Intervenção no litoral de Loulé vai recuperar praias entre Quarteira e Quinta do Lago com reposição de areia e obras nos molhes até 2027.
O litoral do concelho de Loulé vai ser alvo de uma intervenção de grande dimensão, com um investimento superior a 14 milhões de euros destinado à reposição de areia nas praias e à requalificação dos molhes. O anúncio foi feito pela Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, durante uma visita à Praia do Forte Novo, em Quarteira, uma das zonas mais afetadas pelos temporais do último inverno.
A intervenção vai abranger um troço costeiro de cerca de 6,5 quilómetros, entre Quarteira e a Quinta do Lago, incluindo as praias de Vale do Lobo e Garrão. A alimentação artificial de areia, aguardada há vários anos, pretende repor a linha de costa e recuperar as áreas balneares que perderam grande parte do areal. Segundo a governante, os passadiços recuaram vários metros nos últimos meses devido à erosão, tornando esta obra “uma grande intervenção” para estabilizar o litoral. O valor total do projecto está fixado em 14,3 milhões de euros.
O concurso público será lançado em breve, já que o financiamento está aprovado. A Ministra adiantou que a obra deverá arrancar logo após a época balnear deste ano e terá uma duração estimada de quatro a cinco meses. O objetivo é que, no início do verão de 2026, os trabalhos estejam concluídos, tornando-se na maior intervenção deste tipo realizada até agora no Algarve.
Decorre também a fase final do estudo de impacto ambiental relativo à reconfiguração dos molhes, considerada essencial para evitar a repetição da perda de areia nas praias. A estratégia passa por eliminar algumas estruturas e reforçar outras, criando uma “geometria diferente” que permita maior retenção do areal. Esta operação será submetida ao Programa Operacional Sustentável, o mesmo que financia a alimentação artificial das praias. Caso avance dentro dos prazos previstos, a intervenção nos molhes deverá começar no final da época balnear de 2026 e estar concluída em 2027.
Outra das ações programadas no concelho é a renaturalização da Praia do Ancão, integrada no mesmo plano de recuperação costeira.
Durante a visita ao Forte Novo, Maria da Graça Carvalho abordou ainda a polémica em torno de um projeto de loteamento para construção de um hotel na Reserva Natural Local da Foz do Almargem e Trafal, cujos direitos foram adquiridos na década de 1970. A Ministra revelou que já solicitou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a realização de um Estudo de Impacto Ambiental para avaliar as condições do projeto, uma medida que até agora não estava prevista devido à existência de direitos adquiridos numa época em que as preocupações ambientais eram diferentes. A APA ficará responsável por aprovar ou não a viabilidade ambiental da construção.