É fundamental mudar para o transporte coletivo, disse o primeiro-ministro António Costa.
Estávamos em abril de 2021 quando foi lançado o Plano Ferroviário Nacional (PFN), que irá definir a rede ferroviária que assegura as comunicações de interesse nacional e internacional em Portugal. Com este plano, pretende-se conferir estabilidade ao planeamento da rede ferroviária para um horizonte de médio e longo prazo.
A adoção de um Plano Ferroviário Nacional está prevista no programa do XXII Governo Constitucional, que também estabelece como objetivos levar a ferrovia a todas as capitais de distrito, reduzir o tempo de viagem entre Lisboa e Porto e promover melhores ligações da rede ferroviária às infraestruturas portuárias e aeroportuárias. Além desses, o PFN deverá assegurar uma cobertura adequada do território e a ligação dos centros urbanos mais relevantes, bem como as ligações transfronteiriças ibéricas e a integração na rede transeuropeia. Deverá ainda garantir a integração do modo ferroviário nas principais cadeias logísticas nacionais e internacionais.
Estes foram os principais pontos da apresentação do PFN no ano passado. Entretanto, e com o anúncio de uma linha de alta velocidade, o Governo somente hoje apresentou esta quinta-feira alguns desses projetos, mas a ambição não muda. Pelo contrário.
“Precisamos de ter um Plano Ferroviário Nacional que sabemos levará décadas a executar, mas que deve ser uma bússola comum para sabermos o norte em matéria de investimento ferroviário”, afirmou o Primeiro-Ministro António Costa na apresentação do plano, em Lisboa.
“O que aqui apresentamos não é uma proposta fechada”, disse, convidando todos a participar na sua discussão “para que tenhamos um plano mais refletido, mais ponderado, mais consensualizado, o melhor passo para que, de um plano possamos chegar à obra”.
O Primeiro-Ministro afirmou que, “quando falamos de sistema de transportes não estamos a falar só de uma infraestruturas, mas de algo que condiciona a sociedade, o ordenamento do território, as dinâmicas de vida, de desenvolvimento económico”.
É, por isto, “um tema de cidadania, de economia, de ordenamento do território, de ambiente, e é nesta diversidade que é necessário discuti-lo”. O Plano que, foi hoje discutido em Conselho de Ministros, voltará a ele, mas depois “é decisivo que seja discutido na Assembleia da República, porque transcende muitas legislaturas”, acrescentou.
António Costa sublinhou que “é fundamental que o País fique dotado de um desenho da ferrovia e, consoante as disponibilidades, a evolução do conhecido, a dinâmica de reinvenção do setor, o País vá adaptando, ao longo do tempo, a sua execução”, um desenho que transcenda o programa Ferrovia 2020, “em velocidade de cruzeiro”, e o Programa Nacional de Investimentos 2030.
O PFN pode ser consultado aqui.