Após uma década de serviço, o sistema operativo mais popular da última geração deixa de receber atualizações.
Dez anos após o seu lançamento, o suporte para o Windows 10 chega oficialmente ao fim esta terça-feira, 14 de outubro de 2025. A Microsoft deixará de distribuir atualizações e correções de segurança para aquele que continua a ser o sistema operativo mais utilizado no mundo. A decisão, anunciada há vários anos, irá afetar atualmente cerca de 43% dos computadores com Windows em todo o globo.A empresa preparou esta transição com alguma antecedência, reforçando notificações em equipamentos compatíveis com o Windows 11 e oferecendo uma atualização gratuita para o novo sistema operativo. E o objetivo passava conduzir os utilizadores de forma gradual para uma migração inevitável, essencial para manter a segurança informática.
Significa assim, que, a partir de hoje, o Windows 10 deixa de receber atualizações de segurança e novas vulnerabilidades que venham a ser descobertas permanecerão sem correção, aumentando consideravelmente o risco de ataques informáticos, e as chamadas falhas de dia zero, exploradas por hackers antes de serem detetadas, ficarão abertas indefinidamente, sem hipótese de correção oficial. Esta falta de suporte torna os computadores com Windows 10 um alvo preferencial para cibercriminosos, com as agências de segurança de todo o mundo a alertarem para o aumento de ameaças como o ransomware e o roubo de dados pessoais.
Apesar do fim do suporte, os dispositivos com Windows 10 continuarão a funcionar normalmente como até agora. O sistema vai-se manter na sua versão mais recente, sem evoluções futuras, e aplicações de terceiros, como navegadores, antivírus e suites de produtividade, continuarão a receber atualizações próprias. Já o antivírus integrado da Microsoft (Windows Defender) também continuará a atualizar as suas bases de dados de ameaças conhecidas, embora não resolva falhas estruturais do sistema.
Contudo, a Microsoft concedeu um ano adicional de atualizações de segurança aos utilizadores do Espaço Económico Europeu, até 13 de outubro de 2026, através do programa Extended Security Updates (ESU). O acesso é gratuito, mas requer que o utilizador inicie sessão com uma conta Microsoft. Para além disso, esta situação é valido apenas para utilizadores, já que não é válido para computadores de empresas e/ou organizaçõea, uma decisão que surge após pressão de organizações de defesa do consumidor que contestaram as condições iniciais da empresa ao abrigo da Lei dos Mercados Digitais (DMA). A inscrição no programa pode ser feita diretamente através do Windows Update, onde surge a opção “Registar agora”, mas ainda assim, a Microsoft recomenda a todos os utilizadores a procederem à migração para o Windows 11, que continuará a receber atualizações de segurança e novas funcionalidades. Contudo, o processo não é simples para todos, já que o sistema exige um chip TPM 2.0, ausente em muitos computadores mais antigos.