Nouvelle Vague – Os 15 anos de banda na Aula Magna

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Os primeiros passos que se escutam na música “Fade To Grey” ouvem-se como que uma pequena agitação, um aviso de que o concerto vai começar. Uma entrada perfeita, criando um ambiente familiar numa sala tão ideal para o efeito como é a Aula Magna. Olivier Libaux entra em palco com um copo de vinho branco na mão e senta-se junto à sua guitarra. As vozes suaves de Phoebe Killdeer e Mélanie Pain ouvem-se, mas o público não percebe de onde, até que, com vestidos brilhantes, surgem no meio do público, a passo lento, até chegarem ao palco. Tudo de uma forma lenta, suave, calma. Um sussuro inglês com sotaque francês inconfundível, típico dos Nouvelle Vague.

Com uma presença inigualável, magnética, até, as duas vocalistas vão dançando com os braços. Os corpos seguem a música e não se prendem, deixando qualquer um com vontade de fazer o mesmo. A sala tinha os olhos colados ao palco e à forma como a banda interagia e atuava. Implicitamente, de forma muito francesa, Phoebe vai dançando como se fosse uma boneca partida, e, Mélanie, de forma mais graciosa, como um pássaro leve. De mão dada com o corpo, segue a voz, sussurrante. Se as vozes fossem uma brisa, seria uma brisa quente e arrepiante.

“Todos nós já nos apaixonámos por quem não devíamos, não concordam?”, diz Mélanie Pain, fazendo o pontapé de saída para “Ever Fallen in Love”, música que fez o público deixar as cadeiras da Aula Magna para dançar de forma alegre, em pé.

A comemoração dos 15 anos dos Nouvelle Vague segue com temas na setlist como “Blue Monday”, “Blister in the Sun”, “Blank Generation”, e, a meio do concerto, uma questão pertinente serve de mote para a canção “Sweet and Tender Hooligan” entrar: “O que é que um rapaz de 15 anos pode fazer pelas ruas de Lisboa?”, pergunta Mélanie, que dá voz a esta melodia oscilante. “Beber pelas ruas com os amigos”, responde a própria, seguindo-se de “etcetera, etcetera, etcetera, etcetera”, que fez o público sorrir e perceber o que aí viria.

A interação com o público é feita de forma descontraída, despreocupada, um francês misturado com inglês. Do público, ouvia-se sempre “Oui! Oui!”. Independentemente do que se dizia em cima do palco, a sala queria mais e estava mais do que embalada na ginga de bossa nova que pairava no ar.

É com dois focos de luz verde sobre as vocalistas que é tocada “Enola Gay”, uma dos covers feitas pela banda que, sem quaisquer dúvidas, se tornou das mais populares, juntamente com “Just Can’t Get Enough” ou “Love Will Tear Us Apart”, tema também cantado na Aula Magna e que fez o público levantar-se da cadeira para cantar o refrão em uníssono, mais do que uma vez, de uma forma saudosa e fervilhante. Uma energia que uniu o público. Quem está ali, está porque gosta bastante, é notável.

A chegar ao fim, já se sabe o que falta: o single mais popular. O adeus foi dado com a música que mais obteve uma reação do público, “In A Manner of Speaking”, que embalou a sala romanticamente. Um embalo que deixa vontade para mais, e que, possívelmente, será satisfeita.

Antes de abandorarem o palco, os Nouvelle Vague informaram o público que estariam disponíveis para um abraço e um beijinho junto à banca de venda de merchandising e que, em breve, nos veríamos novamente. Uma despedida à altura de filme francês: com melancolia e a certeza de que se viveu algo muito bonito.

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1 Comentário

  1. Achei a matéria super interessante, a voz da Phoebe é realmente incrivel, a performance que ela fez com o cover de Bela lugosi’s dead foi demais!!!

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