateria começa a ficar fraca e precisa de ser recarregada. Já com carga, exibe uma luz verde fixa quando o aparelho está ligado e pronto para ser usado e durante as sessões, essa luz muda para um roxo intermitente, indicando que o dispositivo está a estimular o nervo vago conforme programado.

Como nota final, posso dizer que o Pulsetto Vagus Nerve Stimulator me surpreendeu pela sua simplicidade e pelo efeito subtil, mas real, que senti com o uso regular. O Pulsetto Vagus Nerve Stimulator foi criado com a promessa de estimular o nervo vago de forma simples, prática e acessível – e, nesse sentido, acho que cumpre exatamente aquilo a que se propõe. Com apenas alguns minutos por dia, conseguimos ativar um dos sistemas mais importantes do corpo para regular o stress, a ansiedade, a qualidade do sono, a dor e, até, prevenir o burnout.

O Pulsetto não é um aparelho milagroso, mas pode ser uma ferramenta valiosa no dia a dia, sobretudo se procuram formas de cuidar da vossa saúde mental e física sem recorrer logo a soluções complexas ou dispendiosas. O que me agradou especialmente foi a facilidade de integração na rotina – uns minutos por dia bastam – e o facto de ser algo que podemos usar sozinhos, ao nosso ritmo. Se são como eu, alguém que já tentou várias abordagens para aliviar o stress, a ansiedade ou até melhorar o sono, e que valoriza soluções práticas, este dispositivo pode ser uma boa aposta. Não substitui hábitos como a meditação, a respiração consciente ou a atividade física, mas pode funcionar muito bem como complemento. E, honestamente, tudo o que nos ajude a sentir um pouco mais de equilíbrio, nestes dias sempre tão cheios, já vale muito.

O Pulsetto Vagus Nerve Stimulator está à venda no site oficial a partir de 278€ e o gel condutor por 50,99€.

Inês Lopes
Inês Lopes
Dentista nas horas vagas e colaboradora do Echo Boomer no tempo que sobra. Fã de gadgets, livros e tâmaras (não necessariamente por esta ordem), adoro explorar o mundo através da comida e das viagens. Se não me encontrarem a escrever ou a trabalhar, é porque estou confortavelmente instalada no sofá, provavelmente a devorar um novo livro.
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