A hora estava marcada e Papillon respeitou-a. Às 22h, Rui Pereira, conhecido no hip-hop como Papillon, saudou o público do Casino de Lisboa com o tema “Impulso”, que, desde logo, fez questão de acompanhar rima a rima, barra a barra. A “porta aberta” para ouvir as rimas de Papillon fez com que se reunisse gente suficiente para ocupar os três balcões com vista para o espaço Arena Live.
O último concerto do ano do rapper de Setúbal teve presença quase massiva dos fãs que foram acompanhando o músico, nunca o deixando “na mão”.
As rimas foram-se desenrolando e Papillon foi puxando pelo público, que foi acompanhando o crescendo até a um dos picos do concerto quando pediu para a malta “perder o juízo” com uma das músicas mais badaladas do álbum Deepak Looper: “Imbecis” levou os presentes quase à loucura e o chão do Casino tremeu. “Impec” fez até cantar aqueles que foram arrastados pelos amigos para o concerto. O Casino acompanhou em peso o artista e foi recompensado por isso.
Pouco depois surgiriam os primeiros acordes de uma das músicas que conta com a participação de outro talento emergente no movimento do Rap Tuga, deixando antever a grande surpresa da noite – Papillon chamou Plutónio a palco para o acompanhar em “Iminente”. A apoteose do público aconteceu e o Casino voltou a acompanhar os dois rappers. Ainda houve tempo para um pequeno mimo de Plutónio para o público com uma versão “a capella” de “Cafeína”, um dos temas mais recentes do rapper.
Outro dos momentos que marcou este concerto foi o tema “Impasse”. O primeiro single do álbum de estreia de Papillon voltou a fazer, mesmo os menos conhecedores, com que o público acompanhasse o rapper da primeira à última barra.
O rapper fecharia depois o show com chave de ouro com um encore que voltou a contar com a presença de Plutónio para, juntos, interpretarem novamente o tema “Iminente”.
Esta apresentação fechou a tour de 2018 da estreia a solo de Papillon, que chegou a marcar presença em dois dos maiores festivais de Verão em Portugal, o NOS Alive e o MEO Sudoeste. Deepak Looper foi o primeiro álbum a solo do rapper que faz parte do coletivo GROGnation e, segundo o artista, este álbum é quase uma autobiografia e pega nos seus momentos mais baixos para os transformar em força para seguir em frente.
Texto por: André Azevedo