Um novo caso de combustão de um Pixel 6a reacende dúvidas sobre a eficácia das medidas de segurança da Google.
A segurança do Pixel 6a, modelo de gama média lançado pela Google em 2022, volta a ser tema de preocupação, após um novo caso de combustão espontânea, mesmo depois da atualização de software que pretendia evitar este tipo de falha. A Google já havia lançado em maio uma atualização crítica que, entre outras alterações, reduz o desempenho e limita a velocidade de carregamento após 400 ciclos, como forma de preservar a integridade da bateria. Em alguns mercados, foi também disponibilizada substituição gratuita da bateria ou um crédito na Google Store. No entanto, estas medidas não foram universais.
O mais recente incidente foi partilhado no Reddit, com um utilizador a afirmar ter acordado durante a noite com um cheiro intenso e um estalido vindo da mesa de cabeceira. O dispositivo, que estava a carregar a cerca de 30 centímetros da cabeça entrou em combustão danificando-o, queimando lençóis em redor e afetando o sistema de climatização do quarto. O utilizador referiu ainda sintomas de irritação na garganta, alegadamente devido à inalação dos vapores tóxicos libertados pela bateria.
Apesar de isolado, este caso volta a pôr em causa a decisão da Google de lidar com o problema exclusivamente através de software. Para muitos, a opção de não avançar com um pedido de entrega formal de dispositivos potencialmente afetados pelo problema, levanta dúvidas sobre o compromisso da empresa com a segurança dos utilizadores. A atualização poderá ter servido para evitar custos mais elevados, mas não parece garantir a eliminação do risco.
Adicionalmente, o utilizador afetado afirma não ter conseguido aceder à substituição da bateria na sua região, deixando-o sem alternativas. Até agora, a Google não comentou o caso, mas cresce a pressão para que reveja a sua abordagem. A repetição de episódios com potenciais consequências graves relança o debate sobre a responsabilidade das empresas tecnológicas perante falhas de hardware que colocam os utilizadores em risco.