O novo Pixelsnap faz com que os novos Pixel 10 não contem com suporte para o carregamento sem fios reverso.
A nova geração de smartphones Google Pixel 10 foi anunciada com uma alteração que poderá desapontar uma parte do público mais fiel: o fim do Battery Share. Mais conhecido como carregamento sem fios reverso, esta funcionalidade permitia dar alguma energia extra a auriculares, smartwatches ou, até, a um telemóvel de um amigo. E não, se trata de uma decisão de software, mas sim de uma mudança estrutural no próprio hardware.
A razão deve-se ao facto de a Google ter apostado no padrão Qi2, integrado sob a designação “Pixelsnap”, que introduz carregamento magnético através de um sistema de ímanes internos. Essa solução, ainda que abra caminho a uma experiência mais estável e eficiente no carregamento, traz, no entanto, uma contrapartida: o adeus ao carregamento inverso, tal como se pode constatar nas especificações técnicas dos novos dispositivos.
Ao Echo Boomer, a Google Portugal disse o seguinte sobre a situação: “A série Pixel 10 apresenta o carregamento sem fios magnético Qi2 para proporcionar o carregamento sem fios mais eficiente e fiável para o seu telefone. Ele possibilita também diversas experiências novas e úteis com acessórios. O conjunto de ímanes cria uma ligação forte com o carregador mas apresenta uma limitação física para o carregamento reverso sem fios. Embora isto signifique que a Partilha de Bateria não está atualmente disponível no Pixel 10, estamos constantemente a explorar inovações futuras para melhorar a experiência Pixel.”
A verdade é que, já no Pixel 9, se tinha notado um recuo subtil, quando a ativação automática do Battery Share, ao retirar o cabo de carregamento, deixou de funcionar como antes. Agora, a descontinuação completa parece marcar uma mudança clara nessa estratégia.
Curiosamente, a Google não precisava necessariamente de seguir este caminho. O Skyline, o modelo da HMD que também integra o Qi2, consegue manter a compatibilidade com carregamento reverso a 5W. Esta diferença poderá estar associada a variações de implementação do protocolo ou a opções específicas de engenharia que a Google não terá considerado prioritárias.
O que fica claro é que a transição para o Pixelsnap envolve um sacrifício funcional. Resta saber se o ganho em eficiência e aderência ao novo padrão compensa, para os utilizadores, a perda da conveniência de carregar pequenos dispositivos “em emergência” a partir do próprio telemóvel. Para alguns, esta decisão soará a modernização inevitável, enquanto que, para outros, a sensação será de um passo em frente acompanhado de dois atrás.