O Pavilhão 31 exibe um projeto conjunto que cruza o trabalho de Pedro Cabral Santo com o de oito artistas em residência na P28.
Há uma nova exposição para ver no Pavilhão 31 do Hospital Júlio de Matos: Black Paintings, White Hearts, um projeto que junta Pedro Cabral Santo a oito artistas do ateliê da P28. A mostra, patente até 24 de janeiro de 2026, surge em paralelo com a participação do artista no programa Outdoor, que levou várias das suas obras para painéis de grande formato espalhados pelo Largo Marquês de Angeja, pela Avenida da Índia, junto ao Museu dos Coches e diante do MAAT Central, em Belém.
A exposição nasce da tradição das chamadas “pinturas negras”, usada por Cabral Santo como ponto de partida para um exercício colectivo desenvolvido em telas de grandes dimensões. O processo envolveu oito combinações distintas de cores primárias e secundárias, trabalhadas em conjunto com os artistas residentes da P28 no âmbito do projeto ENTREVISTA, pensado para inverter papéis entre o convidado e os autores do Ateliê de Artes Plásticas do Serviço de Reabilitação do Júlio de Matos.
Além das pinturas, está disponível o vídeo Entrevista: Pedro Cabral Santo, que regista uma conversa entre o artista e dois dos participantes, Cleia Cunha e Emídio Aboobacar. A P28 salienta que a iniciativa procura reforçar a visibilidade de artistas que vivem com doença mental, promovendo um contacto direto com criadores já reconhecidos e dando espaço a trajetos que permanecem muitas vezes fora do foco público.
Em simultâneo, Cabral Santo encerra o ciclo Outdoor em Lisboa, um programa que tem colocado obras de arte contemporânea em suportes publicitários de grande escala distribuídos pelo país. Com formação em pintura e escultura e um percurso que se estende à curadoria, à investigação e ao ensino, o artista tem trabalhado com linguagens híbridas e processos multimédia que questionam os limites e a função da arte, juntando-se assim a nomes que já passaram pelo projeto, como João Louro, Jorge Molder e Pedro Cabrita Reis.
A programação associada à exposição inclui ainda a última performance de 2025 do ciclo Call Center de Performance e Arte Extrema + Interseções entre Chat Literário e Saúde Mental, organizada pelo duo Galeria Ana Lama. A convidada, Myriam Laplante, apresenta It Was a Dark and Stormy Night, uma peça centrada na relação com a incerteza e com a desordem inevitável do quotidiano.
